André Villas-Boas voltou a lembrar, esta quarta-feira, o legado deixado por Jorge Costa, antigo jogador e dirigente portista que morreu há uma semana, destacando a sua entrega ao clube azul e branco. No editorial da edição especial da revista Dragões, dedicada ao antigo número 2, o presidente do FC Porto prestou novo tributo a Jorge Costa
"Recordo apenas alguns episódios que revelam o muito que nos deu: Muitos de nós recordam o quanto sofreu quando teve de nos deixar para representar outro clube fora de Portugal. E sobretudo recordamos a sua rasgada alegria quando regressou e vestiu de novo a camisola azul e branca. E o que fez a seguir? Ganhou tudo", começou por escrever André Villas-Boas, prosseguindo.
"Também não esquecemos que, quando triunfava como treinador, decidiu abandonar a sua carreira porque acreditava que poderia ser de novo útil ao seu Clube, desta vez num cargo diretivo. Veio sem arrependimentos e entregou-se de corpo e alma às suas novas funções de Diretor do Futebol Profissional. E foi assim que se despediu de nós: a trabalhar para o sucesso do FC Porto, depois de uma reunião técnica e de uma entrevista em que falou sobre o próximo jogo. Falou com o espírito de sempre, mostrando uma vontade férrea de ganhar sempre o próximo jogo e todos que lhe seguissem", vincou o presidente dos dragões, deixando uma garantia quanto ao legado de Jorge Costa no Dragão.
"O Jorge Costa nunca desistia. Mas, mesmo sabendo o quanto era importante para todos nós, nunca reclamou uma vitória para si. As vitórias eram sempre do FC Porto. O legado de Jorge Costa permanecerá para sempre vivo na memória de todos nós e cumpre-nos honrá-la, diariamente, sem nunca esmorecer. Jorge, vais deixar uma enorme saudade, mas não duvides que lutaremos por ti como tu lutaste por nós e pelo FC Porto. Nunca serás esquecido, Capitão", apontou o líder máximo do FC Porto.
André Villas-Boas reconheceu, ainda, que os "últimos meses" têm colocado o FC Porto "à prova", fruto das perdas de Jorge Costa, Diogo Jota ou Pinto da Costa, pedindo aos portistas que tentem homenagear figuras que deram tanto ao clube.
"Os últimos meses têm-nos colocado à prova. Sofremos enormes perdas, por todas sofremos, como hoje estamos a sofrer com o desaparecimento de Jorge Costa. Lembro, com particular destaque, os nomes de Jorge Nuno Pinto da Costa, o Presidente dos Presidentes, de Artur Jorge, o treinador que nos deu a primeira Taça dos Campeões, dos irmãos Diogo Jota e André Silva, dois jovens que tanto nos deram, mas ainda com tanto para nos dar. Cumpre-nos responder a estas agruras, que tanto nos ferem, mas não nos derrotam com o ânimo reforçado de devolver a estes Homens o muito que nos deram e valorizar o seu legado. Deixaram-nos, mas as suas vidas serão eternamente celebradas, em cada uma das camisolas azuis e brancas que entrarem em campo", sublinhou AVB.
Farioli já convence
No mesmo editorial, André Villas-Boas também não deixou de assinalar o arranque da nova época e deixou elogios a Francesco Farioli, treinador que "traz consigo uma visão moderna e esclarecida do treino, dos processos e do jogo".
"A chegada de Francesco Farioli, que traz consigo uma visão moderna e esclarecida do treino, dos processos e do jogo, não representa apenas uma aposta inovadora, mas também a afirmação do investimento num modelo que valoriza sem concessões o desenvolvimento do talento, a disciplina, o rigor do trabalho e o potencial de crescimento dos atletas e dos plantéis, pois esses são os traços que definem a nossa identidade vencedora. O nosso foco concentrou-se também na composição de um grupo de trabalho que se enquadra no projeto traçado e que possa evoluir, para abrir e dar seguimento a um novo ciclo de conquistas", referiu Villas-Boas, antes de abordar a revolução promovida no plantel do FC Porto.
"Foi esta mentalidade que nos permitiu enfrentar o mercado com rigor para procurarmos não apenas valia técnica, mas profissionais cuja resiliência e ambição estejam alinhadas com os valores do clube. Fizemos escolhas dentro da nossa capacidade financeira, baseadas no potencial de integração e compromisso dos atletas com o clube. Criámos condições para que cada reforço compreenda e encarne o espírito portista, acrescentando valor ao grupo. Naturalmente saíram alguns atletas e colaboradores a quem deixamos, sem exceção, os nossos votos de maiores sucessos. Seremos sempre gratos por tudo o que foram para nós e por tudo o que deram a este clube", rematou o presidente dos azuis e brancos.
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