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Benfica reencontra Marseille: "Vata ainda nega, mas foi claramente mão"

O Desporto ao Minuto falou em exclusivo com um dos intervenientes desta noite que apelida como "inesquecível". Vítor Paneira, atual treinador do Varzim, jogava no meio-campo do Benfica e recorda o lance do golo de Vata.

Jean Tigana (white dress-L) of French Olympic of Marseille team fights for a ball with Vitor Paneira while Portuguse goalkeeper Silvihno reacts, both from Benfica Lisbon, on April 18, 1990 in Lisbon during the European Cup final. In Lisbon, Marseille set

© Getty Images

David Silva
10/04/2024 07:49 ‧ 10/04/2024 por David Silva

Desporto

Exclusivo

O Benfica-Marseille de 1990, da segunda mão da meia-final da Taça dos Campeões Europeus, ficou marcado nas páginas douradas do clube encarnado. O Benfica voltava, dois anos depois, a ter a oportunidade de ganhar acesso à final e vingar o desaire nas grandes penalidades com o PSV, dos Países Baixos, em Estugarda. 

Quis o destino que fosse um neerlandês a voltar a impor uma derrota às águias na final de 1990, desta vez com Rijkaard a marcar o golo decisivo pelo AC Milan, em Viena. Mas, no dia 18 de abril de 1990, o clima era de festa nas imediações do antigo Estádio da Luz, que albergou (oficialmente) 120 mil pessoas.

Depois de uma derrota por 2-1 em Marselha, na primeira mão, o Benfica tinha a missão de marcar pelo menos um golo e aproveitar a entretanto extinta regra dos golos fora. E foi isso que aconteceu.

Um golo polémico de Vata, aos 82 minutos, na sequência de um canto, com a mão, empatou a eliminatória. Algo inimaginável nos dias de hoje, com o recurso ao videoárbitro. O Desporto ao Minuto falou em exclusivo com um dos intervenientes desta noite que apelida como "inesquecível". Vítor Paneira, atual treinador do Varzim, jogava no meio-campo do Benfica.  

    Recordo-me do último livre. O estádio ficou completamente em silêncio

"Foi aí que começou a aparecer o Marseille europeu, com o treinador Bernard Tapie. Perdemos 2-1 em Marselha, estivemos muito bem na primeira parte. A segunda parte foi demolidora por parte do Marseille, que deu a volta ao resultado. Na segunda mão, aconteceu o golo que precisávamos para dar a volta, imagino que estivessem naquele estádio 130 ou 140 mil pessoas. Antes era tudo mais à vontade", começa por recordar. Além do célebre golo, houve um momento que marcou Vítor Paneira:

"Foi o um jogo incrível. Recordo-me do último livre, em posição frontal. Tinham um jogador, o Jean-Pierre Papin, que era exímio nas bolas paradas. O estádio ficou completamente em silêncio, até se ouviu a chuteira do jogador a bater na bola. Quando ela passa por cima da baliza, aquilo foi... Foi quando tivemos a certeza que iríamos à final", disse.

"Foi incrível, se virmos as imagens, ainda hoje é arrepiante. Para nós, que estávamos lá dentro, nunca vamos esquecer o jogo, porque era a presença em mais uma final. Estivemos em duas finais europeias na década de 80", algo que não seria "impossível" para o Benfica hoje em dia, mas "muito raro", diz Paneira.  

"Vata diz que foi no ombro e não no braço, mas tocou claramente com a mão"

O lance do golo, aos 82 minutos, enfurece marselheses e alegra benfiquistas, passados quase 34 anos. Chegaram a ameaçar de morte Vata, revelou o próprio, que continua a negar que tenha jogado a bola com a mão. Paneira assistiu 'in loco' ao momento da discórdia.

"Estou atrás do Vata e, se você vir nas imagens, se o Vata não tocasse na bola, possivelmente viria para mim. Percebe-se perfeitamente que é com a mão. Ele continua a negar... Por acaso ainda hoje [terça-feira] vi no Instagram uma entrevista do Vata e ele continua a negar, diz que foi no ombro e não no braço, mas tocou claramente com a mão", reitera Paneira.

Questionado se a eliminação foi 'justiça poética' após este golo irregular, Vítor Paneira rejeita: "Há quem diga que foi malapata do Bélla Guttman [risos]. Tem a ver com o jogo, taticamente foi muito equilibrado. Houve um momento de desequilíbrio, muitas vezes o futebol é feito de sorte, felicidade. Ganhámos com um golo que, hoje, seria anulado mas, naquela altura, nem o árbitro tem a completa noção, nem nós. Foi uma final perdida, todos ficámos tristes, mas o futebol é isto", analisa.

Paneira jogou entre 1987 e 1995 no Benfica, sendo consistentemente um dos mais utilizados. Fez muitos jogos pelas águias, mas a meia-final foi especial. "Foi um dos grandes jogos do Benfica, das noites europeias à Benfica. Já às três ou quatro da tarde estava o estádio completamente esgotado. O ambiente que se vivia, de meia-final da Champions, é qualquer coisa de especial, e foi tudo aquilo. O ambiente, ganhar o jogo, o regresso a uma final dois anos depois. Acabámos por jogar contra uma das melhores equipas de sempre, com o Eriksson, que está com um grande problema como todos sabemos. Foi memorável, inesquecível, ainda hoje é arrepiante", finaliza. 

Notícias ao Minuto [O protesto dos jogadores do Marseille após o golo de Vata. Vítor Paneira está junto ao árbitro]© Getty Images  
Vítor Paneira dá favoritismo ao Benfica, em 2024

De 1990 para 2024 muita coisa mudou. As duas equipas voltam a encontrar-se, já não na Liga dos Campeões, e numa fase anterior às meias finais. Em antevisão à partida desta quinta-feira, realizada no Estádio da Luz, Vítor Paneira destaca a evolução do rendimento do Benfica na Europa.

"Nós temos um Benfica que, a partir da última fase de grupos, foi crescendo, tem sido mais competente nas competições europeias. O Benfica está sem perder na Liga Europa, é uma equipa competente que irá discutir o jogo e tem todas as condições para vencer. Sabemos que o Marseille não está a passar por um dos melhores momentos mas tem uma enorme qualidade. Ainda que os franceses digam que o favoritismo seja do Marseille, eu acho que é do Benfica, pelo historial, pelas individualidades. Depende muito do jogo aqui, como a equipa se comportará e a vantagem que pode levar para a segunda mão", prognostica. 

Leia Também: Vata e a polémica no Benfica-Marseille em 1990: "Insultaram-me"

Leia Também: Vata nega mão contra o Marseille, 34 anos depois: "Sei o que fiz"

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