Fernando Santos, numa entrevista ao diário A Bola, comentou a fase de qualificação de Portugal para o Euro'2024, só com triunfos, agora sob o comando de Roberto Martínez.
"Aproveito para dar os parabéns ao trabalho que tem sido feito pelo novo treinador [Roberto Martínez], de quem sou amigo há muitos anos, de nos encontrarmos por aí no futebol e já falámos algumas vezes sobre futebol. Ele e os jogadores fizeram uma campanha fantástica. Excelente. Parabéns", começou por dizer o antigo selecionador, falando sobre a dificuldade de Portugal voltar a repetir a conquista de títulos.
"Podemos sempre continuar a escrever [história], não podemos é querer repeti-la. Podemos continuar a escrevê-la com outros sucessos. Mesmo sem ganhar troféus. Eu tive sucesso em projetos em que não ganhei troféus. Na Grécia tive vários exemplos disso. Tenho orgulho por tudo aquilo que construí ao longo da minha vida. Mas espero continuar a escrever história. Tenho as minhas virtudes e os meus defeitos. Tenho essa noção e gosto de passar à minha família que é importante não criticar ninguém. Um dos problemas da sociedade atual é, claramente, a falta de respeito pelas opiniões dos outros. Nós andamos todos muito na ótica de só quem pensa como nós é que é bom. Quem tem outro pensamento já não presta. Há uma enorme falta de respeito por quem não é como nós e é isso que leva a muito do que tem acontecido. Se nos respeitarmos nas diferenças podemos falar sobre elas e cada vez mais é importante que pensemos assim, no futebol e na vida. Não podemos é faltar à verdade", complementou Fernando Santos, frisando que não dá para mudar a história.
"Se tivesse feito diferente não teria acontecido o que aconteceu. Não dá para mudar a história. Sei que errei algumas vezes ao longo destes 35 anos de carreira. Cometemos sempre decisões erradas, erros de análise são normais. O futebol é um jogo de erros onde ganha quem erra menos. Se não tivesse cometido erros ao longo da minha carreira tinha ganho sempre tudo e não ganhei. Fiz muitos bons trabalhos e outros menos bons. É o normal. Ganhamos todos e perdemos todos", rematou.
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