O treinador português Armando Evangelista concedeu, esta quinta-feira, uma extensa entrevista ao Canal GOAT, do Brasil. O técnico falou sobre a mais recente aventura na Arábia Saudita e no Damac, onde será adversário de Cristiano Ronaldo, Jorge Jesus e João Félix.
"Na verdade, eu tinha traçado este objetivo de trabalhar na Arábia Saudita já há algum tempo. E recusei algumas propostas para poder estar cá. Salvo erro, neste momento, são seis os treinadores portugueses que estão na Arábia Saudita: Eu, Jorge Jesus, Pedro Emanuel, Mário Silva, José Gomes e Paulo Sérgio. É óbvio que já outros treinadores portugueses passaram por cá. E fui falando com vários treinadores, com vários jogadores que passaram por cá para compreender o contexto, para saber aquilo que poderia esperar desta liga. E na verdade, depois de algumas conversas que tive, ainda aguçou mais o meu apetite e a minha vontade de vir trabalhar na Arábia Saudita e nesta liga porque, parece-me tratar-se de uma liga das ligas, mais inteligentes a nível global", começou por dizer Armando Evangelista, antes de falar sobre o curto orçamento que a sua equipa tem.
"Por vezes, o mais importante dentro de um projeto, dentro de um clube, não é só o dinheiro. O dinheiro é fundamental, porque se consegue ter acesso a vários recursos, a bons jogadores, mas quando somos organizados, quando conseguimos mover e alinhar tudo dentro de um clube em prol de uma ideia, acredito que é possível. E a minha forma de treinar, a minha forma de estar na vida, é essa. Quando chego a um clube, aquilo que me dá prazer é conseguir conectar todo o clube, todas as pessoas que estão à volta do clube acreditem numa ideia, que acreditem que é possível. E quando se acredita nisso, eu acho que estamos mais próximos de ter sucesso, porque, sendo treinador, sozinho não consigo nada. Procuro sempre envolver toda esta gente dentro do projeto, dentro da ideia, dentro da ambição de poder querer sempre mais", prosseguiu.
Armando Evangelista, que disse ainda não estar arrependido de ter aceitado o convite dos brasileiros do Goiás - onde esteve antes de rumar ao Médio Oriente -, destacou alguns pontos positivos destas semanas na Arábia Saudita.
"A forma como fui recebido, o carinho que toda a estrutura dispensou a mim e a toda a minha equipa técnica, a vontade que têm de que não nos falte nada… Estes são pontos positivos e que nos dão força para enfrentar os desafios e as dificuldades que vamos ter pela frente", vincou o treinador português.
"Eu sabia que ia ser assim, sabia que ia ser difícil, mas era um desafio que queria abraçar e é um desafio que vou querer vencer! Já sabia do grau de dificuldade que ia encontrar, um grau de dificuldade elevado até porque o Damac está a construir quase de raiz um plantel novo. Da época passada só transitaram aproximadamente meia dúzia de jogadores. Ou seja, só por si, fazer chegar ao clube à volta de 18 jogadores já é uma tarefa árdua. Sabemos, e é público, que em termos de recursos financeiros o Damac não tem a força de outros clubes aqui na Arábia Saudita, o que nos obriga a ser muito criteriosos em relação às escolhas e à análise que fazemos. Esse tem sido o principal desafio", finalizou.
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