O Benfica fez o que lhe competia e até mais na partida da noite de terça-feira, frente ao Dínamo Kyiv. Com a possibilidade de vacilar, os encarnados não quiseram desapontar uma casa cheia e deram espetáculo na Luz.
Otamendi, Rafa Silva e David Neres foram os marcadores dos golos que selaram a passagem das águias à proxima fase da Liga dos Campeões. Contudo, o 'show' foi de mais que três homens.
Enzo, Gilberto e Grimaldo também estiveram em bom plano, deixando boas notas para o resto da temporada. À frente destes, só mesmo Rafa e David Neres, que combinaram samba e fado num resultado estrondoso, tanto desportivamente como financeiramente. Em noite de sorteio do Euromilhões, o Benfica ganhou o jackpot e alcançou uma marca espetacular de 12 golos marcados na qualificação para a Liga milionária, tendo sofrido apenas dois.
Schmidt tem ao seu dispor uma equipa com cara lavada, enquanto Rui Costa e a restante direção encarnada contam com um grupo mais qualificado e determinado. É o casamento perfeito para uma época que, na Luz, se quer de sucessos desportivos.
Dito isto, vamos às notas da partida.
A figura
Em 10 minutos já era o dono do pedaço e nem precisava do golo para se consagrar. David Neres continua a encantar na Luz e os adeptos benfiquistas só têm razões para ficarem maravilhados. O brasileiro é um autêntico artista na equipa do Benfica, conseguindo driblar tudo e todos. Nesta partida, até da bicicleta sacou quando a equipa das águias precisava de um golo para desatar o nó da partida. A Luz começa a gostar do ritmo do samba.
A surpresa
A equipa do Dínamo Kyiv tentou, com as armas que tinha ao seu alcance, travar o Benfica. Não foi muito eficaz nessa tarefa, mas teve em Bushchan o seu maior trunfo. Enquanto o centro da defesa metia águia e o ataque não chegava perto da baliza de Vlachodimos, o guarda-redes ucraniano ia travando os remates que podia. Otamendi, Rafa Silva e David Neres marcaram golo, mas em lances nos quais Bushchan não podia fazer mais. Quando tinha obrigação de mostrar serviço, não falhou e, por isso, merece uma menção honrosa num jogo de dificuldades extrema para um guarda-redes.
A desilusão
A um nível como o da Liga dos Campeões, não são permitidos erros do tamanho daquele que Oleksandr Syrota cometeu. Não foi o principal responsável pela derrota, mas sim pelo golo de Rafa que deixou a tarefa do Dínamo mais complicada. Entrou no onze para o lugar de Popov, que não pôde ir a jogo, e a impressão que deixou não terá sido a melhor de todas. Em certos lances, não foi ainda capaz de travar David Neres em parceria com Vivcharenko.
Os treinadores
Roger Schmidt
Já encontrou a equipa ideal para esta época e parece querer variar pouco ou nada. O seu trunfo é o ataque, com as setas todas apontadas à baliza adversária, enquanto o meio campo, bastante rápido a subir e descer e bastante capaz de ter bola controlada, dá suporte aos homens mais perigosos da equipa. Em pouco tempo de Benfica, o alemão já conseguiu convencer os adeptos benfiquistas com um futebol atraente, um discurso assertivo e escolhas de mercado acertadas. Falta testar esta equipa frente a um 'tubarão' de Liga dos Campeões para se ter maiores certezas.
Mircea Lucescu
Um aplauso a este senhor do futebol. Pegou num grupo de homens desalmados, abalados por uma guerra que lhes tira o sono ainda hoje, e levou-os a uma luta à qual, por muito desequilibrada que tenha sido, não viraram a cara. Em duas mãos, o Dínamo Kyiv mostrou pontos positivos por trás de alguns erros que advêm de um psicológico afetado. Contudo, fica para destaque a forma como o emblema ucraniano chegou ao playoff de acesso da Liga dos Campeões: eliminando o Fenerbahçe de Jorge Jesus e o Sturm Graz. Melhores dias se esperam para o Dínamo Kyiv .
O árbitro
Nada a apontar a Clément Turpin, que teve uma arbitragem positiva e sem casos. O nível da Liga dos Campeões assim o exige.
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