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Foi ídolo no pior Benfica e em Roterdão. O que é feito de Van Hooijdonk?

Antigo internacional neerlandês é o protagonista da 53ª edição da rubrica 'O que é feito de...?' do Desporto ao Minuto, que pretende recordar o percurso de algumas personalidades do mundo futebolístico 'caídas' no esquecimento.

Foi ídolo no pior Benfica e em Roterdão. O que é feito de Van Hooijdonk?

© Getty Images

Rodrigo Querido
27/09/2025 07:54 ‧ há 1 semana por Rodrigo Querido

Petrus Ferdinandus Johannes van Hooijdonk é um nome que, por ventura, não lhe dirá muito em contexto futebolístico, mas provavelmente lembrar-se-á de Pierre van Hooijdonk. O antigo avançado só precisou de passar uma época no Benfica para se afirmar como um dos nomes mais incontornáveis na história do clube encarnado.

 

Criado pela mãe, depois do pai biológico, um marroquino, os ter abandonado ainda antes do nascimento, cresceu em Welberg, uma pequena aldeia no sul dos Países Baixos perto de Steenbergen. Desde cedo amante do futebol, o antigo avançado estreou-se no desporto-rei nas camadas jovens do SC Welberg enquanto médio, tendo passado para a formação do clube do coração, o NAC Breda, quando tinha 11 anos.

Apesar do seu potencial, foi dispensado aos 14 anos, tendo passado pelos amadores do VV Steenbergen antes de despontar nos seniores do RBC Roosendaal entre 1989 e 1991. A sua primeira temporada como profissional foi em 1989/90 e não podia ter sido melhor. Foi já a jogar como avançado que Van Hooijdonk impressionou com 33 golos ao cabo de 66 partidas realizadas.

Apesar do interesse de vários clubes de nomeada, não hesitou em voltar ao NAC Breda, ajudando o clube do coração a subir à Eredivisie em 1993. Foi durante a época 1993/94 que estabeleceu um recorde de 11 jogos consecutivos a marcar no campeonato neerlandês e, em dezembro de 1994, foi convocado pela primeira vez para a seleção principal do seu país.

Notícias ao Minuto Van Hooijdonk esteve três temporadas e meia no NAC Breda© Getty Images  

Os bons desempenhos nos Países Baixos captaram a atenção de outros emblemas europeus e a saída dos Países Baixos aconteceu em janeiro de 1995. O avançado acabou por ter um impacto imediato na formação de Glasgow, onde chegou a ser companheiro de equipa de Jorge Cadete. Van Hooijdonk bisou no jogo de estreia, diante do Hearts em Hampden Park. Em 1994/95 conquistou a Taça da Escócia, o primeiro troféu dos católicos em seis anos, e também o primeiro do neerlandês na sua carreira.

Na temporada seguinte sagrou-se melhor marcador da liga escocesa, com 26 golos, mas o pior apareceu em 1996/97. Uma discussão com o presidente/proprietário do Celtic, Fergus McCann, acabou por atirar o dianteiro para a condição de suplente, o que levou o selecionador dos Países Baixos, Guus Hiddink, a pedir-lhe para encontrar um novo clube. A solução encontrada foi continuar no Reino Unido e mudar-se para o Nottingham Forest.

Notícias ao Minuto O antigo avançado apontou 53 golos em 88 jogos pelo Celtic© Getty Images

Ainda assim, a mudança para a Premier League em 1997 não correu da melhor maneira. Pierre Van Hooijdonk não conseguiu reverter a situação negativa que os Tricky Trees viviam, apesar de ter assinado um golo e duas assistências em oito jogos. O histórico emblema inglês acabou mesmo por descer de divisão. No entanto, tudo mudaria na época seguinte que acabou com mais um título.

Apesar da despromoção, o ponta de lança neerlandês continuou no City Ground e ajudou o Nottingham Forest a sagrar-se campeão do Championship, tendo apontado 34 golos em toda a temporada 1997/98. Números impressionantes que lhe valeram a convocatória para o Campeonato do Mundo disputado em França, tendo mesmo marcado um golo no torneio, diante da Coreia do Sul.

