Numa entrevista aberta e sem temas tabu, Vítor Pereira falou sobre a experiência no Brasileirão, ao Canal 11, na noite desta quinta-feira. Teve duas passagens curtas pelo Corinthians e pelo Flamengo, com algumas polémicas pelo meio.
"Quando vamos para um país como o Brasil, temos de nos adaptar um bocadinho porque não vamos mudar nada. Há coisas que a mim me chocaram. Tem de haver alinhamento, senão é um problema. Quando saí do Corinthians, disseram-me que estava um, dois ou três jogadores contra mim. Enquanto eu lá estive pareceu-me que estava tudo alinhado. Porque o grupo de capitães, ou o presidente dizia 'tem de ser assim e acabou'. Quando saio e vou para o Flamengo, é claro que aparece o A, B ou o C que já dizem que estavam contra mim...", lembrou o técnico português.
Já sobre a saída do Flamengo, algo tumultuosa após 16 jogos ao comando do clube, Vítor Pereira refere que a doença da sua sogra tem sido utilizada como 'bode expiatório', quando, na verdade, é uma razão cabal para voltar a Portugal. "Eu sinto que a minha família foi exposta e não desejo a ninguém o que se passa com a minha sogra, são onze anos de doença e eles brincam com isto. Foi uma justificação que arranjaram para que os adeptos e imprensa aceitassem e venderam aquilo", disse.
Mas os problemas com o Flamengo surgiram desde a raiz - logo no início do trabalho com o 'mengão'. "O facto de a minha equipa técnica não ter ido comigo para o Flamengo deixou-me quase descalço. Mas eu não os culpo. Eu aceito", garante Vítor Pereira, rematando que no Brasil "um treinador pode ir do céu ao inferno em 3 dias".
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