Os adeptos do Newcastle aglomeraram-ne, nesta quinta-feira, nos arredores de St. James Park para comemorar, como se fosse um título, o fim do reinado de Mike Ashley. A celebração aconteceu por consequência da venda do clube a um fundo de investimento saudita por 350 milhões de euros.
Uma operação que tem tantas luzes quanto sombras. "Em vez de permitir que as pessoas implicadas em violações dos direitos humanos entrem no futebol apenas porque têm dinheiro, pedimos à Premier League que mude as políticas dos seus proprietários e presidentes, para estar de acordo com os direitos humanos", considerou a Amnistia Internacional.
Por trás deste fundo saudita surge a figura de Mohammed bin Salman. O príncipe herdeiro da Arábia Saudita, de 36 anos, e da sua família, que contam com uma fortuna de 320 mil milhões de euros, 11 vezes superior à do sheik Mansour. O dono do City podia orgulhar-se, até agora, de ser o proprietário mais rico do futebol mundial, porém, tudo mudou com o aparecimento desta nova família do Médio Oriente no campeonato mais competitivo do mundo. Contudo, também importa referir que há um 'pântano' perigoso que se oculta no passado de Mohammed bin Salman.
“Um relatório da inteligência dos Estados Unidos implica o príncipe herdeiro da Arábia Saudita no assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, ocorrido em 2018. O relatório, divulgado pelo governo do presidente norte-americano Joe Biden, observa que o príncipe aprovou um plano para capturar ou matar Khashoggi", relata a cadeia BBC.
No entanto, Bin Salman nega tudo isto. É importante lembrar que Khashoggi, de 59 anos, foi ao consulado da Arábia Saudita em busca de documentos para formalizar o seu casamento. Depois disto nunca mais ninguém o viu vivo novamente. Diz-se que morreu de overdose, mas a investigação indica que foi esfaqueado vivo no consulado.
Recordar ainda que a viúva de Khashoggi condenou a venda do Newcastle quando parecia que iria suceder nos princípios de abril de 2020. "Isso arruinaria a boa reputação da Premier League, já que esta aquisição restauraria a posição das autoridades sauditas no cenário internacional", escreveu Hatice Cengiz, numa carta enviada à Premier League por intermédio dos seus advogados.
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