A promessa feita esta segunda-feira por André Villas-Boas a Francesco Farioli de que este poderá ser o maior investimento num mercado de transferências de sempre tem uma fasquia bem fixada a ultrapassar.
"Podemos estar perante o maior mercado da história do FC Porto", afirmou Villas-Boas, em plena cerimónia de apresentação do novo treinador.
Para conhecer essa 'meta', temos de recuar à época de 2019/20, quando a equipa treinada por Sérgio Conceição gastou 63,25 milhões de euros apenas no mercado de verão.
Mas será que esta garantia dada pelo presidente vem com dados que a justifiquem? O Desporto ao Minuto olhou para o registo dessa temporada e analisou o 'resultado' deste investimento feito por Pinto da Costa nesse defeso de negócios no Dragão.
Os reforços de 2019/20 e o que é feito deles?
Foram oito os nomes que chegaram ao Olival para serem trabalhados por Sérgio Conceição nesse verão de 2019. Shoya Nakajima, Zé Luís, Matheus Uribe, Agustín Marchesín, Mamadou Loum, Luis Díaz, Renzo Saravia e Iván Marcano foram oficializados como novos reforços para atacar a conquista de títulos depois de uma temporada quase 'em branco' dos dragões, que só venceram a Supertaça.
O reforço mais caro foi mesmo o japonês, que chegou da Liga do Qatar, por uma verba a rondar os 12 milhões de euros, enquanto que o mais barato - e talvez um dos mais aproveitados - foi o defesa central espanhol, que chegou da AS Roma por pouco mais de três milhões de euros.
No entanto, nenhuma destas caras se encontra atualmente no plantel azul e branco, tendo inclusive representado um prejuízo financeiro por parte da direção então liderada por Pinto da Costa, uma vez que muitos saíram no final dos respetivos contratos a custo zero, após vários empréstimos. A quantia 'de retorno' totalizou 60,75 milhões de euros, resultando numa perda de 2.5 milhões de euros.
Ainda assim, é importante referir que o FC Porto vendeu bastante nessa temporada, estando financeiramente estável para realizar este investimento, já que amealhou cerca de 88 milhões de euros com as saídas de Éder Militão (50 milhões de euros para o Real Madrid), Felipe (20 milhões de euros para o Atlético de Madrid), Óliver Torres (11 milhões de euros para o Sevilla), Galeno (3.5 milhões de euros para o Sporting de Braga), José Sá (2.5 milhões de euros para o Olympiacos) e Yordan Osorio (emprestado ao Zenit por uma taxa de um milhão de euros).
Investimento resultou... em títulos
Dizem que o dinheiro não traz felicidade, mas a verdade é que Sérgio Conceição teve o mercado de transferências mais caro da história do FC Porto e acabou... por sorrir. O treinador português guiou esta equipa portista à conquista de um campeonato da I Liga e de uma Taça de Portugal, tendo ainda alcançado a final da Taça da Liga, que perdeu frente ao Sporting de Braga, na altura liderado por Ruben Amorim.
A realidade é esta mesmo. Os milhões investidos deram frutos e acabaram por trazer ao Estádio do Dragão a reconquista do título nacional, que havia sido ganho pelo Benfica no ano anterior, assim como da Taça de Portugal, que já não era conquistada desde a temporada 2010/11, quando o FC Porto venceu todas as competições em que esteve, incluindo a Supertaça Cândido de Oliveira e a Liga Europa, numa final totalmente portuguesa frente ao Sporting de Braga.
Poderá, portanto, estar algo a ser bem desenhado pelo presidente André Villas-Boas, ainda que os resultados anteriores não sejam uma certeza do que poderá acontecer esta temporada. No entanto, o maior investimento de sempre por parte do FC Porto deu dois títulos ao museu, também conquistados após uma época em que também só tinha sido conquistada a Supertaça.
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