Daniel Podence, uma das grandes esperança do futebol do Sporting, deixou Alvalade depois do ataque à Academia de Alcochete.
Primeiro fez uma paragem na Grécia, mas esta temporada mudou-se de armas e bagagens para a Premier League, onde agora alinha pelo Wolverhampton.
Em declarações ao Mais Futebol, o jovem atleta falou sobre o seu percurso recente, dos valores pagos por si, ao adeus ao clube onde nasceu para o futebol.
"Agora, esses valores são naturais. Se me perguntasse quando estava na formação, não imaginava que iriam pagar 20 milhões de euros por mim, mas agora é normal. Daqui a dois anos, até podem dar 50 milhões, não sei…", começou por referir Podence, falando depois da chamada à Seleção.
"No ano passado, andava mortinho para ir, ligava a televisão na hora do anúncio dos convocados, não perdia uma convocatória para saber se era chamado, e não fui, por isso, este ano, deixei de fazer isso. Deixei essa preocupação e acabei por me deixar levar. Curiosamente, no dia que recebi a notícia de que tinha sido convocado, nem estava à espera. Um funcionário do Olympiacos deu-me os parabéns e eu estranhei, não percebia porquê, depois é que me contou. É um sentimento de orgulho e de uma felicidade que transborda", confidenciou, abordando depois como é treinar ao lado de... Cristiano Ronaldo.
"Comigo é sete estrelas. Claro que há muita pressão, o nervosismo aparece, quando treinamos com o melhor de sempre, mas é motivador. No meu terceiro treino na Seleção, estávamos a fazer exercício de finalização, só os avançados, e as coisas estavam a sair-me bem. Estava a fazer uma competição só para mim, porque era o mais novo, mas alguns competiam 2 a 2 ou 3 a 3, e ele vira-se para mim e pergunta: ‘Quantos golos tens?’ e eu: ‘Não sei, talvez 3 ou 4.” Ao que ele responde: ‘Não, tens 5, eu estou a contar’ (risos). Ou seja, ele, sem me conhecer, e sem estar a competir comigo diretamente, estava numa competição com todos os avançados e queria ser o melhor. Recebeu-me mesmo muito bem", disparou o atleta do Wolves, falando depois do adeus ao Sporting.
"Psicologicamente, precisei de um trabalho extra, vinha de uma lesão de seis meses, além disso tinha passado pelo processo da rescisão e o Pedro Martins ajudou-me muito na integração e minha reestruturação mental. Tive de ter a voltar a jogar passados seis meses e depois do que aconteceu em Alcochete", começou por referir.
"O futebol foi sempre a minha primeira e única escolha, mas o que ficou em dúvida foi até onde podia chegar, a que nível podia chegar depois de lesão, da rescisão, de dores e desilusões, de massacres na rua, na internet. Tudo isso ficou muito presente e eu duvidei até que ponto poderia ultrapassar isso, ou se conseguiria atingir um nível elevado. Felizmente, consegui ultrapassar essa fase com a ajuda das pessoas certas e aqui estou eu", sentenciou sobre o tema.