Em 13 de fevereiro de 2002, os comandados de António Oliveira deslocaram-se ao Estádio Olímpico de Montjuic, em Barcelona, onde prolongaram para oito jogos e mais de 43 anos a invencibilidade face à formação espanhola, liderada por José Antonio Camacho
O central Jorge Costa, na altura a representar os ingleses do Charlton, inaugurou o marcador, aos 29 minutos, ao corresponder de cabeça a um livre do muito assobiado Figo - que trocara o FC Barcelona pelo Real Madrid -, após saída em falso de Casillas.
A vantagem lusa não durou, porém, muito tempo, já que, aos 41 minutos, a Espanha empatou, também na sequência de um livre, com Xavi a marcar, Puyol a desviar e Fernando Morientes a faturar à segunda, depois de um primeiro remate contra Frechaut.
Num embate com muitas substituições (17), a igualdade subsistiu até final. Meses depois, na Coreia do Sul e no Japão, Portugal e a Espanha seriam ambos vítimas dos sul-coreanos, a equipa lusa na fase de grupos e 'la roja' nos 'quartos'.
O empate de Montjuic foi apenas o quinto resultado positivo de Portugal em solo espanhol, onde totaliza uma vitória, quatro empates e 11 derrotas, com 12 golos marcados e 48 sofridos.
A única vitória aconteceu há mais de 80 anos, em 28 de novembro de 1937: em Vigo, a formação das 'quinas' venceu por 2-1, com tentos de Pinga e Valadas, mas o jogo nem é reconhecido pela FIFA, devido à Guerra Civil em Espanha (entre 1936 e 1939).
Quanto às igualdades, todas em particulares, duas também foram conseguidas em Vigo (1-1 em 26 de setembro de 1979 e 2-2 em 19 de janeiro de 1994) e a outra aconteceu em Castellón (1-1 em 16 de janeiro de 1991), além da registada no último embate.
De resto, a Espanha venceu os restantes 11 jogos, quatro deles com goleadas, por 5-0 em 1929, 9-0 em 1934, no apuramento para o Mundial de Itália, 5-1 em 1941 e também 5-1 em 1950, na corrida para o campeonato do Mundo disputado no Brasil.
O embate de Barcelona é o derradeiro em solo espanhol, mas, depois disso, no século XXI, as duas seleções já se defrontaram em sete ocasiões, registando-se duas vitórias para cada lado e três empates, nos últimos três jogos.
Nas meias-finais do Europeu de 2012, a estatística 'diz' que foi empate, mas a Espanha prevaleceu nos penáltis (4-2, após 0-0) e seguiu para a final, na qual 'cilindrou' a Itália por 4-0, para revalidar o título, com um Mundial pelo meio.
Depois, no Mundial da Rússia, em 2018, na fase de grupos, registou-se uma igualdade a três, num embate marcado pelo 'hat-trick' de Cristiano Ronaldo, incluindo um livre direto perfeito que estabeleceu o resultado final, aos 88 minutos.
No último jogo, já em plena pandemia da covid-19, registou-se um 'nulo' no Estádio José Alvalade em Lisboa, em 07 de outubro de 2020, com apenas cerca de 2.500 espetadores nas bancadas.
Para encontrar triunfos das duas formações é, assim, preciso recuar a 2010, ano em que a Espanha venceu por 1-0 nos oitavos de final do Mundial, com um tento de David Villa, e Portugal goleou por 4-0 na Luz, em 17 de novembro de 2010, com golos de Carlos Martins, Hélder Postiga, que 'bisou', e Hugo Almeida.
No total dos 40 jogos entre as duas formações ibéricas, a Espanha tem uma vantagem confortável, com mais nove triunfos (17 contra oito) e mais 31 golos marcados (78 contra 47), num duelo que regista um total de 15 igualdades.
O 41.º encontro entre Portugal e Espanha, e 32.º de caráter particular, está marcado para sexta-feira, no Estádio Wanda Metropolitano, em Madrid, às 19:30 locais (18:30 em Lisboa).
