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Salto 'Real' não abalou brilho no FC Porto. O que é feito de Secretário?

Antigo internacional português é o protagonista da 50.ª edição da rubrica 'O que é feito de...?' do Desporto ao Minuto, que pretende recordar o percurso de algumas personalidades do mundo futebolístico 'caídas' no esquecimento.

Salto 'Real' não abalou brilho no FC Porto. O que é feito de Secretário?

© Getty Images

Miguel Simões
06/09/2025 06:55 ‧ há 18 horas por Miguel Simões

Carlos Alberto Oliveira Secretário, mais conhecido pelo seu incomum apelido, singrou no mundo do futebol, sobretudo, na extensa passagem pelo FC Porto, embora tenha protagonizado o seu maior salto na carreira ao serviço do poderoso... Real Madrid.

 

Nascido no dia 12 de maio de 1970, em São João da Madeira, o antigo internacional português começou por representar a AD Sanjoanense, em 1984/85, até que rapidamente chamou à atenção do Sporting, onde viria a jogar na época seguinte, pela equipa de juvenis.

A passagem por Alvalade foi curta e, em 1987, já Carlos Secretário começava a 'espalhar' a magia pelo relvado ao serviço do rival FC Porto. Seria apenas o início de uma longa história, com altos e baixos, num percurso que se iniciou nos juvenis, ao lado de grandes nomes como Vítor Baía, Fernando Couto, Pedro Barbosa e Domingos Paciência.

'Vítima' de sucessivos empréstimos, a estreia do ex-defesa como sénior acabou por acontecer fora do Dragão, em 1988/89, com a camisola do Gil Vicente, na II Liga, onde apontou dois golos em 31 partidas. Desde então, todas as cedências temporárias envolveram clubes que competiam na elite do futebol português: duas épocas no Penafiel (dois golos em 67 jogos), uma no Famalicão (três tentos certeiros em 33 duelos) e outra no Sporting de Braga (dois golos em 35 partidas). Pelo meio, começou a ser chamado à seleção de sub-21 de Portugal.

Notícias ao Minuto Dez épocas, dez golos e 309 jogos. Estes foram os números de Carlos Secretário no FC Porto.© Getty Images  

Foi preciso esperar pela temporada 1993/94, quando já tinha 23 anos, para que Tomislav Ivic apostasse em Carlos Secretário na equipa principal do FC Porto - e logo com o registo de quatro golos e duas assistências em 47 jogos, alguns dos quais na tão desejada Liga dos Campeões. Para além daqueles míticos nomes com quem se cruzara na formação, juntavam-se outros como (o já falecido) Jorge Costa, António André e Rui Jorge, num plantel que viria a ser liderado ainda pelo lendário Bobby Robson, quando saiu do Sporting rumo ao Dragão.

Mudava o treinador, mas não mudava a aposta no onze. O antigo lateral-direito manteve o seu brilho intocável durante mais duas épocas e não tardou em justificar a chamada à principal seleção de Portugal, pela mão de António Oliveira, que o lançou no decorrer da goleada frente ao Liechtenstein (8-0), em dezembro de 1994, no apuramento para o Euro'1996.

Já com cinco troféus conquistados, a aventura no FC Porto seria interrompida durante um ano, em 1996/97, quando foi contratado pelo Real Madrid. A afirmação, essa, não foi a desejada, às ordens de Fabio Capello, num plantel que tinha nomes como Roberto Carlos, Fernando Hierro e Raúl González. Ainda assim, serviu para contribuir para as conquistas da La Liga e da Supertaça de Espanha.

O percurso invejável no FC Porto ainda não tinha acabado e deu-se o regresso ao Dragão, durante sete épocas ininterruptas. Titular indiscutível com António Oliveira e Fernando Santos, Carlos Secretário começou a perder algum espaço desde a chegada de José Mourinho, pelo que acabou por deixar os azuis e brancos no verão de 2004. Para trás, em dez temporadas, conquistou seis I Liga (1994/95, 1995/96, 1997/98, 1998/99, 2002/2003 e 2003/04), cinco Taças de Portugal (1993/94, 1997/98, 1999/2000, 2000/01 e 2002/03), quatro Supertaças Cândido de Oliveira (1993, 1994, 1998 e 1999) e ainda a mítica Taça UEFA, em 2002/03. Foram dez golos em 309 jogos.

   Notícias ao Minuto Carlos Secretário cruzou-se com grandes nomes como Vítor Baía, Rui Costa, Luís Figo, Paulo Bento, João Vieira Pinto, Sérgio Conceição e muitos outros na seleção nacional.© Getty Images  

Já pela seleção, o antigo defesa totalizou 35 internacionalizações, com um golo e duas assistências, tendo sido convocado para os Europeus de 1996 e 2000. No entanto, não teve oportunidades nos Mundiais de 1998 e 2002, terminando o seu percurso na equipa das quinas em março de 2001, no empate diante dos Países Baixos (2-2), curiosamente nas Antas.

O 'pendurar das botas' só aconteceu na temporada 2004/05, já pela II Liga, ao serviço do FC Maia, onde acabaria por voltar como treinador. Secretário começou por 'abraçar' as funções de técnico adjunto no Santa Clara em 2005/06, até que assumiu o estatuto de treinador principal em equipas como o FC Maia (2007/08), a AD Lousada (2008/09), o Arouca (2009/10) e o Salgueiros (entre 2011 e 2013).

Após uma pausa na carreira, seguiram-se aventuras nas terceira, quarta e quinta divisões de França, no US Lusitanos (entre 2015 e 2017) e no Créteil-Lusitanos (entre 2018 e 2021), com uma passagem por Portugal pelo meio, no Cesarense, do Campeonato de Portugal, em 2017/18. A verdade é que a última aventura (até ao momento) aconteceu ao serviço do clube da terra, a AD Sanjoanense, em 2023/24, na condição de treinador adjunto do emblema da Liga 3, já depois de ter sofrido uma trombose, em agosto de 2022.

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Desde então, o técnico de 55 anos ficou algo 'desaparecido' no radar desportivo, bem como nas redes sociais, embora já tenha sido convidado a participar em espaços desportivos do Porto Canal. Independentemente do menor mediatismo atualmente, Carlos Secretário afirma-se, pelo seu currículo, como uma das grandes figuras do desporto português.

Todas as semanas o Desporto ao Minuto apresenta-lhe uma nova edição da rubrica 'O que é feito de...?', que pretende recordar o percurso de algumas personalidades do mundo futebolístico que acabaram por cair no esquecimento.

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