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Varandas assume erros, recorda herança e explica: "Vendi para sobreviver"

Presidente do Sporting garante que não é possível fazer tudo o que tem feito e "ainda melhorar competitivamente a equipa" de futebol.

Varandas assume erros, recorda herança e explica: "Vendi para sobreviver"
Notícias ao Minuto

07:02 - 07/02/20 por Notícias Ao Minuto

Desporto Sporting

O jornal Record publica, esta sexta-feira, uma extensa entrevista com Frederico Varandas, na qual o presidente do Sporting analisa a atualidade do clube, começando desde logo pela admissão de erros na preparação da presente temporada.

O dirigente reconhece que "o momento de Bruno Fernandes ser vendido era no mercado de verão", tendo acabado por preparar "a época dando como adquirida a venda" do capitão, que só ocorreria em janeiro.

"Esse é um dos erros que eu, como líder, assumo. Tivemos uma oferta única de 45 milhões fixos, mais 20 por objetivos . Achámos não poderíamos vender. Olhando para trás, de forma fria, hipotecou e condicionou muito a época de futebol deste ano. Havia necessidades de tesouraria de 215 milhões de euros. Tínhamos de fazer, e fizemos, 115 milhões líquidos em vendas nestes dois anos. Foi preciso um tremendo esforço", afirmou.

No que às vendas já feitas diz respeito, o líder leonino garante que tiveram como objetivo assegurar que "nunca mais um presidente passe por aquilo" que teve que passar aquando da sua chegada ao clube de Alvalade.

"Ter de fazer 115 milhões em vendas de um plantel que não era assim tão rico. Gastámos 12 milhões no inverno e 13 no verão. E tivemos de preencher várias lacunas. Eu com 25 milhões se calhar comprava dois jogadores que o scouting tinha referenciado. Seriam titularíssimos. E outra coisa: todos os jogadores que vieram têm uma massa salarial ajustada ao seu valor e consigo retirá-los do Sporting de um dia para o outro, porque todos têm mercado. O plantel do Sporting hoje está adequado à realidade. Isto demora tempo a fazer, trabalho e competência", referiu.

Nesse sentido, Frederico Varandas iliba Hugo Viana de qualquer culpa na gestão da equipa: "É de extrema injustiça o que se diz de Hugo Viana. Sei os problemas e erros que cometemos, mas sei que foram muito condicionados pela nossa situação financeira. Os sportinguistas que entendam isto: eu precisei de fazer 115 milhões em vendas só para sobreviver".

"Erros de planeamento" levaram ao despedimento de Keizer

No que aos treinadores diz respeito, Frederico Varandas reconheceu que é "provável" que o despedimento tenha sido injusto, mas lembrou que "O Sporting teve um ou dois meses, em setembro e outubro, em que jogou mal, com maus resultados".

"Condicionou a época toda. Janeiro foi um mês duríssimo para o Sporting nos resultados, mas faço uma análise dos clássicos e o único em que podemos ter revelado falta de maturidade, foi com o Benfica. E perdemos os jogos todos. É futebol", acrescentou.

"É óbvio que Marcel Keizer sofreu na pele os erros do nosso planeamento que não se verificou. Achámos que seriam vendidos Bas Dost e Bruno Fernandes e viria um avançado na ordem dos 8 a 10 milhões de euros. Os últimos três ou quatro dias de mercado foram dificílimos, pois tínhamos de vender. Não pensávamos vender extremos, mas tivemos de o fazer com o Raphinha. Não tivemos capacidade financeira de ir buscar jogadores, admito. Havia uma lista de compras, mas nem valia a pena vê-la. Entrámos numa lista de recursos: empréstimos", lamentou.

Já quanto a Jorge Silas, o presidente do Sporting não esconde que "a época do futebol falhou", mas não dá a saída no final da temporada como cenário "adquirido": "Há coisas a ganhar: confirmar que há jogadores com qualidade para o Sporting. Alguns são o futuro, como o Camacho e o Plata. Hoje, não temos capacidade de ir buscar um Plata com 25 anos, não há que ter vergonha de dizer. Jamais vou vender ilusões, nem serei populista. O Sporting não tem capacidade para ir buscar um jogador feito".

Candidatura não é tema em cima da mesa

Na mesma entrevista, Frederico Varandas garante que não está preocupado com uma eventual recandidatura à presidência do Sporting, após o final do atual mandato, em 2020: "Não estou a pensar em nada disso. Se estivesse preocupado com isso, não faria o que estou a fazer. Ou então sou louco".

"Resolver o problema que resolvemos... 215 milhões nos dois primeiros anos. Este era o exercício que tínhamos que resolver. Necessidades de tesouraria, muito por dívida para trás, mas também por desequilíbrio da estrutura, que era pesadíssima. Já reduzimos esses 35 milhões de euros de desequilíbrio por ano, para 25. Vamos terminar o ano, pelo menos, a 25. Reduzimos em dez milhões. É possível fazer isto tudo e ainda melhorar competitivamente a equipa? Não consigo", atirou.

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