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Gustavo Veloso venceu Volta a Portugal nos momentos maus

Gustavo Veloso considerou hoje que ganhou a 76.ª Volta a Portugal em bicicleta nos momentos maus e defendeu que é preciso maturidade para chegar ao fim de amarelo.

Gustavo Veloso venceu Volta a Portugal nos momentos maus
Notícias ao Minuto

20:40 - 10/08/14 por Lusa

Desporto Bicicleta

"Não foi nada fácil chegar até aqui. Desde o terceiro dia que ando de amarelo e isso pesa, mas também dá asas", começou por dizer na tradicional conferência de imprensa reservada para o vencedor.

Ladeado por Delio Fernandez, o seu amigo e terceiro classificado desta edição, e pelo diretor desportivo Jesus Rosendo, Veloso recordou de novo a dedicação dos seus companheiros da OFM-Quinta da Lixa, "um grande grupo humano", que perante as dificuldades -- a incerteza sobre a participação na prova, os salários em atraso -- soube unir-se.

"As dificuldades ou te separam ou te unem mais. Todos tínhamos claros que o maior objetivo era discutir a volta. Sabíamos que para o nosso próprio benefício o melhor que podíamos fazer era discutir a Volta. O mais fácil era desistir, mas nós não quisemos", destacou.

Veloso reconheceu que, a espaços, sentiu nervosismo. "Mas as corridas não se ganham quando vais bem, ganham-se nos momentos maus. Ganham-se quando há que sofrer. A Torre foi o dia mais complicado para mim. Nos outros dias, senti-me um bocado tranquilo", assumiu, dizendo que para vencer uma prova como a Volta é preciso maturidade.

Agora, de amarelo vestido, o galego de 34 anos já não tem problemas em confessar que na Torre sentiu medo, nem tanto pela prestação de Rui Sousa (Rádio Popular-Onda), que fez "uma excelente subida", mas estava a uma margem de segurança razoável, mas sim Jóni Brandão (Efapel-Glassdrive) e Edgar Pinto (LA-Antarte).

"Não o queria na minha roda, porque chegávamos aos dois quilómetros, eles arrancavam e eu perdia o esforço de muitos dias, aqueles segundos que fui conquistando em cada etapa. Essa foi um pouco a razão pela qual o Delio teve de parar. Ele podia ter ganho a camisola... vou recordá-los sempre", garantiu.

Ao seu lado, Fernández deu nova prova de amizade -- foram várias as demonstrações de carinho entre os dois amigos de há vários anos e eternos companheiros de treino durante a conferência de imprensa --, contando que, antes mesmo de Rosendo lhe ter pedido que parasse de pedalar na Torre, já ele tinha tomado essa decisão.

"Nesse momento, sabia que era líder virtual. Tinha a grande certeza que podia ganhar a etapa, mas estava a pensar na amarela de hoje. Não precisava que o carro chegasse ao meu lado e dissesse para esperar. Já estava a avaliar a possibilidade de esperar pelo meu colega, porque ouvi que ele ia a puxar e que a diferença estava a aumentar. As indicações do carro só confirmaram o que eu pensava", revelou três dias depois de ter abdicado de seguir na roda de Rui Sousa.

O terceiro classificado desvalorizou o seu "sacrifício", defendendo que é "um corredor de equipa" e que, se calhar, o seu trabalho foi o mais mediático, mas todos se sacrificaram para sentir o troféu "um bocadinho" seu.

"Já no ano passado estive na frente, mas a Torre fez-se muito comprida. Mas este ano saio reforçado moralmente. Esta prova é muito difícil e só um pode ganhar. Por exemplo, o Rui leva cinco pódios e não ganhou nenhuma. Há que dar valor à vitória. O nosso valor seguro era o Veloso. Sabíamos que ia ser o mais forte no crono", explicou.

Acabada a conferência de imprensa, o vencedor da 76.ª Volta a Portugal quis um momento para falar, sem perguntas, de modo a poder elogiar o amigo que o acompanha desde amador.

"Já treino com o Delio desde júnior. Como eu sou mais velho, às vezes o nosso treinador pedia para apertá-lo e puxar por ele. Para mim é um orgulho que esteja aqui. É um grandíssimo corredor. Nas suas pernas tem, no mínimo, uma Volta a Portugal. Merece que venha uma grande equipa que o leve", concluiu.

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