"A nossa posição é muito clara: somos a favor da centralização", afirmou, à margem da entrega da Medalha de Mérito Municipal Desportivo pela Câmara de Famalicão.
De resto, o dirigente dos famalicenses foi perentório quanto aos proveitos que o futebol luso dali poderá retirar.
"Sentimos que é o caminho que nos fará evoluir. Uma liga mais forte do ponto de vista coletivo será melhor para o futebol português", acrescentou.
Miguel Ribeiro considera que o atual fosso entre os três 'grandes' e os restantes clubes da I Liga é prejudicial ao desenvolvimento do futebol nacional, que em 2022 caiu uma posição na hierarquia da UEFA, para a sétimo.
Esta reação surge após o Benfica ter entregado um pedido de suspensão imediata do processo de centralização dos direitos audiovisuais, a partir da época 2028/29, seguindo a legislação promulgada em 19 de março de 2021, pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
"Este declínio no nosso ranking decorre muito da diferença que existe entre os três grandes e os outros. Se o Famalicão tiver mais quatro ou cinco milhões de euros de televisão, duplica a sua receita. Se o Benfica perder esse valor, talvez não contrate o jogador A ou B para a equipa B", frisou.
O dirigente sublinhou ainda que a responsabilidade por desbloquear o processo cabe a dois líderes: Pedro Proença, da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), e Reinaldo Teixeira, da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP).
"Só há duas pessoas que têm que assumir esta responsabilidade. Um chama-se Pedro Proença e o outro chama-se Reinaldo Teixeira. Foram eleitos para liderar o futebol português. O modelo tem de estar pronto em junho de 2026, e isso é já amanhã."
Miguel Ribeiro criticou a fragmentação do debate, sublinhando que é necessário "equidade".
"Estamos em julho de 2025 a discutir comunicados de clubes, quando o tema é coletivo. Precisamos de equidade, não igualdade, e uma distribuição proporcional de receitas", concluiu.
O modelo promulgado em março de 2021 resultou do memorando de entendimento assinado em 19 de janeiro do mesmo ano por FPF e LPFP, para a concretização da centralização dos direitos televisivos até 2027/28, dentro de duas temporadas.
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