Portugal entrou neste Grupo 2 da Liga das Nações com um difícil aperitivo. A Espanha foi rochosa e não permitiu à nossa seleção entrar com um 'trânsito intestinal regulado'. Corrigidos esses problemas, o conjunto das quinas deslumbrou diante da Suíça e da Chéquia.
Triunfos nutritivos e que mostraram a musculatura de uma seleção que, de vento em popa, sabe chegar a bom porto. Porém, Portugal desembarcou, este domingo, em Genéve, onde foi empurrada por milhares de portugueses, para mais um triste fado lusitano. Lusitana paixão nas bancadas, e uma dança desgarrada e sem ritmo em campo.
A seleção nacional entrou a perder com um 'chocolate' de Seferovic e marinou num 'mar amargo', onde tanto açúcar faltou para termos Portugal mais afoito e mais rápido na etapa inicial. Os comandados de Fernando Santos aceleraram na etapa complementar, multiplicaram-se as ocasiões, e os 'quase' golos. Faltou a estrelinha, que foi transportada por Omlin. Porém, uma seleção dotada com o talento da nossa não se pode fiar da estrelinha. Afinal, na maioria das vezes o talento, o trabalho e a persistência terão sempre mais 'luz' do que a sorte ocasional de alguns encontros.
Figura
Omlin viveu uma noite de graça, em que tudo defendeu e nada deixou para a artilharia portuguesa. Se, na primeira parte, a melhor intervenção surgiu após um cabeceamento de Danilo, já na etapa complementar o guardião helvético, nomeadamente nos 20 minutos finais, foi um pronto-socorro a conter todos os golpes aplicados pelos pupilos de Fernando Santos.
Surpresa
Elvedi rubricou uma exibição notável no eixo defensivo da Suíça, somando vários desarmes e quase uma mão-cheia de alívios fulcrais. Foi um 'tampão' ao maior sufoco luso, contabilizando bloqueios decisivos.
Desilusão
Contra a Espanha já não tinha rubricado uma exibição nada colorida, para agora voltar a ser um dos piores em campo. Espera-se mais, muito mais, de Rafael Leão. Um jogador irreverente, e de alta velocidade, mas que nestes encontros não aproveitou para fazer a diferença. Aliás, os erros somados foram superiores às coisas bem feitas.
Treinadores
Murat Yaki corrigiu vários erros que tinha cometido no jogo de Alvalade, não permitindo a Portugal beneficiar de tantos espaços nas costas da sua linha mais recuada. Os helvéticos beneficiaram do golo madrugador para, posteriormente, colocar o jogo no congelador. E a missão foi cumprida com sucesso.
Fernando Santos voltou a mexer no 'onze', como assim seria de esperar. Caiu um balde de água gelada em cima de Portugal, logo no início da partida. A seleção teve dificuldades em recuperar da constipação e apenas na segunda parte, com o decorrer das substituições, Portugal foi ganhando outro fulgor, porém inconsequente. Ao jogo 101 no comando da seleção, Fernando Santos continua ainda a ter muitos problemas por resolver na equipa das quinas.
Árbitro da partida
Fran Jovic não teve uma exibição de primeira apanha, porém nos dois lances capitais decidiu correctamente: no penálti revertido pelo VAR à Suíça, por falta sobre André Silva no início da jogada, e no golo anulado a Rafael Leão.
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