O Sporting chegou à final da Taça da Liga. Surpreendido? Não é caso para tanto, já que os troféus das últimas duas edições foram guardados no museu do Estádio de Alvalade.
Surpresa foi o equilíbrio do jogo, muito graças à exibição enorme do Arouca. O emblema da Serra da Freita agigantou-se em busca de algo inédito, uma final que pudesse confirmar de vez a temporada acima da média. Tudo corria bem até ele, o tal, mostrar os dentes.
Paulinho começou mal e acabou bem. Com mais dois golos na conta pessoal, o avançado dos leões chegou aos 20 golos na prova, seis na atual edição. O pé está mais quente do que nas últimas semanas, não podendo arrefecer até ao próximo sábado, dia da final.
Os leões vão estar presentes pela sexta vez na grande decisão da prova, aguardando pelo outro jogo da 'final four'. FC Porto ou Académico de Viseu vão cruzar-se com o Sporting no Estádio Dr. Magalhães Pessoa, em Leiria, na última viagem rumo à conquista da Taça da Liga.
Posto isto, vamos às notas.
A figura
Paulinho não esteve no melhor plano se olharmos para o cômputo geral. Ainda assim, ficou em evidência ao iniciar e terminar a vitória do Sporting na partida. Somou alguns desperdícios, principalmente na primeira parte, quando foi mais requisitado. Na segunda parte entrou mais vezes nas jogadas da equipa e, tal como tinha feito perto do intervalo, marcou e redimiu-se. O avançado dos leões mostrou duas faces, assim como o leão. Nota ainda, e muito justa, para a exibição de Nuno Santos.
A surpresa
Alan Ruiz mostrou que segundas oportunidades podem ser (muito) bem aproveitadas. O argentino esteve em grande plano frente à antiga equipa, desenhou a jogada do golo do Arouca com um cruzamento venenoso e revelou-se determinante no plano ofensivo. Alan Ruiz ainda está dentro da validade, continua a somar pontos nos arouquenses e prepara-se para um salto. Aquilo que se esperava que mostrasse no Sporting está a mostrar agora no Arouca.
A desilusão
Num duelo intenso e de pouca margem de erro, Matheus Reis errou. O brasileiro conseguiu fechar a primeira parte com qualidade, combinando bem com Nuno Santos nas dinâmicas da ala esquerda do Sporting. A partir do intervalo, foi outro jogador, pior que antes. Esteve em evidência ao marcar um golo que acabou anulado, mas não foi capaz de transferir essa qualidade para as suas funções defensivas. Entregou um lance ofensivo ao Arouca na cara de Adán e, no golo de Dabbagh, ficou a olhar, sem reação para pressionar o adversário, que se isolou na cara do golo.
Os treinadores
Armando Evangelista
Nota positiva para o Arouca de Evangelista. Voltou a dar luta ao Sporting, mas não conseguiu vencer como fez para a I Liga. Com a linha de cinco que Amorim adivinhava, foi sempre controlando a profundidade, nunca caiu na armadilha de se desposicionar, saiu em contra-ataque e chegou a ferir o leão. Já perto do final, não conseguiu segurar mais o poder do adversário. Caiu, mas de pé, com uma exibição de quatro estrelas e meia.
Rúben Amorim
As surpresas deste Sporting limitaram-se ao onze inicial. Ricardo Esgaio a titular com Pedro Porro no banco mexeu com alguns adeptos. A troca de Inácio por St. Juste foi outra surpresa. Dado curioso: os dois jogadores acabaram rendidos por quem substituíram. A exibição do Sporting já não foi uma surpresa. Com alguma irregularidade, a acusar pressão em momentos, a equipa conseguiu passar por cima. Um show de duas faces no qual a melhor só apareceu por duas vezes.
O árbitro
Os dois lances capitais do jogo caracterizam bem a exibição de Fábio Veríssimo. Com um polémico golo anulado, no qual o infrator, o Sporting, acabou tremendamente beneficiado, e duas grandes penalidades por marcar a favor dos leões, Veríssimo deixou Leiria com nota a pender para o negativo, ainda que seja cada vez uma constante.
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