"Varandas não uniu o clube. Uniu foi as pessoas contra ele"

Antigo candidato à presidência do clube de Alvalade diz que Frederico Varandas desuniu ainda mais o clube e aponta como uma das soluções a sua saída do cargo de presidente do Sporting.

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Rodrigo Querido
03/10/2020 08:14 ‧ 03/10/2020 por Rodrigo Querido

Desporto

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A humilhante derrota do Sporting diante do LASK Linz, por 1-4, e consequente eliminação às portas da fase de grupos da Liga Europa, gerou nova onda de contestação contra o presidente Frederico Varandas, com as redes sociais a serem palco de diversos pedidos de demissão.

Perante este percalço logo a abrir a temporada, que começou com muitas dores de cabeça para os leões devido aos inúmeros casos positivos de Covid-19, o Desporto ao Minuto contactou Dias Ferreira, antigo dirigente dos leões, que se mostrou também ele muito crítico das decisões tomadas pelo presidente Frederico Varandas e a sua direção.

O também antigo candidato à presidência do Sporting 'desculpou' o treinador Rúben Amorim por esta eliminação da Liga Europa, considerando que o técnico não tem em mãos um plantel que lhe permita lutar por título, nomeadamente pela conquista do campeonato no final da presente época.

"Ninguém pode fazer omeletas sem ovos. A equipa do Sporting tem muita juventude, mas que não sabe fazer muito mais. A Liga Europa não é propriamente uma competição que traria uma grande fortuna. Apesar disso, é uma prova europeia e faz sempre falta. O que se verifica é que o Sporting não tem rumo e já nem sei se tem objetivos. A época está em causa desde o primeiro dia. Ninguém no seu perfeito juízo acredita que o Sporting pode ganhar o campeonato, não tem condições para isso. Há pessoas que querem sustentar essa ideia para se sustentarem a si próprios. Não acredito que o Sporting vá lutar pelo título, a menos que haja uma pandemia de tal maneira que altere isso", começou por dizer Dias Ferreira, apontado baterias a Frederico Varandas, que considera já não ter condições para continuar.

"Já há algum tempo que não tem condições para continuar. Onde é que ele fez uma medida acertada? A única escolha que terá sido acertada foi na escolha do treinador que custou 16 milhões de euros. Ele brinca com o dinheiro que não é dele", acrescentou, antes de apontar que o atual presidente em vez de unir os sócios e adeptos em torno do Sporting uni-os contra si. 

"Não falhou em unir o Sporting desde o primeiro dia porque no primeiro dia prometeu isso, mas três ou quatro dias depois já estava numa atitude de desunião e depois disso não a mudou. Ele uniu foi as pessoas contra ele. O clube já estava unido contra ele quando foi eleito porque houve mais votos contra Varandas porque ele teve menos votos do que todos os outros candidatos. Agora tem aumentado e aumentará certamente porque há pessoas que votaram nele porque estão contra ele e com razão", vincou.

Questionado sobre se a ausência das competições europeias pode criar dificuldades financeiras ao Sporting, Dias Ferreira afirma que os problemas não são de agora, e critica ainda a chegada do que consideram terem sido reforços fracos nas janelas anteriores, algo que, na sua opinião, mudou neste verão.

"Nada está bem em termos económicos e financeiros. Está tudo pior. Ele destruiu e mandou praticamente embora toda a equipa que vinha da gestão anterior, Alcochete inclusive. E tudo aquilo que mandou vir são relativamente fracos. Estes jogadores que vieram agora parecem não ser tão fracos como os anteriores porque não são 'Jesés' ou 'Bolasies', mas não é uma equipa com experiência suficiente para isso. O clube anda sem rumo e eles não sabem o que estão a fazer. Isso é natural porque eles nunca geriram nenhum clube ou tiveram algum cargo diretivo no clube. Presidente e vice-presidente caíram logo de pára-quedas", atirou, considerando ainda que o Sporting vai ter tarefa complicada para garantir um lugar nas pré-eliminatórias da Liga dos Campeões no final desta época.

"Se fosse só com o Braga a coisa poderia correr bem. Tenho medo é que seja com mais alguém a lutar pelo lugar na pré-eliminatória da Liga dos Campeões. Se formos falar na teoria, que é o podemos fazer agora, talvez o Rio Ave que se aguentou daquela maneira com o AC Milan. Ainda não temos campeonato suficiente para eu ver as outras equipas como o Guimarães ou o Rio Ave. O Rio Ave vimos uma amostra ontem, mas ainda é muito cedo", apontou.

Dias Ferreira rejeitou ainda a ideia de que a ausência das competições europeias este ano vá beneficiar o Sporting durante as competições internas no decorrer desta temporada, sublinhando também que vão existir cada vez menos adeptos a ir assistir aos jogos do Sporting este ano.

"Isso é chão que deu uvas. Antigamente é que era assim. Hoje os jogadores estão preparados para essa quantidade de jogos e, se não estão, deviam estar. O único argumento que o Sporting talvez tivesse era não ter público, mas mesmo isso vai desaparecer. Público em Alvalade? Muita gente não vai. Há muita gente desiludida e desinteressada. Aqueles que irão ao estádio talvez não vão para aplaudir ou apoiar a equipa, mas para continuar alguma coisa que fizeram", sublinhou.

O antigo dirigente do Sporting acusou ainda Frederico Varandas de ter começado a destruir o Sporting quando despediu José Peseiro para contratar o holandês Marcel Keizer, que viria a ganhar a Taça da Liga e Taça de Portugal no final da temporada 2018/19. 

"O Sporting teria obrigação natural de ganhar, mas pode não ter equipa para conquistar o que quer que seja. As eliminações são o que são. Por mais que queriam associar o ano em que o Sporting ganhou a Taça da Liga e a Taça de Portugal ao ano fantástico de Frederico Varandas isso é atirar poeira para os olhos das pessoas. A destruição da equipa do Sporting começou logo aí. O clube até poderia ter feito uma melhor época com o José Peseiro a treinar e não com um curioso chamado Keizer. Ele beneficiou foi da política que a Comissão de Gestão fez quando foi recuperar os jogadores e o clube o mais possível. Ele depois ainda destruiu mais o clube com o treinador. Parece que arranjou algum treinador melhor. Depois do Peseiro eu quero saber se ele arranjou algum melhor", atirou, rejeitando uma eventual candidatura à presidência do clube de Alvalade caso existam eleições num futuro próximo, apesar de considerar que o ato eleitoral não resolveria o problema.

"No estado a que isso chegou não sei muito bem. Agora é capaz de aparecer dez ou 20 candidaturas porque nada foi feito para simplificar o sistema eleitoral da segunda volta. Não me parece que seja isso a resolver o problema. Candidato? Nunca, o meu tempo acabou, mas não para pensar porque continuo a fazer isso. Os sócios têm de pensar o que é melhor, se é entregar o clube aos velhos ou à garotada. Eu já não tenho paciência para isso", finalizou.

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