Os familiares de Eduardo Lagoa - campeão português de paramotor que morreu no passado dia 22 de agosto em Metz, França -, que vivem no Luxemburgo, estão a pedir ajuda para a transladação do corpo. Ainda à espera dos resultados da autópsia, o Irene Lagoa, irmã do piloto, e Ângela Lagoa, sobrinha, explicaram, na passada quarta-feira, ao jornal Contacto as dificuldades no processo.
"Fomos diretas para o local. Os custos funerários são da nossa responsabilidade. Acima de tudo, queremos fazer um apelo para conseguir trazer o corpo de Nancy para o Luxemburgo, para cremá-lo, que era a vontade dele. E depois levar as cinzas para Portugal para fazer o funeral com todos os familiares, amigos e colegas", começam, por dizer as familiares de Eduardo Lagoa, antes de apontarem o dedo à Federação Portuguesa de Voo Livre.
"Ainda não apareceram e por telefone não nos deram resposta. Não houve nenhum seguro, nem há garantias. O Eduardo estava a representar a bandeira portuguesa. Só queríamos ouvir alguém dizer: 'Precisam de alguma coisa?'. Mesmo a nível psicológico, não houve qualquer apoio”, lamentam Ângela e Irene.
Federação toma posição
A Federação Portuguesa de Voo Livre reagiu, na semana passada, em comunicado, às "necessidades da família" e explicou que "todas as despesas que possam decorrer do funesto evento que vitimou o Eduardo estão cobertos pelo seguro desportivo, incluindo o repatriamento."
"A FPVL, além de agilizar o mais possível os processos burocráticos relevantes, vai fazer deslocar a França dois elementos da sua direção para pessoalmente acompanhar o processo de repatriamento do Eduardo assim como o acompanhamento da seleção nacional em competição", vincou a Federação, que deixou mais algumas garantias
"Foi imediatamente disponibilizado apoio psicológico a quem precisasse, no local onde decorre a prova competitiva em que participava, incluindo à sua companheira Carla Alves. A FPVL continua disponível para prestar qualquer apoio que lhe seja solicitado, mesmo que não seja sua competência direta, quanto mais não seja disponibilizando contatos ou ferramentas por forma a ajudar quem precisa nesta hora difícil", pode ler-se,
A Federação Portuguesa de Voo Livre frisou ainda que tudo fará "para que a família não seja incomodada com atrasos ou procedimentos desnecessários de qualquer espécie", mas lembrou que "não compete à FPVL promover angariações de fundos em nome dos familiares e não tomou nem tomará nenhuma iniciativa nesse sentido".
"A FPVL, como é sua competência e obrigação, está disponível para interceder junto de instituições governamentais ou outras, a pedido de clubes ou outras instituições, incluindo a família do Eduardo, por forma a facilitar ou promover qualquer tipo de apoio que seja pertinente. Até ao momento, não existem pedidos do género, mas a FPVL mantém-se atenta e disponível", prossegue o comunicado, antes de apontar ao respeito pela morte de Eduardo Lagoa.
"Não nos parece merecedor do respeito pela memória do Eduardo Lagoa que se levantem falsas questões sobre falta de apoio – seja qual for – por parte desta Federação. Nem a título institucional nem a título pessoal nos parece apropriado o aproveitamento deste momento tão triste para gerar animosidades e falsas questões", rematou a FPVL.
As circunstâncias da morte
A morte de Eduardo Lagoa aconteceu no dia 22 de agosto, em pleno treino para o Campeonato Mundial de Paramotor, em França. O parapentista luso, natural de Santo Tirso, terá caído a 50 metros de altura com a aeronave. O acidente está a ser investigado pelas autoridades locais.
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