Roberto Martínez aproveitou, este sábado, a conferência de imprensa que se seguiu ao apito final para o 'sofrido' triunfo sobre a República da Irlanda, por 1-0, para sair em defesa da exibição assinada por Portugal, naquele que foi mais um passo no sentido do apuramento para o Campeonato do Mundo de 2026.
Desafiado pelos jornalistas a explicar as opções tomadas, como a entrada tardia de Gonçalo Ramos (aos 86 minutos, para o lugar de Bruno Fernandes), perante um adversário que apostou num bloco tão recuado, o treinador espanhol sublinhou que "não era preciso um ponta de lança", mas sim "o último passe e paciência para procurar o espaço".
"Na primeira parte, faltou rapidez na condução da bola, queríamos marcar cedo, mas os jogos nem sempre correm como esperamos. Ainda assim, mostrámos os valores da equipa, marcámos e ganhámos. Uma vitória difícil, bem trabalhada, mas merecida", afirmou.
Já sobre a decisão de lançar Rafael Leão para o lugar de Pedro Neto, aos 61 minutos, ao invés de jogadores como Francisco Conceição ou Pedro Gonçalves, o selecionador nacional recordou que o avançado do AC Milan "é um ala que dá largura, profundidade e procura o um contra um".
"Francisco Conceição não joga na ala esquerda, o Pote joga por dentro… são perfis diferentes. O aspeto tático faz parte do equilíbrio, mas a execução foi o problema, não o esquema tático", insistiu, antes de explicar o motivo pelo qual, ao intervalo, trocou Pedro Neto e Bernardo Silva de alas.
"Foi para procurar melhor o espaço. A Irlanda era assimétrica na estrutura defensiva. Faria sentido ter o Pedro Neto pela esquerda e abrir o espaço, com o Diogo Dalot por fora e o Bernardo Silva por dentro", rematou.
"É uma responsabilidade lutar pelo sonho do Diogo Jota"
Roberto Martínez enalteceu, ainda, a importância simbólico do (decisivo) golo do duelo disputado no Estádio José Alvalade ter surgido, já nos descontos, pela cabeça de Rúben Neves, que 'herdou' a camisola número 21 do melhor amigo no mundo do futebol, Diogo Jota.
"São sinais de felicidade. Já tivemos isso durante o estágio de setembro, quando marcámos ao minuto 21, contra a Hungria sofremos ao minuto 21 e, hoje, o Rúben Neves marca com a garra, a inteligência e a chegada na área do nosso Diogo Jota. É um sinal, uma alegria, sentir que o Diogo está com a Seleção, mas também é uma responsabilidade lutar pelo sonho do Diogo Jota, que é o sonho de todos", refletiu.
Francisco Trincão desafiado
A terminar, Roberto Martínez 'desafiou' Francisco Trincão a mostrar que merece ter outro tipo de preponderância na principal seleção nacional, isto, depois de ter 'saltado' do banco de suplentes para efetuar a assistência para o golo que valeu mais três pontos.
"O importante é mostrar em campo que é fundamental para ganhar jogos e o Trincão está a fazer isso há vários estágios. Hoje, era mais indicado para o Bernardo ser titular, outro dia pode ser para o Trincão. Ter o Trincão ao nível em que está é importante, é um dos melhores na Europa no seu perfil", concluiu.
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