João Cancelo concedeu, esta quinta-feira, uma extensa entrevista às plataformas oficiais do Bayern Munique, na qual abordou diversos temas, entre eles, as dificuldades que viveu durante a infância, antes de alcançar o sucesso, no mundo do futebol.
O internacional português, que se encontra emprestado pelo Manchester City aos bávaros, até ao final da presente temporada, descreveu-se como "um lutador" e atirou: "A vida em Portugal é muito mais difícil do que na Alemanha".
"A minha mãe trabalhava em três sítios diferentes, nas limpezas. E, uma vez que o ordenado mínimo é muito baixo, em Portugal, era difícil pagar a renda. Nos primeiros 16 anos da minha vida, vivi com a minha família na casa dos meus avós, porque não conseguíamos pagar o nosso próprio apartamento", começou por referir.
"O meu pai era construtor e trabalhava durante seis meses, na Suíça, na altura, e, depois, passava um mês connosco. Ele teve de ir viver para o estrangeiro para alimentar a própria família. Felizmente, agora, é um pensionista. Eu era bom, na escola, e sempre tive o futebol", acrescentou.
O jogador formado no Benfica confessou, ainda, que "foi muito duro" quando perdeu a mãe com apenas 18 anos: "O meu pai disse-me que tinha de aceitar mais responsabilidades pela família. Ele não tinha emprego, e o meu irmão estava na escola. Não foi um período fácil. É preciso determinação".
"Penso que isso contribuiu para eu ser uma pessoa mais reservada, agora, apesar de a minha natureza ser, basicamente, muito feliz. Tenho uma tatuagem da minha mãe na parte superior do braço e o nome dela, Filomena, na parte inferior. A bênção dela deu-me força e segurança", confessou.
"Quando estou em casa, em Portugal, a primeira coisa que faço é visitar o túmulo da minha mãe. Sinto-me bem, ali. Posso dizer-lhe tudo aquilo que sinto. Parece-me que ela ainda está connosco, apesar de não responder", completou o lateral-direito.
Leia Também: Tuchel deixa garantia sobre João Cancelo: "Adoro-o..."