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A vergonha de Paulo Futre

O antigo avançado Paulo Futre recordou, com vergonha, a presença de Portugal no Mundial de 1986, qualificando, o "caso Saltillo" como o momento mais negro da história do futebol português.

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Lusa
25/05/2014 08:57 ‧ 25/05/2014 por Lusa

Desporto

Mundial1986

"Recordo-me sempre quando chego a Portugal e tenho vergonha pelos meus pais, em especial pelo meu pai. É a página negra do futebol português e eu estava lá, tinha 20 anos e foi tudo mau", recordou Futre, em entrevista à agência Lusa.

Contudo, o ex-futebolista, que chegou apenas com nove internacionalizações "AA" ao Mundial do México, lembra que o "Caso Saltillo" acabou por mudar a seleção portuguesa.

A "única coisa positiva" terá sido a aproximação dos jogadores de FC Porto e Benfica, pois, "até ali os jogadores do FC Porto e do Benfica não se falavam".

"No autocarro, iam os jogadores do FC Porto atrás e os do Benfica à frente, nas mesas de refeição, eram os jogadores do FC Porto de um lado, os do Benfica do outro. Havia uma grande rivalidade", recordou.

Futre assegura que "as gerações a seguir àquele Mundial já apanham uma grande unidade", pois no México "foi obrigatório haver uma grande união do grupo, já não houve Benfica, não houve FC Porto" e que esta "deve ter sido a única coisa positiva".

"Todos temos um pouco, ou uma grande culpa. É normal que nós, jogadores, apontemos mais para a federação, porque é o primeiro Campeonato do Mundo em que aparece a publicidade e a federação não nos quis dar um pouco da tarte, quis ficar com toda a publicidade para eles. Foi daí que apareceram todos os problemas, toda a confusão", afirmou.

A questão da publicidade, recorda Futre, levou a que os jogadores treinassem em tronco nu ou com roupa própria, só utilizando, do material dado pela federação, o fato oficial e o equipamento dos jogos.

"A planificação foi horrível. Chegámos primeiro ao México do que os próprios mexicanos. Chegámos muitos dias, ou semanas antes de começar o Campeonato do Mundo, foi um massacre total a nível psicológico", afirmou Futre, que defendia que os jogadores pudessem levar as mulheres para o estágio.

O facto de Portugal regressar a um Mundial, 20 anos depois do terceiro lugar em 1966, pode ter trazido alguma pressão aos jogadores, que rapidamente foi esquecida com os problemas surgidos no México.

"Tínhamos de estar concentrados no que era campeonato do Mundo e estávamos com outros problemas, estávamos a pensar em tudo, menos nos jogos que íamos ter, no Campeonato do Mundo. Eram reuniões, que eram quase todos os dias, entre nós ou com a federação, era a péssima organização", disse.

Paulo Futre recorda ainda o campo inclinado onde a equipa treinava, os jogos amigáveis, em que a equipa das "quinas" defrontava pedreiros, cozinheiros, e que ganhava 14, 15 a zero.

Portugal até começou bem o Mundial de 1986, com um triunfo sobre a Inglaterra (1-0), mas, depois, acabou por ser eliminado com as derrotas face a Polónia (1-0) e Marrocos (3-1).

"Começámos bem. Acho que ali foi mais o orgulho. Mas, foi uma vitória contra a federação. Foi um jogo de raiva, não por estarmos num campeonato do Mundo, mas por estarmos em guerra com eles. Foi de raiva contra eles. Tínhamos de estar todos unidos", referiu.

Para Futre "era impossível" haver um novo Saltillo, por aquela "foi a página negra, mas a partir dali tudo mudou na federação".

"Estive um ano e tal sem ir à seleção, porque estava solidário com os jogadores que tinham sido afastados, e quando voltei vejo que já não há a rivalidade que havia, já há uma grande união, também já se via uma melhor organização dentro da federação. Quando chega a 'geração de ouro', nunca passaram pelo que eu passei com 20 anos", considerou.

 

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