O Atlético de Madrid atravessa um momento delicado que está a motivar a preocupação por entre os adeptos colchoneros. A equipa orientada por Diego Simeone tem sido alvo de inúmeras críticas pelas exibições pobres e que ficam sistematicamente marcadas pela falta de inspiração ofensiva. Mais do que a nota artística, também os resultados têm sido negativos. Há cinco jogos que o Atlético de Madrid não conhece o sabor da vitória, numa altura em que a luta pelo título no campeonato passou a ser uma miragem. 

No último sábado, o Atlético de Madrid perdeu na deslocação ao terreno do Real Madrid (0-1) e viu o velho rival consolidar a liderança ao mesmo tempo que aplicou uma diferença pontal maior entre si. 

Por esta altura, à 22.ª jornada da La Liga, os colchoneros ocupam um preocupante sexto lugar e estão a 13 pontos do primeiro lugar. Mas há mais: se a época terminasse neste momento a equipa de Simeone nem lugar tinha na Liga dos Campeões. 

Estes números são ainda mais preocupantes quando comparados com aquilo que o Atlético de Madrid tinha à 22.ª jornada... da temporada passada. Há um ano, os rojiblancos estavam no segundo lugar com um total de 44 pontos e a seis do líder Barcelona. Comparando os dois registos, o Atlético tem atualmente menos oito pontos, menos vitórias, mais empates, mais derrotas, menos 10 golos marcados e mais um sofrido. 

Atlético de Madrid à 22.ª jornada,

Temporada	Posição	Pontos	Vitórias	Empates	Derrotas	Golos marcados	Golos sofridos
2019/20	6.º	36	9	9	4	22	15
2018/19	2.º	44	12	8	2	32	14

Crise estende-se aos avançados 

A notória falta de golo no Atlético de Madrid também está diretamente relacionada com as lesões que tem assombrado os jogadores da frente de ataque. Álvaro Morata é o mais recente cliente do departamento médico, depois de ter sofrido uma lesão muscular na perna direita no dérbi disputado no Santiago Bernabéu. 

PARTE MÉDICO@AlvaroMorata sufre una lesión muscular en la pierna derecha.https://t.co/aDLZYQwrH1

— Atlético de Madrid (@Atleti) February 3, 2020

Morata junta-se agora aos indisponíveis João Félix e Diego Costa. Assim sendo, o tridente colchonero está no 'estaleiro' e Simeone não dispõe de mais nenhum jogador que seja capaz de desempenhar as funções de jogador mais avançado no terreno de jogo. Para piorar a situação, a administração do clube rojiblanco também falhou a contratação de Cavani na janela de transferências de janeiro. 

A realidade poderá ser ainda mais dura quando no horizonte do Atlético de Madrid está o jogo da Liga dos Campeões diante do Liverpool. A duas semanas de enfrentar aquela que é considerada por muitos como a melhor equipa do mundo, Diego Simeone está privado do poder de fogo promovido por João Félix, Morata e Diego Costa, uma vez que não está assegurada a presença de nenhum destes na 1.ª mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões. 

Resta ao treinador argentino inventar uma solução para os jogos em que não poderá contar com nenhum dos jogadores acima mencionados. No jogo com o Real, Diego Simoene arriscou jogar com Vitolo e Carrasco em zonas mais adiantadas, mas sem grande êxito, diga-se. 

Chovem críticas ao pouco aproveitamento de Félix 

Gerou-se muita expectativa para aquilo que este Atlético de Madrid podia fazer esta temporada por conta do poderio financeiro apresentado pelos rojiblancos no mercado de transferências do passado verão. Para além de se reforçar com vários nomes de relevo, o emblema de Madrid fez a contratação mais cara da história do clube: João Félix. O jovem avançado português foi contratado ao Benfica a troco de 126 milhões de euros mas tarda em convencer a crítica e os adeptos. 

No entanto, há quem acredite que Diego Simeone é o principal culpado pelo pouco rendimento de Félix no Wanda Metropolitano. Cada vez são mais as vozes que criticam o sistema tático utilizado pelo treinador argentino que coloca o avançado português longe da baliza e do golo. A mais recente crítica foi protagonizada por Rafael Van der Vaart que afirma mesmo que "Félix está no clube errado e provavelmente com o treinador errado." 

Resta a Champions 

Fazendo uma análise mais objetiva àquilo que o Atlético de Madrid pode ganhar esta temporada, a conclusão que se tira é surpreendente: a Liga dos Campeões é mesmo o que resta aos colchoneros.

De resto, a luta pelo título espanhol já não entra nem nas contas dos mais otimistas, para lá da inesperada eliminação frente ao Cultural Leonesa nos 16 avos da Taça do Rei e da final Supertaça de Espanha perdida ante o Real Madrid. 

Na Champions o Atlético de Madrid tem aquela que será a tarefa mais complicada. Eliminar o Liverpool, atual campeão em título, poderá ser considerada uma missão impossível. 

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