O antigo internacional francês Patrice Evra concedeu, esta quinta-feira, uma entrevista ao podcast Mid Point, na qual recordou um episódio de homofobia no balneário do West Ham, clube onde se retirou do futebol em 2018.
Evra recordou que vários companheiros de equipa foram contra a presença de atletas homossexuais no balneário, isto depois de um responsável da federação inglesa ter dito numa palestra que era preciso maior inclusão.
"Ser gay no futebol é um tabu. É como se não se pudesse ser gay no futebol [como] jogador, as pessoas ficariam loucas. Dou o exemplo. Quando estava a jogar pelo West Ham, veio alguém da Federação Inglesa e ele disse 'precisamos de aceitar toda a gente'. E ouve alguns que disseram: 'Não, se alguns dos meus companheiros de equipa são gays têm de sair agora, eu não vou tomar banho [com eles]", começou por recordar Evra.
"Eu levanto-me e digo 'Calem-se, calem-se todos, conseguem ouvir-se a vós próprios?' Estávamos em 2018 na altura e ainda não aceitávamos toda a gente. No mundo do futebol não têm a mente suficientemente aberta e é uma vergonha", acrescentou.
"Compreendo porque até eu próprio, quando os jogadores gays que vinham ter comigo, era como se fosse eu. Dizia-lhes: 'Tem cuidado porque se disseres isso alto vês a reacção de todos os jogadores, mas eu vou apoiar-te'", finalizou.
