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"Custou bastante deixar o Belenenses SAD. Cheguei miúdo e saí homem"

Gonçalo Silva saiu da I Liga e aceitou o convite de rumar à Polónia. O defesa português de 30 anos explica, em entrevista exclusiva ao Desporto ao Minuto, os motivos que o levaram a assinar pelo Radomiak, e não esconde o orgulho por aquilo que conseguiu nos últimos seis anos.

"Custou bastante deixar o Belenenses SAD. Cheguei miúdo e saí homem"
Notícias ao Minuto

08:00 - 19/07/21 por Francisco Amaral Santos

Desporto Exclusivo

Gonçalo Silva deixou o Belenenses SAD neste verão e aceitou o convite do Radomiak. O defesa português de 30 anos era o capitão dos azuis do Jamor, mas decidiu colocar um ponto final neste ciclo e ir atrás de um sonho antigo: jogar no estrangeiro. 

Em entrevista exclusiva ao Desporto ao Minuto, Gonçalo Silva faz o balanço dos primeiros dias na Polónia, lança os dados para o que espera desta nova aventura e recorda, com orgulho, o percurso que fez ao longo dos últimos seis. 

Pelo meio, o experiente defesa central também deixa elogios a Rodrigo Pinho, jogador com quem se cruzou na equipa B do Sp. Braga e que este verão deixou o Marítimo para assinar pelo Benfica. 

Cheguei à conclusão que estava na altura de fechar um ciclo e de fazer uma mudança

Quais as primeiras impressões desta nova aventura? 

Sinceramente, estes primeiros dias têm sido bons. Não estava habituado a estar fora do país, esta é a minha primeira experiência internacional, mas as coisas estão a correr bem. O grupo recebeu-me bem. Estou numa cultura bastante diferente da portuguesa, mas isso também é bom porque ajuda-me a crescer e a conhecer outras coisas. É outro tipo de futebol, que, apesar de europeu, é diferente. Tenho gostado destes primeiros dias e acho que vou continuar a gostar. Até agora, o balanço é positivo. 

Como surgiu o convite de ir para a Polónia?

Eu tinha uma proposta de renovação com o Belenenses SAD, mas estava à procura de uma experiência fora de Portugal. Estou com 30 anos e ainda não tinha tido essa oportunidade. A possibilidade de jogar fora até já tinha aparecido antes, mas não chegou a concretizar-se. Achei que estava na altura, e os meus agentes, que também considero amigos, arranjaram-me este clube. Graças a Deus, as coisas aconteceram. 

O facto de haver mais dois portugueses no plantel - Filipe Nascimento e Luís Machado - também o influenciou na hora de tomar uma decisão? 

Ajudou... Não foi o fator principal, porque o que eu queria era ter uma experiência nova. Mas, sim, claro que ter o Luís e o Filipe e até o Mario Rondón [jogou no futebol português], que também considero português (risos), ajudou bastante na integração no grupo, na cidade e no país. Foi muito bom poder contar com eles. Têm sido muito importantes nesta minha adaptação. 

Tenho a certeza de que o Radomiak foi a escolha certa

Que ambições tem agora neste novo clube e num novo país? 

O clube para onde eu vim não estava na primeira divisão há muitos anos. É um clube humilde, mas ambicioso. Somos um grupo com vontade de crescer, e isso nota-se todos os dias. Tenho expectativas de fazer uma boa época. Temos um plantel competitivo, e tudo o que vier será positivo. Este clube não está no máximo escalão há 36 anos, portanto é normal que o primeiro grande objetivo seja a permanência. Mas, como é uma Liga equilibrada, acho que podemos fazer coisas bonitas. 

Custou-lhe deixar o Belenenses SAD ao fim de tanto tempo? Isto depois de seis anos de ligação e com o diferendo entre SAD e direção pelo meio...

Ui... Sem dúvida! Custou bastante porque foram seis anos. Cheguei um miúdo e sai de lá um homem. Cresci bastante. Tive experiências inesquecíveis. Joguei competições europeias pelo Belenenses, estreei-me na I Liga e fui capitão durante quatro anos. Mesmo com todas essas mudanças: estádio, símbolo... Nada disso faz com que aquilo que eu vivi seja menos especial ou menos importante. Foram seis anos em que tive duas filhas e em que cresci muito como homem e como jogador. Custou-me muito sair, mas falei com a minha família e cheguei à conclusão de que estava na altura de fechar um ciclo e de fazer uma mudança. Estava na altura de ir à procura de coisas novas e melhores para mim e para os meus.

Notícias ao Minuto Gonçalo Silva, aqui em ação com Toni Martínez, do FC Porto, acumulou um total de 166 jogos entre Belenenses SAD e Os Belenenses. © Global Imagens  

Sentia que era a altura de dar um passo em frente e subir um patamar? 

Sim, mas eu não vim para um clube que é campeão na Polónia. Estava num clube bom e estável na I Liga. Mais do que um passo em frente, era importante ter uma experiência diferente e mostrar-me noutro futebol. Conhecer e mostrar-me a outras pessoas que talvez não me viam em Portugal, como é normal. Apareceu o Radomiak, e achei que era o projeto indicado para mim. Demostraram interesse em contar comigo e todas as indicações que recebi foram boas. Tenho a certeza que foi a escolha certa para mim e para os meus. 

E que país encontrou? Que diferenças tem identificado entre Portugal e Polónia? 

Principalmente, a nível de pandemia. A Polónia está muito à frente do nosso país. Aqui, está quase tudo vacinado e quase ninguém anda de máscara. Nisto, estão muito à frente. Sinto que, ao início, as pessoas são mais reservadas e mais fechadas, mas, depois de alguns dias, são fantásticas e ajudam-nos na integração. Tenho gostado bastante de cá estar. São, também, um povo bastante religioso. Ainda só estou aqui há duas semanas, sendo que numa delas estive em estágio noutro sítio. Ainda estou a viver no hotel e ainda não consegui ver muita coisa. Mas, do que vi, gostei. 

Pode ser importante para o Benfica ter o Rodrigo Pinho

Foi colega de Rodrigo Pinho na equipa B do Sp. Braga. Como viu este salto dele para o Benfica? 

A qualidade do Rodrigo fala por si. Aquilo que fez no Marítimo fala por si: os golos, as exibições... É verdade, que no Sp. Braga, não teve, talvez, as oportunidades que poderia ter tido, mas depois, no Marítimo, mostrou a qualidade que tem. Acho que pode ser uma boa ajuda para o Benfica. Acho que pode ser importante para o Benfica ter o Rodrigo e acho que ele tem ainda mais condições para fazer mais uma época positiva. 

Que mensagem quer deixar aos adeptos do Radomiak? 

Quando aqui cheguei já tive a oportunidade de lhes dar uma palavra, mas quero voltar a dizer que sou mais um para ajudar o clube a crescer e atingir os objetivos. Tenho a certeza de que, todos juntos, vamos fazer uma época positiva a todos os níveis. 

E a título individual, o que deseja?

Principalmente, que não haja lesões. No último ano, tive uma lesão que me afastou muito tempo dos relvados e que não desejo a ninguém. Que não haja lesões nem para mim, nem para os meus colegas. E depois, claro, jogar, fazer boas exibições e marcar uns golinhos para ajudar o Radomiak a conseguir uma boa classificação.  

Leia Também: "Não quis acabar com os adeptos a perguntar o que ando a fazer em campo"

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