O portal The Players' Tribune publica, esta quarta-feira, uma carta aberta assinada por Kylian Mbappé e direcionada aos "miúdos" que estão a dar os primeiros passos no futebol, na qual revela como a infância passada em Bondy afetou o seu crescimento enquanto pessoa.
O avançado do Paris Saint-Germain refere-se ao bairro como "um incrível 'melting pot' de diferentes culturas" e garante que viver no local não foi assim tão mau quanto as pessoas pensam, já que "há pessoas com dificuldades em todo o mundo".
"A verdade é que, quando era criança, costumava ver os piores rufias do bairro a levar mercearias para a minha avó. Nunca vês essas partes da nossa cultura nas notícias. Só ouves falar do mau, nunca do bom", escreveu.
O avançado de 21 anos passa, então, a explicar a "regra de Bondy que todos percebem": "Aprendes quando és jovem. Se andas na rua, vês 15 pessoas numa esquina e só conheces uma delas, tens duas opções. Ou acenas e segues em frente, ou vais lá e apertas 15 mãos. Se passas por lá e só apertas uma mão, então as outras 14 pessoas nunca te vão esquecer. Vão saber o tipo de pessoa que és".
"É engraçado, porque levei esta parte de Bondy comigo durante toda a minha vida. Ainda no ano passado, na gala dos prémios The Best, da FIFA, estava a passear com os meus pais por lá antes da cerimónia, e vi José Mourinho do outro lado da sala. Já tinha conhecido o José, mas ele estava com quatro ou cinco pessoas que eu não conhecia", recordou.
"Tive um momento Bondy. Pensei 'Aceno apenas a Mourinho? Ou vou lá?'. Bem, fui lá cumprimentá-lo e apertar-lhe a mão, e, naturalmente, percorri cada amigo dele. 'Bonjour!', aperto de mão. 'Bonjour!', aperto de mão. 'Bonjour!', aperto de mão. 'Bonjour!', aperto de mão. Foi engraçado, porque todos ficaram surpreendidos", rematou.