Ruben Amorim revelou, no sábado, os motivos que o levaram a mexer na baliza do Manchester United no triunfo diante do Sunderland (2-0), lançando o guardião belga Senne Lammens para o onze e abdicando do turco Altay Bayindir. Em conferência de imprensa, o treinador português explicou a troca e acabou por 'culpar' os jornalistas.
"Pareceu confiante no primeiro jogo, mas o mais importante foram os colegas terem ajudado o Senne a ter um bom jogo, porque estava toda a gente focada. Não houve muitos erros contra uma equipa que se sente muito confortável a jogar futebol. Estivemos bem e foi um bom dia para nós", começou por dizer Ruben Amorim, prosseguindo.
"Quando o Senne chegou... Primeiro que tudo, era o Altay que estava a jogar, e depois sentia-se que ele [Senne] precisava de se adaptar. Novo país, novos treinos, a pressão que vocês [jornalistas] colocam nos guarda-redes é gigante, portanto foi uma pequena preparação para alguém estar pronto. Mas foi apenas um jogo e ele precisa de trabalhar. Precisa de estar preparado porque as coisas no nosso clube são muito difíceis. Mas esteve bem. Esteve confortável, mais uma vez, e isso é um bom sinal", analisou o treinador português.
Questionado se a pausa internacional para os compromissos das seleções será algo bom ou mau para a equipa, Ruben Amorim lembrou o passado e manifestou uma "frustração".
"Não há seguimento na nossa equipa. Com pausa ou sem pausa, sabemos o que acontece quando ganhamos um jogo. A minha frustração é não ver a mesma equipa quando jogamos casa e quando jogamos fora. Vocês viram hoje. Não jogámos bem na segunda parte, mas estávamos focados, lutámos pelas segundas bolas, o Ben [Sesko] estava sempre lá para tocar na bola", apontou.
"Estas pequenas coisas ajudam a vencer jogo. Às vezes tens os teus momentos, e na primeira parte tivemos muitos, mas na segunda parte se nós não somos capazes de jogar bem, eles [adversário] também não podem jogar bem. Esta é a forma como uma grande equipa joga durante a época. É essa a minha frustração", vincou o técnico luso de 40 anos.
Nova 'vida'
O triunfo do Manchester United sobre o Sunderland (2-0), que contou com os golos de Benjamin Sesko e Mason Mount, serviu para aliviar a pressão sob Ruben Amorim. O treinador luso estava praticamente obrigado a ganhar o jogo em casa para evitar um eventual despedimento e conseguiu, assim, ganhar uma 'nova' vida.
De resto, o jogo de sábado à tarde também representou uma marca importante para o ex-Sporting. Afinal de contas, Amorim completou 50 jogos ao serviço do gigante inglês, mas o saldo está longe de ser positivo: 19 vitórias, 19 derrotas, 12 empates, 78 golos marcados e 76 golos sofridos. Significa isto que Ruben Amorim tem uma percentagem de vitórias de apenas... 38%.
Para já segue-se uma pausa para os jogos das seleções, mas dentro de duas semanas o Manchester United terá novos testes de elevado grau de dificuldade: Liverpool (fora de casa), Brighton (em casa), Nottingham Forest (fora).
Neste momento, os red devils contabilizam 10 pontos em 21 possíveis e encontram-se provisoriamente situados no nono lugar da tabela classificativa da Premier League. O Arsenal vai liderando com 16 pontos.
Leia Também: Ruben Amorim respira de alívio após vitória do United ante o Sunderland