Giuseppe Marotta, antigo dirigente da Juventus e atual CEO do Inter, recordou esta terça-feira a passagem marcante que Cristiano Ronaldo teve não só pelo conjunto de Turim, onde esteve entre 2018 e 2021, como também pelo futebol italiano.
À margem da apresentação do livro 'Il calcio del futuro: Intelligenza artificiale, algoritmi e sostenibilità', Marotta referiu que o atual capitão do Al Nassr continua a ser um exemplo para todos os jogadores de futebol.
"O Cristiano Ronaldo é diferente dos outros, não há nada a fazer. Quando íamos para um jogo fora de casa e havia água mineral na mesa, ele pegava na garrada e analisava as características. Depois consultava os médicos e perguntava por que as coisas eram de uma maneira ou de outra. Se ele ainda joga e é um campeão, é certamente porque ele próprio usa a inteligência para chegar a certas conclusões", começou por dizer o dirigente italiano, citado pelo TuttoMercatoWeb.
A propósito da ida de Luka Modric para o AC Milan aos 40 anos, Marotta mostrou-se muito satisfeito com a mudança do internacional pela Croácia para Itália.
"Não é nada preocupante um jogador de 40 anos mudar-se para Itália, antes pelo contrário. Vejo nele uma válvula de escape positiva para o futebol italiano. Os nossos filhos ou netos, ao verem um jogador como ele, tal como acontece connosco que somos mais velhos, apaixonam-se e não é apenas teórico. Talvez queiram repetir as suas proezas nos treinos e aprenderem com elas. O problema é que o nosso futebol está sempre em declínio, somos um campeonato em transição, já não somos o Eldorado como nos anos 2000", vincou.
"Hoje, os jogadores importantes chegam aos 40 anos, o poder competitivo e económico leva-nos a esses perfis. Vou dar um exemplo, mas se me perguntarem o que penso, talvez não esteja tão entusiasmado assim. O Real Madrid comprou Mastantuono por 60 milhões de euros, enquanto os clubes italianos, se comprarem um jogador nascido em 2004, 2005 ou 2006, gastam no máximo 30-35 milhões", ressalvou ainda Marotta.
"O mercado de aquisições é muito restrito. Além disso, há outro fator: os grandes clubes, como Inter, Milan, Juventus, Roma, Napoli e Atalanta, recorreram às mais-valias. Em 2000, era raro ver clubes a vender jogadores. Hoje, sem recorrer às mais-valias, não seríamos capazes de apresentar um balanço adequado. É uma grande diferença e deve-se ao facto de os seus direitos televisivos no estrangeiro terem sido vendidos por 10 vezes mais do que os nossos", finalizou.
De referir que Cristiano Ronaldo participou 134 jogos com a camisola da Juventus entre 2018 e 2021, aos quais se acrescentam 101 remates certeiros e 19 assistências. Nos italianos conquistou cinco títulos.
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