O destino tem destas coisas. Palhinha só foi despenalizado à última da hora e Matheus Nunes foi lançado por Rúben Amorim em Alvalade. Acabou a ser o herói do dérbi ao marcar o único golo do Sporting na vitória sobre o Benfica, por 1-0, em jogo da 16.ª jornada da I Liga.

Num encontro onde a intensidade foi palavra de ordem, o futebol nem sempre foi bonito, nem atrativo. As oportunidades escassearam e só numa ou noutra ocasião os guardiões de ambas as equipas tiveram de se aplicar.

Para assistirmos ao momento mais emotivo do encontro tivemos de esperar até ao minuto 92. Já na compensação, Matheus Nunes aproveitou o mau desvio de Odysseas e, de cabeça, fez o golo que valeu três importantes pontos ao Sporting nas contas pelo título.

A estrelinha de Rúben Amorim funcionou e os leões mantiveram-se na liderança com quatro pontos de vantagem sobre o FC Porto. O Sporting soma 42, enquanto os dragões têm 38 depois da vitória por 2-0 sobre o Rio Ave.

Já o Benfica está em maus lençóis ao fim de 16 jornadas realizadas. As águias, que esta noite tiveram João de Deus no banco a orientar a equipa, somam 33 pontos e caem para o quarto lugar, com os mesmos pontos do Sp. Braga, que agora é terceiro classificado após golear o Moreirense (4-0).

Figura: Lançado por Rúben Amorim para o lugar de João Palhinha, Matheus Nunes foi um jogador sempre muito preponderante no meio-campo leonino. Muito bem no capítulo do passe, respondeu bem à pressão do meio-campo encarnado, e deu nas vistas no toque curto. Acabou por ser decisivo no lance capital da partida, ao marcar de cabeça o único golo do encontro. A haver uma figura do jogo só podia ser o médio brasileiro de 22 anos.

Desilusão: Darwin Núñez pareceu muito sozinho no ataque. Esforçou-se, mas não o suficiente para dar dores de cabeça a Coates. Aliás, o experiente uruguaio não deixou o jovem compatriota nem por um segundo e raramente conseguiu criar perigo. O melhor que Darwin conseguiu fazer foi um remate potente à figura de Adán. Deixou muito a desejar no que diz respeito às receções de bola.

Surpresa: Neto já não é uma surpresa. Ainda assim assinou uma das melhores exibições da partida. Imperial na defesa leonina, o central português foi o atleta em campo com mais desarmes (5) e intercepções (4). Notável.

João de Deus: O Benfica apostou num sistema de três centrais e rapidamente teve um revés por lesão de Jardel logo aos nove minutos. Weigl recuou para a defesa, mas não terá sido certamente pelo alemão que o Benfica não venceu este jogo. Ainda assim, talvez por culpa de um sistema pouco trabalho em ambiente competitivo, as águias não conseguiram chegar muitas vezes com perigo à baliza adversária. As substituições não surtiram grande efeito na equipa encarnada. Taarabt ainda acrescentou, o mesmo não se pode dizer de Nuno Tavares e Seferovic.

Rúben Amorim: A estrelinha parece não abandonar o treinador do Sporting. Prometeu não lançar Palhinha mesmo que o médio fosse despenalizado. Cumpriu e Matheus Nunes acabou por ser decisivo. Maior estrelinha era difícil, não é? O técnico dos leões foi igual a si mesmo e não surpreendeu no sistema com que iniciou o jogo. O Sporting não foi brilhante, mas a haver um vencedor, como houve, foi justo que tenha sido a equipa da casa pelo que mostrou ao longo da partida. 

Artur Soares Dias: Não foi um jogo fácil para o árbitro deste dérbi. A intensidade de cada duelo foi notória e como espelho dessa mesma intensidade são os oito cartões amarelos mostrados aos jogadores de ambas as equipas - três ao Sporting, cinco ao Benfica. Leões e águias não terão razões de queixa da arbitragem de Soares Dias.