Na Allianz Arena, em Munique, os golos de Francisco Conceição (minuto 63) e Cristiano Ronaldo (68), contra o tento inaugural de Florian Wirtz (48), deram à vitória à equipa das 'quinas' (2-1), que pode chegar ao 16.º troféu, terceiro em seleções principais, no domingo, no mesmo local, após os êxitos no Campeonato da Europa de 2016 e na Liga das Nações de 2019.
Francisco Conceição celebrou ao fim de apenas cinco minutos em campo e deu início à reviravolta nacional, 25 anos depois do 'hat-trick' do seu pai, Sérgio Conceição, face aos alemães na conclusão do Grupo A do Euro2000 (3-0), em Roterdão, nos Países Baixos.
Já Cristiano Ronaldo, de 40 anos, dilatou os recordes de partidas (220) e golos (137) na seleção 'AA', pela qual foi titular e nunca marcou nas finais de 2016 e 2019 e na derrota perante a Grécia no encontro decisivo do Euro2004 (1-0), no Estádio da Luz, em Lisboa.
Angelos Charisteas impediu a equipa então liderada pelo brasileiro Luiz Felipe Scolari de festejar em casa, mas o título europeu chegaria em 2016, com um golo no prolongamento do suplente Eder, aos 109 minutos, perante a anfitriã França (1-0), em Saint-Denis, nos arredores de Paris.
O resultado mais destacado em 104 anos de história da seleção nacional foi atingido sob orientação de Fernando Santos, que voltou aos êxitos três anos depois, quando Portugal venceu em casa os Países Baixos (1-0), com um golo de Gonçalo Guedes, ao minuto 60, no jogo decisivo da primeira edição da Liga das Nações, no Estádio do Dragão, no Porto.
Cristiano Ronaldo, avançado e capitão do conjunto agora liderado pelo espanhol Roberto Martínez, foi o único a figurar nas três finais, enquanto o defesa-central Ricardo Carvalho alinhou de início face à Grécia em 2004, mas não saiu do banco com a França em 2016.
Dos vencedores da Liga das Nações, em 2019, outros nove jogadores contribuíram para esse sucesso em território gaulês, casos do guarda-redes Rui Patrício, dos centrais José Fonte e Pepe, do lateral-esquerdo Raphaël Guerreiro e do médio William Carvalho, todos titulares a tempo inteiro na decisão, enquanto o centrocampista João Moutinho entrou na segunda etapa, ficando o companheiro de setor Danilo e o dianteiro Rafa Silva no banco.
Antes da primeira vitória em 25 anos sobre a Alemanha, que quebrou uma série de cinco derrotas, o histórico de finais das seleções nacionais de futebol tinha sido atualizado pela última vez na semana passada, com a chegada ao duelo decisivo do Europeu de sub-17.
No domingo, Portugal repetiu os triunfos de 2003 e 2016, na 'era' dos sub-17, e em 1989, 1995, 1996 e 2000, no antigo formato de sub-16, ao derrotar na final a França (3-0), em Tirana, para suceder à Itália, que havia vencido os lusos pelo mesmo resultado em 2024.
Ao interromper uma sequência de quatro desaires em seis anos em partidas decisivas, a formação das 'quinas' comemorou um troféu pela 15.ª vez, 11 dos quais em competições continentais jovens: quatro em sub-16, três em sub-17, dois em sub-18, um nos sub-19 e outro no então Torneio Internacional de Juniores, precursor do Europeu daquele escalão.
Já a nível planetário, os dois títulos mundiais seguidos de juniores (sub-20), conquistados frente à Nigéria (2-0), em 1989, em Riade, e ao Brasil (4-2 no desempate por penáltis, após 120 minutos sem golos), em 1991, perante quase 130.000 espetadores no antigo Estádio da Luz, registo recorde para a FIFA, eram os maiores feitos lusos até à vitória no Euro2016.
Nas 32 finais disputadas - 29 em provas continentais e três no plano mundial -, Portugal ganhou 15 e perdeu 17, tendo nivelado o saldo entre tentos marcados e sofridos (34-34).
Portugal nunca conquistou Europeus de sub-21, apesar de ter estado em três finais, nem Mundiais de seniores e de sub-17, cujas melhores prestações findaram nas 'meias', mas poderá isolar-se na liderança do palmarés da Liga das Nações, caso derrote a Espanha, campeã europeia e detentora do cetro, ou a França, vencedora em 2021, na decisão da quarta edição da mais jovem competição continental de seleções organizada pela UEFA.
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