"No momento de maior fragilidade da comunicação social em Portugal, o Governo decide diminuir em 30% a subvenção pública à Lusa. Este corte drástico põe em causa, como já se tem percebido, o posto de trabalho de vários correspondentes, internacionais e locais, da agência", afirmou a deputada do BE Catarina Martins na abertura do debate, em que participou o ministro-Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas.
A deputada disse que, na semana passada, se assistiu a um "momento inédito e que retrata a verdadeira dimensão da crise que tomou conta da comunicação social" em Portugal: "quatro dias de greve massiva na agência nacional, a Lusa, um dia de greve num jornal de referência, o Público, e uma mobilização solidária dos jornalistas em nome da democracia".
Manuel Seabra, do PS, disse que falar da Lusa é falar de Portugal, da "projecção da língua portuguesa num mundo global" e dos "portugueses que ficaram, por razões de interioridade, com a sua voz menos ouvida", para perguntar a razão do corte de 30,9% do próximo contrato de serviços com a agência.
"Por capricho", respondeu o próprio deputado, considerando ainda o corte como "acrítico" e vendo na motivação do Governo uma "dimensão injustificável em todo este processo, até pueril".
Francisca Almeida, do PSD, disse que o grupo parlamentar social-democrata "está consciente da importância da Lusa na prestação de um serviço público essencial para Portugal e para o mundo lusófono", mas também tem "consciência do estado a que chegaram as finanças públicas".