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"Jogando em Braga como na Luz, FC Porto teria sido campeão ante o Vizela"

Depois de um época em que foi batido pelo Sporting na luta pelo título nacional, o FC Porto voltou ao topo e recuperou o troféu. Com o carro em andamento, Sérgio Conceição teve de mudar a roda e arranjar a carroçaria. Foi por isso que Jorge Amaral atribui ao técnico dos azuis e brancos os louros da temporada, falando ainda da reinvenção do jogo da equipa aquando da saída do melhor jogador do plantel.

"Jogando em Braga como na Luz, FC Porto teria sido campeão ante o Vizela"
Notícias ao Minuto

08:01 - 10/05/22 por Tiago Antunes

Desporto Exclusivo

O FC Porto fechou no último sábado as contas do título nacional. Frente ao Benfica, no Estádio da Luz, os dragões venceram com um golo ao cair do pano, como se de uma cena de filme se tratasse. Todo o dramatismo do episódio embelezou a conquista dos azuis e brancos, duas época depois da última conseguida.

Contudo, a temporada não foi a mais linear. Ainda com os 'pesadelos' da última época, na qual foi batido pelo Sporting na luta pelo título, o FC Porto chegou a dezembro com uma ideia e sair de janeiro com outra. A saída de vários jogadores, entre eles a figura da época, Luis Díaz, deixou treinador e adeptos preocupados com a continuidade da boa forma. Contudo, os dragões souberam dar a volta à situação e garantiram o primeiro lugar da I Liga de 2021/22.

Em conversa com o Desporto ao Minuto, Jorge Amaral analisou a atual temporada do FC Porto. O antigo jogador do emblema da Invicta, com passagens entre 1982/83 e 1985/1987, começou por dar relevância ao trabalho das últimas cinco época levado a cabo por Sérgio Conceição. A ideia do treinador dos dragões terá sido a chave para o sucesso.

"Não podemos dissociar este campeonato e os anos anteriores. Tudo isto tem a ver com cinco anos de Sérgio Conceição, cinco anos de uma mudança de paradigma e de um retornar ao conceito de FC Porto antigo, que se ia perdendo no tempo. Tudo isso deu em três campeonatos, uma Taça de Portugal, duas Supertaças. Não se pode deixar de lado todo esse trabalho feito até então, ainda por cima em tempos em que as dificuldades financeiras do clube foram agudizadas com pandemias e com tudo e mais alguma coisa. Valeu a grande mestria de Sérgio Conceição. Para mim, o principal rosto destas vitórias tem sido Sérgio Conceição", começou por dizer.

Notícias ao Minuto FC Porto bateu o Benfica por 1-0, no sábado, e sagrou-se campeão nacional© Global Imagens

Jorge Amaral reforçou os elogios ao técnico portista ao usar a saída de Luis Díaz para o Liverpool.

"Mediante inúmeras adversidades a todos os níveis, conseguiu ter a capacidade de fazer crescer os jogadores, fazer novos jogadores e criar um estilo diferente de jogo, jogando em diversas nuances sem abdicar daquilo que é o essencial para ele, a paixão, o trabalhar mais que o adversário, o correr muito, o lutar até ao fim pela vitória. Enquanto toda a gente falava que, com a saída do Luis Díaz, os adversários iam ficar mais fortes, um deles contratou para ficar mais forte e Sérgio Conceição conseguiu substituir a perda de Luis Díaz com um estilo de futebol muito mais atrativo e eficiente. Conseguiu unir muito mais a equipa e levá-la a este campeonato e possivelmente à Taça de Portugal, com uma justiça que é inequívoca", afirmou.

No início da temporada, o avançado colombiano era visto como o alicerce das exibições do FC Porto. Contudo, a sua saída não significou uma quebra de rendimento da equipa. Jorge Amaral deu destaque a outras duas saídas e aos jogadores que souberam aparecer no momento certo.

"Após o Luis Díaz, assistimos ao aparecimento de jogadores que sabíamos que tinham qualidade, mas que ainda não a tinham posto em prática. Falo de Fábio Vieira e Pepê, que apareceram com muito mais regularidade na equipa. Dentro do campo, Luis Díaz era importantíssimo, mas também saíram Corona e Sérgio Oliveira e, quer queiramos ou não, em peso na equipa, isso também fragilizou. Alguns jogadores sentiram, depois disso, que tinham uma oportunidade para agarrar o lugar, e o caso flagrante é Pepê. O mérito é do jogador, mas também do treinador", acredita.

Notícias ao Minuto Luis Díaz deixou o FC Porto no mercado de inverno para juntar-se ao Liverpool© Getty Images

O FC Porto teve oportunidades antes do Clássico de conquistar a I Liga. Contudo, não as aproveitou. Acabou por conquitar o troféu na casa do rival, tal como aconteceu em 2010/11. Jorge Amaral não o viu como um objetivo interno alimentado pela rivalidade, mas atribuiu-lhe grande valor.

"Se tivesse jogado em Braga como jogou na Luz, o FC Porto teria sido campeão em casa frente ao Vizela. Sérgio Conceção, porque tinha nove pontos, arriscou numa equipa não tão posicional como a do Clássico, jogou com uma equipa mais agressiva, com Zaidu e Pepê a pressionarem mais na frente, Grujic, Mbemba e Pepe sujeitos num espaço tão grande de terreno aos ataques do Sp. Braga. Contra o Benfica, vimos uma equipa mais posicional, mais na espera, dando a iniciativa ao adversário. Ser campeão na Luz, acredito eu, não foi premeditado, mas tem um sabor totalmente diferente, se bem que os sócios valorizam isso mais que os próprios jogadores. Até pela forma como se ganhou, no último minuto, tem uma expressão e uma dimensão enorme para quem ganha e muito depreciativa para quem perde", acrescentou.

O Clássico, apesar de ser um dos mais importantes jogos do futebol português, terá sido pensado com cautela por Sérgio Conceição. Jorge Amaral elogiou a exibição que foi suficiente para os objetivos.

"Este jogo nunca podia deixar de ser pensado tendo em conta aquilo que ainda há a seguir, que é o Estoril. Todos sabíamos que não havia necessidade de mais, um empate chegava, é uma equipa que sabe é inteligente taticamente, demonstrou-o nos dois jogos frente ao Sporting para a Taça de Portugal", disse.

Notícias ao Minuto Sérgio Conceição busca a primeira Taça de Portugal da carreira, depois de duas finais perdidas© Reuters

A última dobradinha do FC Porto foi em 2019/20. Com o campeonato de 2021/22 conquistado, Jorge Amaral atreve-se a dar os dragões como vencedores da Taça de Portugal para repetir o feito.

"Há que respeitar e parabenizar uma equipa como o Tondela, que chega à final da Taça de Portugal enquanto luta para não cair [da I Liga]. Mas o FC Porto tem praticamente as duas mãos na Taça de Portugal e na Supertaça porque seria muito contrassenso. Sérgio Conceição, quando chegou, reforçou que tinha o objetivo de ganhar uma Taça de Portugal no Jamor, onde já perdeu duas. Esta Taça para ele tem um valor muito diferente. O Jamor sempre foi simbólico, para o bom e para o mal, e acho que o Sérgio não quer voltar lá e perder. Quer ganhar a primeira lá", concluiu.

Depois da festa do título, o FC Porto vai regressar ao relvado no próximo sábado, no Estádio do Dragão, para se despedir da I Liga e erguer o troféu de campeão em frente aos seus adeptos. 

Leia Também: Liga revela datas e horas da 34.ª e última jornada do campeonato

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