Não foi um 'adeus' definitivo à Liga dos Campeões, mas tudo parece estar encaminhado para isso. Com a fase de grupos apenas a meio, o Benfica voltou a tropeçar, esta terça-feira, frente à Real Sociedad (0-1), continuando sem somar pontos na prova milionária.
O emblema da Luz entrou em campo - com meia dúzia de alterações - já a saber que, em caso de derrota, ficaria a sete pontos dos líderes do grupo D da Liga dos Campeões, algo que acabou mesmo por acontecer, numa altura em que já só estão nove pontos em discussão. A luta por um lugar na Liga Europa é, por isso, o cenário que poderá 'amenizar' os estragos.
O primeiro tempo ficou marcado por um golo anulado para cada lado - primeiro para Musa e, mais tarde, para Brais Méndez -, mas a verdade é que a Real Sociedad parecia estar mais 'à vontade' no jogo, uma vez que os melhores lances pertenceram precisamente ao emblema basco.
Roger Schmidt mudou peças do puzzle ao intervalo, mas nem assim as coisas realmente... mudaram. Já para lá da hora de jogo, Brais Méndez aproveitou um desequilíbrio criado por Barrenetxea e 'gelou' a Luz (62'), num lance que se fez sentir (e muito) na equipa do Benfica.
A correr atrás do prejuízo, o conjunto encarnado apoderou-se dos lances mais perigosos na reta final da partida, mas nada foi suficiente para alterar o rumo dos acontecimentos, ditando a terceira derrota ao terceiro jogo.
Com um misto de aplausos e assobios após o apito final, o Benfica volta a virar agora atenções para o campeonato nacional, sabendo que a complicada vida entre os milhões da Champions poderá ter repercussões no estado anímico da equipa da Luz.
Vamos então às notas da partida:
Figura
Brais Méndez acaba por se afirmar, incontornavelmente, como a figura do encontro, não só pelo decisivo golo que apontou, como por tudo aquilo que deu ao jogo. Ainda antes de dar motivos de festejo aos adeptos da Real Sociedad, o médio de 26 anos já tinha assustado Trubin, inclusive com um golo anulado, revelando ser um dos 'quebra-cabeças' para a defesa do Benfica. O golo que apontou aos 62 minutos acabou por ser a cereja no topo do bolo perante uma exibição positiva e praticamente sem erros.
Surpresa
Tiago Gouveia entrou em jogo apenas aos 68 minutos, mas a verdade é que 'coincidiu' com os momentos em que o Benfica gerou maior 'aperto' ao adversário, algo para o qual contribuiu o avançado que entrou para o lugar de David Neres. O recém-entrado tinha feito o gosto ao pé - e de que maneira... - diante do Lusitânia dos Açores (1-4) e voltou a provar que é uma opção válida para Roger Schmidt, não só pelo golo do empate que ambicionou, mas também pela fluidez que deu ao jogo dos encarnados junto à grande área adversária.
Desilusão
João Mário tem oscilado entre a titularidade e o estatuto de suplente utilizado e, apesar de até ter feito a sua estreia a marcar no jogo anterior (relativo às contas da Taça de Portugal), acabou por protagonizar mais uma exibição em que deu sensações de que faltava... algo. A juntar aos passes folhados e às bolas intercetadas pelos adversários, o internacional português teve sérias dificuldades em criar ou oferecer perigo à Real Sociedad, acabando mesmo por ser substituído ao intervalo.
Treinadores
Roger Schmidt promoveu meia dúzia de alterações (já esperadas) em relação ao último jogo, com destaque para o regresso de Alexander Bah. Sem contar com Ángel Di María (fora da ficha de jogo), o Benfica não entrou bem e, apesar de ligeiras melhorias, acabou por sentir muitas dificuldades até ao intervalo. As substituições no arranque do segundo tempo não se traduziram em melhorias propriamente visíveis, sendo que o golo da Real Sociedad foi sentido como um duro golpe na estratégia do técnico alemão em busca do primeiro triunfo na Liga dos Campeões.
Imanol Alguacil não abdicou da sua forma de jogar e isso ficou patente nos processos definidos e compactos apresentados em campo. Seguros a defender e imperiais a atacar, os espanhóis incomodaram o Benfica (e muito...) ao ponto de serem donos e senhores dos maiores lances de perigo, travando grande parte das investidas das águias até ao momento em que se colocaram em vantagem no jogo. Só a partir daí é que o técnico espanhol mexeu e a gestão revelou ser acertada.
Árbitro
Clément Turpin protagonizou uma arbitragem segura e sem casos polémicos, de tal forma que não foi chamado a rever lances de indecisão no video árbitro. Seguro a apitar as faltas e coerente na hora de mostrar os cartões amarelos, o árbitro francês não se precipitou a analisar os lances em que a Real Sociedad ficou a pedir penálti por mão na bola de jogadores do Benfica, numa interpretação que terá seguido a mesma linha do VAR.
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