Vanderlei Luxemburgo voltou a abordar o tema Jorge Jesus, isto depois do no sábado passado ter minimizado os feitos de Jorge Jesus no Flamengo quando disse "temos de mudar agora por que o Jesus veio aqui e ganhou uma Libertadores?"
Numa conferência de imprensa realizada esta segunda-feira, o técnico do Palmeiras afirmou que não criticou o trabalho do companheiro de profissão, salientando que o futebol brasileiro tem história anterior a chegada do treinador português.
"Se pegar todo o contexto, extraíram só o Jesus. Em momento algum denegri o trabalho do Jesus, antes pelo contrário. Ele fez um grande trabalho no Flamengo, montou uma grande equipa, trabalho fantástico, ganhou campeonatos com merecimento. Mas o que eu disse foi que o futebol brasileiro não começou depois de Jorge Jesus chegar ao Brasil. Temos história com treinadores estrangeiros, como o Filpo Núñez, Béla Guttmann ou Fleitas Solich", atirou Vanderlei Luxemburgo.
"Outros treinadores estrangeiros estiveram no Brasil e fizeram grande trabalho. O que quis dizer é que nós, brasileiros, temos que estudar, melhorar conhecimentos, foi bom o Jesus vir para cá, para olharmos a maneira que ele trabalha, mas existe uma coisa que é meu pensamento e de outros grandes treinadores, que temos uma característica de jogar", acrescentou.
O treinador brasileiro apontou ainda que a diferença entre o futebol no Brasil e na Europa é que os europeus "sempre jogaram taticamente, com velocidade diferente" e que "cada país joga de uma maneira".
"Ele conseguiu encaixar no Flamengo jogadores que se encaixaram dentro de uma qualidade, e conseguiu montar uma equipa daquela forma. Mas foi a primeira vez que aconteceu isso no Brasil? Não existiram outras equipas que jogaram dessa forma?", questionou.
"Jesus foi fantástico, todos ficaram maravilhados .Eu também também, surpreendeu todo mundo. O que precisamos é de evoluir, sim, mas dentro da essência do futebol brasileiro. Aprimorar, mas manter a essência do futebol brasileiro. Nós ganhamos com a nossa essência, não dos europeus. Essa discussão dos estrangeiros, eles podem e devem vir para cá, ninguém tem inveja, podemos aprender, como eles aprendem com a gente. Não tenho nada contra Jorge Jesus ou não reconhecer o seu trabalho. Temos é de discutir o futebol brasileiro com a sua essência", finalizou.