A morte de Diogo Jota continua a ser sentida pelo plantel do Liverpool e Virgil van Dijk não é exceção. O capitão de equipa do clube de Anfield revelou esta segunda-feira que ainda se estão a adaptar, mas garantiu que não iam parar de tentar honrar a memória do antigo internacional português.
"É claro que foi um período muito difícil, principalmente para a família do Diogo e do André, para a Rute e para os miúdos. São eles que têm de estar em primeiro lugar em tudo isto. Nunca nos podemos esquecer disso e não imaginamos a dor que estão a sentir neste momento", começou por dizer o capitão dos reds em declarações aos meios de comunicação do clube inglês.
"Para ser sincero, ainda é um pouco surreal. Mas estamos a lidar com a situação da melhor forma possível enquanto equipa, e estamos a tentar fazer o melhor trabalho possível para ultrapassar este momento realmente difícil. Com tudo o que aconteceu, é estranho ter de continuar a trabalhar e a jogar futebol. Nunca esqueceremos o Diogo Jota, claro, mas temos de tentar honrar a sua memória. É isso que tentamos fazer todos os dias", continuou.
"O clube está a apoiar-nos muito e isso tem sido muito importante para todos nós. Viram as homenagens e os planos que estão a ser elaborados. Falei com muitas pessoas dentro do clube e penso que a forma como tudo foi tratado foi a melhor", acrescentou o central neerlandês.
"Volto sempre ao facto de que temos de cuidar da família do Diogo, dos pais. Isso é o mais importante. Não se consegue imaginar a dor. É por isso que tentamos estar presentes. É por isso também que é muito importante que honremos e continuemos o seu legado, não só agora e nos próximos meses, mas durante o máximo de tempo possível", confessou.
"Estamos todos juntos nisto, temos de passar por isto juntos. E vamos passar. O Diogo estará sempre connosco. O apoio dos adeptos e do mundo do futebol em geral tem sido incrível. É lindo. Todos temos de viver a vida, desfrutar o mais possível e tentar manter este mundo no melhor lugar possível. É tudo o que podemos fazer", rematou Van Dijk.
Morte dos dois irmãos aconteceu há cerca de um mês
Há um mês, a grande maioria da população em todo o mundo deparava-se com uma notícia trágica. Diogo Jota e o irmão André Silva morreram num brutal acidente de viação na localidade de Zamora, em Espanha, quando seguiam em viagem.
Diogo Jota encontrava-se a caminho de Inglaterra e havia sido aconselhado a deslocar-se de automóvel (e só depois de ferry), em vez de avião, por motivos de saúde. Em função da mais recente intervenção cirúrgica ao pulmão a que foi submetido, já depois da conquista de Portugal na Liga das Nações, o ex-avançado do Liverpool recebeu indicação para não fazer a deslocação de avião, de forma a evitar a pressão da cabine, pelo que o plano passava por chegar a Santander, em Espanha, partindo num barco com destino a Portsmouth, num percurso de cerca de 30 horas.
O fatal acidente aconteceu na A-52, na zona de Zamora, a cerca de 350 quilómetros desse local, na sequência de um despiste que terá sido causado pelo rebentamento de um pneu, enquanto era realizada uma ultrapassagem, seguindo-se um incêndio. Os últimos resultados da investigação da Guarda Civil espanhola apontaram ainda para um possível excesso de velocidade.
O funeral aconteceu no passado dia 5 de julho, em Gondomar, num momento que atraiu muitas personalidades ligadas ao mundo do desporto, desde os plantéis de Liverpool e Penafiel (onde jogavam Diogo Jota e André Silva, respetivamente) a diversos internacionais portugueses. As homenagens multiplicaram-se desde então e, há sensivelmente duas semanas, o conjunto liderado por Arne Slot não esqueceu o antigo jogador, num jogo particular frente ao Preston North End, com momentos arrepiantes.
Leia Também: "Ausência de Diogo Jota deixou vazio. Pode haver uma sensação de perda"