O futuro de Cláudio Ramos já não passa pela Beira Alta. Em final de contrato com o Tondela, o guardião de 28 anos é um dos jogadores mais assediados da I Liga.
Numa corrida em que participaram vários clubes nacionais e estrangeiros, parece ser o FC Porto o emblema melhor posicionado para conquistar o seu concurso.
De acordo com informações veiculadas neste sábado, o internacional português deve assinar um contrato válido com os dragões por quatro temporadas.
Neste sentido, o Desporto ao Minuto decidiu partir à conversa com Vítor Paneira, treinador que o orientou por duas ocasiões (entre 2011 e 2014 e, mais tarde, na temporada de 2015/16).
"Falamos de um jogador muito humilde, muito concentrado e bastante forte entre os postes. Evoluiu também muito com os pés e isso é fruto de muito trabalho que fez nos treinos. É um guarda-redes que se moraliza a si próprio, até porque é muito confiante no seu trabalho. Dificilmente comete dois erros seguidos, ao contrário de outros guardiões, e mantém uma consistência fora do normal. A sua força mental é assombrosa", começou por dizer, desde logo, Vítor Paneira quando questionado sobre a identidade desportiva de Cláudio Ramos dentro das quatro linhas. E o treinador português deixou uma garantia:
"Ele foi talvez a maior figura do Tondela nos últimos anos, um dos melhores guarda-redes a atuar no nosso país e, claro, isso acabou por se traduzir na chamada à Seleção Nacional, onde certamente irá ter mais oportunidades. Podem ter a certeza que jogar no FC Porto vai abrir ainda mais janelas ao Cláudio na Seleção, até porque ele é um dos melhores na sua posição a atuar no nosso país".
Recordar que o guardião luso, formado no Vitória SC, mas na equipa beirã desde 2011, leva 267 jogos pelo Tondela e detém ainda a marca de ser o jogador a realizar mais jogos de forma seguida na história da I Liga. Até à partida contra o Famalicão, Cláudio Ramos contabiliza 103 partidas consecutivas como titular.
"Já estava na altura de Cláudio Ramos saltar para um grande do futebol português. Ele foi um dos principais responsáveis por manter o Tondela na I divisão nos últimos anos e construiu, nas últimas temporadas, uma maturação que o permitiu sonhar com voos maiores. E para chegar a um 'grande' não é só preciso experiência, como também passar por momentos de maior aflição e no Tondela ele superou missões muito difíceis", asseverou Vítor Paneira, também ex-futebolista, que deixou algumas nuances sobre a disputa da posição de número 1 na baliza azul e branca.
"Vai ter de trabalhar muito para tirar o lugar a Marchesín, até porque é outro guarda-redes experiente e de muita qualidade, mas se o FC Porto aposta nele é porque quer ter nas 'costas' do seu guardião nº1 uma sombra que, a qualquer momento, possa dar continuidade ao excelente trabalho do Marchesín. É um guarda-redes muito regular, que raramente comete erros grosseiros, porque tem uma concentração elevadíssima. Ele dificilmente falha um treino, ele é bastante focado, mas tem uma característica própria do seu estilo: raramente sai dos postes, apenas em situações em que tem segurança total para o fazer", complementou Vítor Paneira, estendendo a análise à baliza das Quinas.
"Agarrar o lugar de número 1 na Seleção é mais difícil, tendo em conta quem agarra esse posto neste momento (Rui Patrício) e a tremenda concorrência que existe, mas rumando para o FC Porto outras janelas se abrem", referiu o treinador de 54 anos, deixando a ressalva do que é chegar a um clube como o FC Porto.
"Chegar ao FC Porto talvez seja o patamar máximo. Afinal falamos de um dos maiores clubes portugueses e que regularmente está na Champions. Por carreira, e esquecendo a vertente financeira, Cláudio Ramos dificilmente pode aspirar a melhor", rematou.