O Sporting regressou a casa em grande na noite de sábado. Perante os seus sócios e adeptos, os leões bateram o Rio Ave por 3-0 numa exibição que só não foi de encher a vista porque a baliza vilacondense parecia... embruxada.
Cada remate em direção às redes de Jhonatan acaba defendido ou desviado pelos postes. Foi Trincão, foi Pedro Gonçalves, foi Edwards, até chegou a ser Ugarte. Foram vários os participantes na roleta do golo, mas só aos 24 minutos é que houve um vencedor.
A magia de Edwards levou ao golo de Pedro Gonçalves, num momento em que Rúben Amorim também brilhou no banco. Foi do treinador que partiu o desenho deste golo, isto porque mexeu as peças em campo para dar fluidez ao ataque.
O Rio Ave tentou quebrar o ímpeto leonino, mas sem êxito. Ainda para mais quando se apanha um Matheus Nunes de pontaria afinada. Foi, sem dúvida, um dos momentos da noite, tal como o segundo golo de Pedro Gonçalves, com habilidade para dar e vender.
A noite foi mesmo de espetáculo no palco preferido do Sporting, a sua própria casa.
Dito isto, vamos às notas.
A figura
Não é possível escolher outro nome que não seja o de Pedro Gonçalves. O arranque da nova época já mostrou que este não é o mesmo jogador que usou a camisola 28 dos leões na época passada. Pedro Gonçalves voltou à sua melhor versão e passou a ser, com larga margem, a figura central do ataque do Sporting. É dele que partem os lances de maior perigo dos leões. Grande momento de Pedro Gonçalves com a camisola do Sporting.
A surpresa
Rúben Amorim, ao mudar o desenho tático, ajudou Marcus Edwards a soltar-se, acabando por ser a surpresa na partida. O inglês, que começou escondido, ganhou destaque quando jogou 'em cima' de Trincão. Ambos partiram da direita para o centro e desorientaram a defesa do Rio Ave, com destaque para Edwards, que serviu Pedro Gonçalves no primeiro golo e que podia, com outra abordagem ao lance, oferecer mais e até marcar. Pelo segundo jogo seguido, o inglês deixa bons apontamentos e Paulinho deve preparar um espaço no banco de suplentes.
A desilusão
A equipa do Rio Ave devia ter jogado como um único bloco em Alvalade e nem todos os jogadores entenderam a ideia. Paulo Vítor foi o principal do grupo. A jogar no lado esquerdo do ataque, teve pouco poder ofensivo, não causando grandes problemas à defesa do Sporting. A defender, devia ter ajudado mais Pedro Amaral, que viu-se sozinho com Trincão e Edwards para guardar. Foi muito pela falta de apoio desse lado que Rúben Amorim decidiu atacar o Rio Ave pela direita do seu conjunto. Foi também pela incompetência defensiva de Paulo Vítor que a defesa vilacondenses ficou exposta a golos do Sporting.
Os treinadores
Rúben Amorim
A mensagem deixada ao plantel no final do último jogo serviu de despertador. A equipa acordou, deu uma grande resposta em casa e prepara-se para dar mais réplicas destas, desde já na próxima jornada frente ao FC Porto. A mudança de estilo no ataque foi mesmo o momento alto do técnico leonino, que optou ainda, e estranhamente, por sentar Nuno Santos, em grande forma, no banco de suplentes para levar Neto para a equipa, ficando Matheus Reis na ala. As ideias são sempre as mesmas, mas cada vez melhor trabalhadas. A equipa do Sporting move-se a motivação e resultados como este serão sempre um bom propulsor.
Luís Freire
Levava a lição bem estudada, mas não era o dia do Rio Ave. A equipa foi a Alvalade com uma ideia de jogo, uma finalidade para esta partida, e foi contrariada pela irreverência de alguns jogadores do Sporting, os quais é cada vez mais difícil travar. Apesar das duas derrotas nos dois primeiros jogos da I Liga, a equipa de Luís Freire deixou bons indicadores, prometendo ser uma pedra no sapato das equipas grandes, como já foi noutras épocas.
O árbitro
Uma das melhores partidas arbitradas por Manuel Mota. Com poucos casos, acabou por mostrar apenas três amarelos, um deles a Ugarte com um tom mais alaranjado. Partida segura, mas da qual se pede réplicas.
Leia Também: Sporting dá show em Alvalade com patrocínio de Pote e companhia