Análise: Entrámos bem, fizemos o golo a abrir. Temos quatro ou cinco momentos em que podemos fazer o segundo golo, mas não fizemos. O Santa Clara, no final da primeira parte, também ameaça com chegadas à baliza. Um Santa Clara muito assente na sua organização defensiva, com uma muralha forte atrás, bem organizado. Nós, num campo difícil, tentámos circular a bola de forma rápida, sem dar mais de dois ou três toques e ter alguma eficácia na forma de chegar à baliza. O resultado, ao intervalo, aceita-se. Na segunda parte, tentámos injetar nos jogadores uma capacidade de querer ir à procura do segundo golo. Caímos no erro de nos sentarmos no golo que tínhamos marcado. Tentámos controlar o jogo. Temos uma ou duas chegadas à baliza, mas sem grande contundência, e o adversário, quando é assim, vai acreditando. O adversário acaba por empatar num lance de bola parada, como nós. Na parte final, é fruto da forma como a equipa se entrega ao jogo. Tentou, com pouca lucidez.
Faltou frescura: Eventualmente. Essa terá sido a nossa grande missão nos dois dias que mediaram o jogo de quarta-feira e o de hoje. Tentámos carregar a barra de energia dos jogadores. Jogámos 60 e poucas horas depois de jogarem na Liga dos Campeões. Aí, subimos um outro dragão no que foi o sucesso que planeámos no início da época. Conseguimos, mas, hoje, o objetivo era saltar degraus naquilo que era a humildade e a forma de atacar o golo. Não quero dizer que os jogadores não foram humildades. Caíram no lugar comum de tentar gerir um jogo que não estava resolvida. Do outro lado, tivemos uma equipa que se bateu de forma muito brava e acabou por empatar, com mérito.
Murro no estômago: É um murro, mas é importante que nós, equipa técnica e jogadores, aprendamos com os erros. O maior ato de inteligência que o ser humano pode ter é errar e, depois, não o repetir. Lançámos esse desafio aos jogadores, de não chegar aqui e pensar que era um jogo praticamente ganho. Não foi. Um adversário muito competente na forma de defender, que se agarra a tudo. Quando não estamos no máximo da capacidade, não só de talento como de trabalho... A capacidade de trabalho esteve lá. O talento, houve gente que ficou aquém. Procuramos sempre que o todo seja maior do que as partes, mas hoje, não aconteceu. Nem todas as partes estiveram ao nível que se pretendia. O resultado final foi o que foi.
Longe do título antes do Mundial: Outro erro capital que podemos cometer é começar a olhar para a distância a que estamos da frente. Temos de olhar para nós. Temos de agarrar o jogador e segurar os alicerces. Já falámos muito sobre isto. É meter o pé na chapa, andar a fundo e tentar colar ao que está na frente.