Foi justa, mas curta a vitória do FC Porto sobre o AC Milan. No jogo da terceira jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões, os azuis e brancos somaram a primeira vitória, mas ficou a ideia de que poderia ter ganho por números mais expressivos frente a um histórico que, temos a sensação, que nem despertou para este encontro.
Foram precisos 18 remates para que as bancadas do Dragão gritassem a plenos pulmões o único golo do encontro, quando já podiam ter festejado antes. O nulo perdurou durante largos minutos, apesar das várias tentativas dos azuis e brancos, mas a ineficácia na hora da finalização retirou golos àquela que poderia ter sido uma goleada expressiva dadas as inúmeras oportunidades que os portistas tiveram ao longo dos 90 minutos.
Calhou a Luis Díaz, um dos melhores neste arranque de temporada, marcar o golo daquela que foi a primeira vitória do FC Porto em casa sobre os rossoneri ao cabo de três jogos no Dragão, o que permitiu a Conceição continuar com o registo 100 por cento vitorioso contra formações italianas.
O internacional colombiano calibrou a mira e marcou o golo ao minuto 65, um remate carregado com 2,7 milhões de euros e que mantem vivas as esperanças dos azuis e brancos em assegurar uma vaga nos oitavos de final da Liga dos Campeões.
A exibição do emblema da Invicta roçou a perfeição, tal como o seu treinador referiu após o apito final, foi conseguindo anular as principais armas do adversário, que praticamente não apareceu no encontro, e não fosse o desacerto ofensivo, o resultado poderia ter sido mais desnivelado.
Mas vamos às notas deste encontro:
Figura:
Grande exibição de Luis Díaz, tal como já nos tem habituado esta temporada. Atirou ao poste aos cinco minutos, tentou um remate acrobático a meio da primeira parte e fez explodir o Dragão de alegria aos 65 minutos quando marcou o, merecido, golo da vitória dos azuis e brancos. A bola quando chega aos seus pés é tratada com magia e os adeptos sabem-no, aplaudindo-o sempre que a bola chega até si. É claramente a figura mais proeminente do FC Porto nesta época.
Surpresa:
Fez bem a Sérgio Oliveira o período em que não foi utilizado por Sérgio Conceição. Titular na partida com o Sintrense, jogo onde teve uma exibição de qualidade superior, o médio voltou a merecer o voto de confiança do técnico, respondendo com outra exibição imponente. Foi influente no jogo ofensivo do FC Porto enquanto esteve em campo, e fundamental a condicionar o jogo do Milan.
Desilusão:
Exibição pouco conseguida de Tomori. Titular no lugar do habitual escolhido Romagnoli, o defesa inglês foi o elemento a menos na defesa italiana. Pouco assertivo nos passes, quase que nervoso, não conseguiu parar as iniciativas portistas na zona limite da área. Insatisfeito com a sua exibição, Pioli retirou-o do encontro pouco depois do início do segundo tempo.
Treinadores:
Sérgio Conceição: Exibição de categoria superior dos portistas, no regresso do FC Porto europeu que tem brilhado na Europa nos últimos anos. A equipa dominou o adversário, banalizando aquela que é uma das equipas com mais títulos na Liga dos Campeões. A vitória é justa, mas podia ter sido mais volumosa.
Stefano Pioli: Apesar das muitas baixas que tinha, entre lesionados, castigado e infetados com Covid-19, o AC Milan tinha obrigação de fazer muito mais neste encontro, até porque era fundamental para a sua continuidade na Europa. Os rossoneri foram completamente vulgarizados no Dragão, e prova disso são os quatro remates com que terminaram a partida.
Arbitragem:
Felix Brych foi coerente no primeiro tempo, mas o critério resvalou na etapa complementar. Podia ter marcado grande penalidade no lance entre Corona e Kalulu, e depois disso podia muito bem ter mostrado um vermelho a Zlatan Ibrahimovic pela entrada grosseira sobre Mbemba. O VAR também poderia e deveria ter chamado o árbitro alemão para analisar os dois lances.
Leia Também: Díaz fez justiça no recital portista e sonho dos 'oitavos' continua de pé