Em alta no emblema inglês, Van Hooijdonk pediu para sair em 1998 por não concordar com algumas decisões que tinham sido tomadas. Recebeu propostas de PSV, Newcastle e Trabzonspor, mas o Nottingham Forest não o deixou sair. O avançado chegou mesmo a fazer greve e a treinar no NAC Breda para manter a forma. No entanto, acabou por voltar ao Forest em 1998. Marcou seis golos e não impediu nova despromoção dos britânicos.

Notícias ao Minuto Antigo avançado marcou 41 ao serviço do Nottingham© Getty Images

Van Hooijdonk perdeu o estatuto de ídolo que tinha no Nottingham. No verão de 1999, o treinador Ralf Rangnick quis levá-lo para o Estugarda, mas o presidente dos alemães, Gerhard Mayer-Vorfelder, recusou contratá-lo por considerar o preço pedido muito alto. O avançado acabou por voltar aos Países Baixos pela porta do Vitesse. A decisão não podia ter sido a melhor. Apontou 25 no campeonato e ajudou a equipa de Arnhem a concluir a liga em quarto lugar (à frente do Ajax), garantindo assim o apuramento para a Taça UEFA e a chegar às meias-finais da Taça dos Países Baixos.

Depois de participação no Euro'2000, ainda que sem jogar, mudou-se para o Benfica, ficando ligado ao que foi o pior Benfica da história. Os encarnados ficaram em sexto lugar na I Liga, foram eliminado logo na primeira ronda da Taça UEFA pelos suecos do Halmstads, não passaram dos oitavos de final da Taça de Portugal e tiveram dois presidentes (Vale e Azevedo e Manuel Vilarinho) e três treinadores (Jupp Heynckes, José Mourinho e Toni).

Apesar da época desastrosa a nível coletivo, Pierre van Hooijdonk foi uma contratação certeira, pese embora ter chegado à Luz já com 30 anos. Foi o melhor marcador da equipa, com 23 golos em todas as competições, mais cinco do que João Tomás, e fez esquecer o antecessor Nuno Gomes. Os desempenhos encheram o olho, mas o dianteiro foi dispensado no final da época. A solução encontrada acabou por ser a transferência para o Feyenoord, onde acabou por ganhar a Taça UEFA em 2001/02. Os oito golos apontados valeram-lhe o prémio de melhor marcador da prova europeia, e sagrou-se melhor marcador do campeonato neerlandês, com 24 remates certeiros.

Notícias ao Minuto Van Hooijdonk esteve no Feyenoord em dois momentos distintos© Getty Images  

Já em fim de carreira, Van Hooijdonk mudou-se de armas e bagagens para a Turquia. Entre 2003 e 2005 representou o Fenerbahçe, sagrando-se bicampeão turco, tendo sido convocado para o Euro'2004 e contribuído para a caminhada da seleção laranja até às meias-finais. Pela seleção de seu país, marcou um total 14 golos em 46 jogos entre 1994 e 2004.

Na reta final da carreira, Pierre van Hooijdonk voltou aos Países Baixos para se reformar. Foi reforço do NAC Breda, clube que lhe deu projeção internacional, em 2005/06, antes de rumar ao Feyenoord para uma segunda vida em Roterdão. Despediu-se dos relvados em 2006/7 e com um total de 387 golos ao cabo de 677 realizados.

O pós-carreira continuou por ser ligado ao futebol... por pouco tempo. Pierre van Hooijdonk foi adjunto da seleção da Turquia entre 2010 e 2012. A primeira experiência como treinador principal foi nos sub-21 do Feyenoord em 2013/14. O fim da carreira de treinador aconteceu em 2014/15, com uma passagem como adjunto dos sub-21 dos Países Baixos.

Atualmente, o antigo avançado dedica-se não só a seguir a carreira do filho Sydney Van Hooijdonk, que veste a camisola do NAC Breda, como também tem participado em provas de golfe, onde já conquistou alguns prémios.

Todas as semanas o Desporto ao Minuto apresenta-lhe uma nova edição da rubrica 'O que é feito de...?', que pretende recordar o percurso de algumas personalidades do mundo futebolístico que acabaram por cair no esquecimento.

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