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"Brasil? Se Portugal pensar no pós-grupos, pode ter dissabores..."

Em entrevista exclusiva ao Desporto ao Minuto, Josué, internacional português, antevê que a equipa das quinas poderá completar a fase de grupos sem derrotas, e aponta os comandados de Fernando Santos como um dos favoritos à vitória final no Qatar.

"Brasil? Se Portugal pensar no pós-grupos, pode ter dissabores..."
Notícias ao Minuto

08:13 - 21/11/22 por Rodrigo Querido

Desporto Exclusivo

A seleção portuguesa de futebol prepara, por estes dias, o jogo de estreia no Campeonato do Mundo, a decorrer no Qatar. Pela frente, as cores nacionais terão, dentro de três dias, o Gana, naquele que se espera que seja o primeiro triunfo rumo à caminhada vitoriosa na final da competição.

Até ao jogo da final, no Estádio Lusail, a equipa das quinas terá ainda de enfrentar Uruguai e Coreia do Sul na fase de grupos, a que se seguem jogos dos oitavos, quartos e meias finais, sempre com uma forte condicionante: o clima seco neste país do Médio Oriente.

Além disso, o facto de este Campeonato do Mundo se realizar a meio de uma época desportiva é também, por si só, um desafio para os jogadores, mas também para a equipa técnica nacional.

Em entrevista exclusiva concedida ao Desporto ao Minuto, Josué Pesqueira, internacional português, faz um raio-x completo à seleção nacional. Da possível problemática com o clima seco, passando pelas potenciais escolhas de Fernando Santos, o atual jogador dos polacos do Legia responde a tudo.

O médio, de 32 anos, antevê que a equipa das quinas poderá realizar uma fase de grupos sem derrotas e aponta os comandados de Fernando Santos como um dos favoritos à vitória final no Qatar.

Campeão do Mundo? Era um sonho para todos os portugueses e mais um ponto alto no nosso paísMuitos colocam Portugal no grupo de seleções favoritas à conquista do Mundial. O que espera da prestação portuguesa nesta prova?

Sinceramente, como português, espero que consigam ir o mais longe possível. E isso era chegarem à final e ganharem o Mundial. Era um sonho para todos os portugueses e mais um ponto alto no nosso país, tanto para as pessoas fora do futebol, mas muito mais para as pessoas dentro do futebol. Como jogador português a jogar fora do país, ia dar-nos mais visibilidade, mais ainda do que aquela que começámos a ter quando Portugal ganhou o Euro’2016.

Coreia do Sul, Gana e Uruguai são os adversários de Portugal, nesta fase de grupos. Historicamente, costumamos andar de calculadora atrás nestas fases das provas de seleções. Acha que isto se vai repetir no Qatar?

Penso que não. Os adversários que Portugal vai encontrar no grupo são de qualidade, mas a nossa seleção é candidata à vitória no grupo em que está inserida. Mas já tivemos Europeus e Mundiais em que Portugal era favorito no grupo e depois ou não passou, como no Brasil, ou foi difícil e sempre à espera do último jogo e de outros resultados, porque não dependia só da nossa equipa. Neste momento, Portugal tem tudo para passar no primeiro lugar e vencer os três jogos da fase de grupos. Vai ser difícil porque todos têm de ser encarados como finais, tal como deve acontecer em qualquer Europeu ou Mundial. Não há segunda mão. Passados os 90 minutos, há três resultados possíveis e eu espero que Portugal consiga, em três jogos, os nove pontos para ficar no primeiro lugar do grupo. Ficando neste posto, também conta muito para o próximo adversário que Portugal vai apanhar.

Se perguntarem a todos os que estão no Mundial, toda a energia que têm vão depositá-la no Campeonato do Mundo

Este Mundial acontece ‘fora de horas’ e com jogadores com metade da época ainda por percorrer. Como prevê que os 26 eleitos possam reagir a esta situação?

É verdade que a maioria dos jogadores que jogam na Europa já levam meia época. E há muitos no Canadá e nos Estados Unidos que já a terminaram e isso é difícil também para eles. Portugal tem grandes profissionais e jogadores que estão mais do que habituados a muitos jogos durante a época e que darão a melhor resposta. Vão jogar no Qatar, o que não é fácil por causa do calor. Há mudanças de horas, de tempo, e têm de se habituar o mais rápido possível ao clima. Mas acho que Portugal está mais do que habituado a estar nestas fases finais e jogar estes grandes jogos. Os jogadores que estão no Mundial encaram isto como um à parte, um extra. Se perguntarem a todos os que estão no Mundial, toda a energia que têm vão depositá-la no Campeonato do Mundo e não vão pensar no que vão fazer depois da prova. 

E vai acontecer num país em que as temperaturas, mesmo para esta altura do ano, podem estar mais elevadas do que o habitual. Isto pode ser um problema?

Não creio que seja um problema. Por vezes, podemos ver que a intensidade dos jogos em si não é a mesma que a há nesta parte da época nos jogos da Liga dos Campeões. Vai estar calor e um clima seco. Mas acho que os jogadores já estão mentalizados de que vão apanhar esse clima e isso é meio caminho andado para fazerem um bom Mundial.

Brasil? Se Portugal pensar no vai acontecer depois da fase de grupos, pode ter dissabores e não conseguir passar esta etapa

A mecânica da fase de grupos coloca Portugal como um dos possíveis adversários do Brasil na próxima fase da prova. Acredita que este é um pensamento que está desde já na cabeça dos jogadores?

Acho que não e espero que não tenham pensado nisso. O mais importante são os primeiros três jogos. Se Portugal pensar no que vai acontecer depois da fase de grupos pode ter dissabores e não conseguir passar esta etapa. Os jogadores estão mentalizados de que têm três jogos muito importantes. Ficar no primeiro lugar também é uma chamada de atenção a todas aquelas pessoas que podem não pôr Portugal como um dos favoritos. Apesar de haver muito respeito pela seleção, ainda nos vão respeitar ainda mais se ficarmos em primeiro no grupo.

Mas os jogadores podem entrar nestes três jogos a pensar dar o tudo por tudo para evitar este confronto?

Não, acho que Portugal não vai ter esses pensamentos. Até porque, no final de contas, se quisermos ganhar o Mundial, vamos ter de vencer todos os jogos e a todas as seleções que tivermos pela frente. Não é por ser ou não o Brasil, ou por ser ou não um grande candidato. Ainda há pouco tempo éramos candidatos a estarmos na final four da Liga das Nações, precisávamos de um empate e acabámos por perder o jogo com a Espanha. Acho que os jogadores estão bem mentalizados sobre isso. Para além disso, são muito experientes e não vão pensar no que poderão apanhar ou não depois da fase de grupos.

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