A pesada derrota do Sporting no Estádio Dragão na passada jornada expôs os vários problemas que os leões têm para esta temporada e abriu feridas que se tornaram ainda mais profundas na noite de sábado. O Desportivo de Chaves viajou de Trás-os-Montes até Lisboa e impôs uma derrota histórica aos verde e brancos, que pode deixar os lisboetas a oito pontos da liderança.
Após o desaire diante do FC Porto, era expectável que o conjunto de Alvalade mostrasse outra face diante do flavienses. O Sporting até justificava a vantagem no final da primeira parte. Os leões, que somaram o segundo desaire seguido, poderiam ter ido para o descanso a golear o Desportivo de Chaves, que não rematou uma única vez à baliza de Antonio Adán na etapa inicial, mas quis o destino que o acerto ofensivo dos verde e brancos não estivesse nos seus dias e que o guarda-redes Paulo Vítor defendesse tudo o que tinha para defender, ainda que em algumas situações tivesse criado calafrios à sua defensiva.
O nulo ao intervalo castigava fortemente o Sporting por ter desperdiçado mais sete ocasiões de golo, com os leões a pagaram caro o facto de não terem concretizado essas oportunidades. Os espetadores em Alvalade assistiram a uma hecatombe que, provavelmente, não estariam à espera.
Os comandados de Vitor Campelos viriam a inaugurar o marcador, aos 60 minutos, por intermédio de Steven Vitória, um cabeceamento certeiro que teve o condão de desorganizar os comandados de Rúben Amorim, ao ponto dos lisboetas terem encaixado o segundo golo três minutos depois. Até ao final o Sporting tentou fazer-se à vida, mas encontrou pela frente um Desportivo de Chaves que se fechou bem e alcançou um inédito triunfo em Alvalade, que é também o primeiro em casa de qualquer um dos 'grandes'.
A noite era para esquecer e o tribunal de Alvalade não perdoou. Assim que soou o apito final de André Narciso, os mais de 30 mil adeptos sentados nas bancadas assobiaram a equipa. O leão foi ao tapete e agora Rúben Amorim terá de retirar o grupo de trabalho do buraco negro em que se encontra para tentar retomar o caminho da corrida pelo título de campeão nacional.
Mas vamos às notas desta partida:
Figura
Steven Vitória deu o exemplo aos seus companheiros de equipa. O capitão dos flavienses foi uma autêntica muralha, impedindo os avançados do Sporting de importunar Paulo Vítor. Para além de ter evitado um golo dos leões na primeira parte, o experiente central subiu à área adversária e adiantou os transmontanos no marcador com uma cabeçada certeira.
Surpresa
Paulo Vítor mostrou-se muito seguro ao longo dos 90 minutos. Ainda que o Sporting não tenha criado muitas ocasiões, o brasileiro negou sempre o golo aos leões com boas defesas, por vezes com sorte, quase sempre com mérito. Foi peça fundamental neste triunfo histórico.
Desilusão
Gonçalo Inácio foi uma das peças chave de Rúben Amorim na época passada, mas este ano parece algo desconcentrado. O central somou algumas ações errantes e está longe do que já demonstrou de leão al peito.
Treinadores
Rúben Amorim
Sem Paulinho, que se encontra lesionado, o treinador dos verde e brancos voltou a apostar numa fórmula sem uma referência na área adversária e foi aí que começou a perder o jogo. Foram vários os cruzamentos que os leões fizeram para a área flaviense, mas faltava quase sempre alguém para desviar a bola para o fundo das redes. Além da falta de profundidade do plantel, os leões não conseguiram ter soluções para desmontar a defesa compacta do adversário.
Vítor Campelos
À partida para este jogo, os transmontanos sabiam que estavam em clara desvantagem perante o adversário. Mas Vítor Campelos mostrou que tinha a lição bem estudada. Após uma primeira parte sem criar perigo junto da baliza adversária, mas sempre com uma defesa compacta, os flavienses precisaram apenas de três minutos para ferir o leão e alcançar uma vitória histórica.
Arbitragem
Noite tranquila para André Narciso. Geriu a partida da melhor forma, controlando o ritmo de jogo com a amostragem de alguns amarelos. Ainda assim, ficam algumas dúvidas no vermelho mostrado a Patrick.
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