A vida de Franco Cervi, Julian Weigl e Chiquinho no Benfica deu uma grande volta nos últimos meses. De imprescindíveis e titulares indiscutíveis com Bruno Lage na temporada passada, os três atletas foram perdendo espaço já na parte final da última época - sem o técnico setubalense e com Nélson Veríssimo ao leme da equipa.
A situação prolongou-se para a nova vida no clube da Luz já no decorrer da presente temporada com o regresso de Jorge Jesus ao emblema lisboeta, uma vez que nenhum dos três atletas é opção regular para o técnico amadorense.
O caso mais gritante será, provavelmente, o do médio alemão. Contratado ao Borussia Dortmund por 20 milhões de euros em janeiro deste ano, o internacional germânico veio para a Luz não só para ser titular regular, uma situação que não acontecia no emblema da Bundesliga, e ganhar um ordenado no topo da tabela salarial dos encarnados.
A vida para Weigl começou a correr da melhor maneira uma vez que de janeiro até à paragem das competições em março passado foi praticamente titular em todos os jogos em que foi utilizado por Bruno Lage, à excepção de um encontro com o Vitória de Setúbal em que foi lançado do banco de suplentes. A retoma das provas trouxe de novo a titularidade ao médio, uma situação que mudou da noite para o dia com a chegada de Jorge Jesus.
O internacional germânico soma apenas uma titularidade esta época no desaire aos pés do PAOK e que custou a eliminação da Liga dos Campeões. De lá para cá, Weigl não soma sequer 90 minutos nos quatro jogos que realizou na I Liga, sendo sempre lançado por Jorge Jesus nas partes finais das partidas.
A situação de Franco Cervi é em tudo semelhante à do companheiro de equipa alemão. O internacional argentino era dos mais utilizados por Bruno Lage na última temporada, mas esta época não foi sequer lançado por Jorge Jesus.
A imprensa desportiva nacional escreve que o extremo esteve, inclusive, na porta de saída do clube da Luz, com vários emblemas a quererem a sua contratação a título de empréstimo, mas a permanência no Benfica foi, segundo noticiado, pedido expresso de Jorge Jesus uma vez que o técnico vê em Franco Cervi uma boa alternativa a Grimaldo e Nuno Tavares no lado esquerdo da defesa, um pouco à semelhança do que poderá acontecer com Diogo Gonçalves na faixa defensiva oposta.
Quem também parece não entrar nas contas da titularidade do timoneiro encarnado é Chiquinho. Contratado à Académica em 2018, o médio rumou depois em definitivo ao Moreirense - no âmbito do ingresso de Alfa Semedo na Luz -, clube no qual brilhou antes de se recontratado no ano passado.
O ingresso na Luz não correu da melhor maneira já que o médio-ofensivo sofreu uma desinserção do tendão médio adutor da perna esquerda no clássico na Luz diante do FC Porto, mas depois de recuperar desta lesão em tempo recorde, o jovem, de 25 anos, regressou em força e agarrou a titularidade sob a batuta de Bruno Lage.
A chegada de Jorge Jesus neste verão tornou a situação de Chiquinho instável e a verdade é que o médio realizou apenas dois jogos esta temporada. Em cima da mesa esteve uma saída, com o Torino a perfilar-se como um dos clube interessados, mas Jorge Jesus não deu o aval ao negócio porque valoriza a polivalência do jogador.
O técnico amadorense vê Chiquinho como uma alternativa para a saída de Carlos Vinícius, que no último mercado de transferências foi cedido ao Tottenham de José Mourinho, pois este pode atuar como segundo avançado.