Declarações de Moreno Teixeira, treinador do Desportivo de Chaves, após a derrota frente ao Benfica (0-2), na 10.ª jornada da I Liga, num disputado este sábado em Chaves.
Análise: Uma primeira parte sem grandes oportunidades, com muita iniciativa de jogo do Benfica, estratégia nossa, responsabilidade minha, porque, se não fosse assim, o Benfica com espaço iria criar mais oportunidades, provavelmente até iria fazer golos. Nós [estivemos] muito equilibrados defensivamente, a fazer aquilo que foi pedido aos atletas, fizeram-no quase na perfeição, não me recordo assim de uma grande oportunidade do Benfica. Podíamos ter tido mais calma em alguns momentos de saída em transição, não o conseguimos, mas uma primeira parte equilibrada, com mais posse de bola, é óbvio, para o Benfica, a jogar muito mais no meio campo ofensivo, nós no defensivo, mas sem grandes oportunidades de golo.
Reação do Benfica na segunda parte: O início da segunda parte [foi] bom da nossa parte, a chegar duas, três vezes à área adversária, a poder ter uma finalização, até uma oportunidade de golo, lembro-me agora do Sanca. O Benfica pôs-se em vantagem com um erro nosso e aqui a responsabilidade [é] nossa, também, com um golo até algo estranho, de ressalto. A equipa voltou a ter uma boa reação, o Langa manda uma bola à barra, a equipa voltou a reagir, sem nunca nos desequilibrarmos, porque contra estas equipas, com a qualidade individual que o Benfica tem, se nos desequilibrássemos defensivamente iria ser mais difícil e, depois, aparece, na minha opinião, o momento do jogo, um lance que não é penálti.
Grande penalidade: Já estive a ver, estou equilibrado, estou consciente naquilo que estou a falar, e não é penálti. Vocês sabem, tão bem como eu, que não é penálti. Este tipo de penáltis não se marcam a todas as equipas, marcam-se a equipas como o [Desportivo de] Chaves, mas não é penálti e tira-nos do jogo, claramente. Dá o conforto que o Benfica precisava, necessitava. Não quero dizer que perdemos pelo lance do segundo golo, mas tira-nos claramente do jogo a 20 minutos do fim e fica muito difícil voltar a entrar.
Expulsão: Terei de me ajustar, sou o primeiro a reconhecer isto, mas sou eu, não consigo disfarçar aquelas emoções. Só tive aquela reação depois de ver, novamente, as imagens no banco e perceber que não era penálti. Tive a reação que tive e, se calhar, terei de ser mais equilibrado. Não sei o que é que o [árbitro] Hélder Malheiro irá escrever no relatório, mas se escrever alguma coisa diferente daquilo que eu disse que foi 'isto é uma vergonha, não é penálti', vai estar a mentir, isso é claro. Não o deveria ter feito, a reação que tive, não ajuda ao futebol, mas sinto-me injustiçado, nós, [Desportivo de] Chaves, sentimo-nos injustiçados por termos sofrido um penálti daquela forma e nos ter tirado do jogo.
Atitude da equipa: Vivemos de pontos e temos de ter essa consciência, essa responsabilidade. [...] Há um mês e meio estávamos muito desconfortáveis, porque estávamos em último lugar, com zero pontos. Não nos encontramos nessa situação, vivemos de pontos e a equipa deu [hoje] uma equipa diferente daquela que deu nos últimos dois jogos, um para a Taça [de Portugal] e em Guimarães [para a I Liga], percebendo que [este] jogo teve um contexto muito próprio.
Reação às adversidades: A equipa reagiu, poderia ter feito melhor, sou o primeiro a reconhecer, essencialmente, no momento com bola, mais calma, na decisão, mas não o conseguimos, mérito também do Benfica, e [agora] olhar para a frente com esta responsabilidade, perceber que vivemos de pontos, que temos de sair rapidamente desta situação, mas que todos os jogos são muito difíceis. [Estou] minimamente satisfeito com a resposta que deu em função dos últimos dois jogos que fizemos.
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