Costuma dizer-se que uma equipa de futebol começa a construir-se de trás para a frente e a versão 2020/21 do Sporting é prova disso mesmo. Depois da reformulação na defesa, com as chegadas de Feddal, Porro e Antunes, a SAD verde e branca procura agora reconstruir aquele que será, certamente, um dos setores mais importantes na nova temporada: o meio-campo.

A chegada de Pedro Gonçalves, que se afirmou como uma das revelações da última temporada ao serviço do Famalicão, era um dos pedidos expressos de Rúben Amorim para dar uma nova alma e criatividade ao setor intermediário do Sporting, algo que faltou ao clube de Alvalade a última temporada.

Consciente do elevado potencial do jovem médio de 22 anos, a SAD liderada por Frederico Varandas não hesitou em fazer um investimento avultado de 6,5 milhões de euros, pois o FC Porto também estava na corrida, protegendo 'Pote' com um cláusula de rescisão de 60 milhões de euros e um contrato de cinco temporadas.

O atleta, que já vestiu a camisola de Portugal, nas categorias de Sub-18 e Sub-20, chega a Alvalade para ser uma das opções no esquema 3-4-3 de que Rúben Amorim não abdica, e lutar com vários colegas de equipa por um lugar no miolo dos verde e brancos. A dupla formada por Matheus Nunes e Wendel foi a mais utilizada por Rúben Amorim até final da temporada, mas Pedro Gonçalves pode intrometer-se nesta luta, ou, quiçá, ser utilizado em posições mais próximas do ponta de lança, onde já atuaram Jovane Cabral, Gonzalo Plata, Vietto e Francisco Geraldes.

A este grupo de três atletas deverá juntar-se o jovem Daniel Bragança que na última temporada brilhou ao serviço do Estoril-Praia. O médio, de 21 anos, é uma das maiores promessas da Academia de Alcochete e nesta pré-época tem treinado junto do plantel principal para mostrar a Rúben Amorim todas as qualidades que lhe são apontadas. Para além de poder atuar numa zona mais recuada do terreno de jogo, quase como médio defensivo, Bragança poderá ser utilizado na posição de 8 ou até em zonas mais avançadas.

Geraldes, Doumbia e Battaglia na porta de saída

Como em todos os clubes, a chegada de novos jogadores poderá ditar a saída de excendentários e no Sporting há três médios que devem estar de saída de Alvalade. São os casos de Idrissa Doumbia, Rodrigo Battaglia e Francisco Geraldes, ainda que cada uma das situações venha a ser gerida de forma diferente.

Doumbia será um dos atletas que deverá sair a título definitivo de Alvalade. Depois de um início de temporada em que foi muito utilizado por Marcel Keizer e Jorge Silas, o trinco costa-marfinense foi perdendo espaço na equipa com a chegada de Rúben Amorim e saída no mercado deste verão é uma grande possibilidade. Battaglia é outro jogador que deverá receber guia de marcha. O médio argentino nunca conseguiu agarrar a titularidade depois de recuperar da grave lesão no joelho e a saída para o Alavés, tal como o Desporto ao Minuto avançou em tempo oportuno, é o cenário mais provável para o jogador sul-americano.

Francisco Geraldes também deverá estar de saída este verão. O criativo, de 25 anos, regressou a Alvalade em janeiro depois de um empréstimo pouco sucedido aos gregos do AEK Atenas e até foi um dos jogadores mais utilizados por Rúben Amorim após a retoma do campeonato nacional, mas o facto de ter apenas mais um ano de contrato poderá levar a SAD liderada por Frederico Varandas a vendê-lo para ainda fazer algum dinheiro com o seu passe. O médio tem sido apontado a um possível regresso ao Rio Ave, onde brilhou sob a orientação de Miguel Cardoso, integrado no negócio que trará Nuno Santos para o Sporting.

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