Se provas faltassem, este Sporting é mesmo candidato ao título, por muito que Rúben Amorim não o queira admitir. Os leões já tinham sido testados de várias maneiras esta época, mas nunca como foram na Madeira, e voltaram a sair por cima.
Os líderes da I Liga demonstraram uma 'garra' inabalável e derrotaram o Nacional, por 2-0, sob condições meteorológicas (muito) adversas e um relvado pouco digno desse nome.
A depressão Filomena fez-se sentir no Funchal e, apesar de os efeitos não terem sido tão graves como na véspera (quando ditou mesmo o adiamento da partida) foram mais do que suficientes para transformar o terreno de jogo num verdadeiro lamaçal.
As duas equipas tiveram dificuldades em adaptar-se a esta realidade, que 'emperrava' as bolas que seguiam pelo solo e alterava a trajetória das que seguiam pelo céu, mas foi a verde e branca aquela que mais rapidamente a conseguiu contornar.
Ainda que sem encantar (algo, teoricamente, impossível nestas condições), os visitantes foram dominando o adversário, e foi com justiça que chegaram à vantagem à beira do intervalo, quando Nuno Santos, a passe de Pedro Gonçalves, empurrou para o fundo das redes.
Já no segundo tempo, o Nacional esboçou uma tímida resposta, mas a noite era mesmo do Sporting, que, depois de dar dois avisos por Pedro Gonçalves, fez mesmo o golo à terceira tentativa, por intermédio de Jovane Cabral, que tinha acabado de entrar para o lugar de Nuno Santos.
Com este triunfo, o Sporting passa a somar 35 pontos e reforça a liderança isolada da I Liga, com os mesmos quatro pontos de vantagem sobre Benfica e FC Porto, que também venceram os respetivos jogos. Já o Nacional, permanece com 13 pontos e cai para o 10.º posto.
Figura
Com tamanhas adversidades, pedia-se um Sporting de garra para conquistar os três pontos, e Pedro Gonçalves foi a personificação disso mesmo. O ex-Famalicão foi um dos mais inconformados, e, apesar de não ter sido feliz no capítulo da finalização, assistiu para o golo de Nuno Santos, que abriu caminho à vitória verde e branca.
Surpresa
A entrada de Andraz Sporar foi a única alteração promovida no 'onze' por Rúben Amorim em relação ao encontro com o Belenenses SAD, e o internacional esloveno aproveitou em pleno. Pouco feliz no centro, descaiu para as alas, onde promoveu diversas combinações com os extremos para desmontar a 'muralha' do Nacional.
Desilusão
Rúben Micael tinha sobre si a responsabilidade de ser a 'âncora' do meio-campo do Nacional, mas esteve longe de cumprir com aquilo que lhe era exigido. O terreno de jogo não ajudou, claro está, mas tal não justifica a quantidade de passes falhados que protagonizou antes de ser substituído, ao intervalo.
Treinadores
Luís Freire: Colocou Rúben Micael a 'policiar' João Palhinha, na tentativa de condicionar a saída de jogo do Sporting, mas este falhou redondamente na tarefa. Ao intervalo, retirou o internacional português e substituiu-o por Kenji Gorré, aproximando o Nacional da baliza adversária, mas sem nunca colocar em causa a vitória adversária.
Rúben Amorim: O Sporting seria, pelo menos na teoria, a equipa com maior dificuldade em lidar com a intempérie, mas acabou por ser aquela que melhor se adaptou. Mérito do treinador leonino, que ainda 'sacou um coelho da cartola' quando, à beira do apito final, lançou Jovane Cabral, que acabaria por assinar o golo da tranquilidade verde e branca.
Árbitro
Um final de tarde muito complicado para Manuel Mota, que teve de lidar com um jogo quezilento, uma vez que o relvado estava propício à ocorrência de choque físicos. Ainda assim, o árbitro soube gerir bem o jogo, procurando dar uma fluidez ao jogo, apesar de tal ser uma missão quase impossível.
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