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O Brexit chegou. E agora, Premier League?

Saída do Reino Unido da União Europeia tornou-se oficial na última madrugada. Principal escalão do futebol inglês poderá ser afetado de diferentes formas por este fenómeno político que tanto deu que falar nos últimos quatro anos.

O Brexit chegou. E agora, Premier League?
Notícias ao Minuto

08:00 - 01/02/20 por Notícias Ao Minuto

Desporto Brexit

As últimas horas ficaram marcadas pela saída do Reino Unido da União Europeia, num processo que se tornou oficial na última madrugada depois de ter tido início em 2016, culminando quase quatro anos depois. A partir desse momento, os britânicos deixaram de ser cidadãos da União Europeia, embora o processo de transição se estenda até ao final de 2020.

Significa isto que, se tudo correr como previsto, e não existindo contratempos nas negociações comerciais que vão decorrer entre os britânicos e a União Europeia ao longo dos próximos meses, o Reino Unido deixará de estar sujeito às normativas europeias no início de 2021.

Nessa altura, o impacto do Brexit já se deverá fazer sentir na sociedade britânica com maior intensidade. Seja a nível político, económico, social ou mesmo... desportivo, com o futebol à cabeça. Sim, porque o futebol inglês corre o risco de sofrer importantes alterações nos próximos anos como resultado da saída do Reino Unido da União Europeia.

O impacto na Premier League

Com a saída da comunidade europeia, as fronteiras, que haviam 'caído', podem agora surgir como um forte obstáculo à chegada de futebolistas estrangeiros à Premier League. Pelo menos, em teoria.

Afinal, todos os jogadores e treinadores de outros países que queiram mudar-se para Inglaterra terão de solicitar uma autorização para trabalharem em solo britânico, além de um visto de trabalho especial.

Atualmente, já existe um processo pelo qual todos os jogadores estrangeiros necessitam de passar antes de assinar por um clube inglês: além da permissão de trabalho, conhecida como Governing Body Endorsement, precisam de ter participado num número mínimo de jogos oficiais pela sua seleção nacional nos dois anos anteriores, número esse que varia conforme a posição ocupada pela seleção no ranking da FIFA.

No entanto, espera-se que, com a vitória do Brexit, os jogadores europeus, mas não britânicos, passem a ser tratados como os não europeus, que enfrentam mais dificuldades burocráticas na hora de assinar por uma equipa inglesa.

Convém ainda referir que, à data de hoje, os clubes da Premier League podem inscrever um máximo de 17 jogadores, num total de 23, não formados em Inglaterra. Com as novas regras implementadas pela Football Association (FA, entidade que tutela o futebol em terras de sua Majestade), passarão a ser apenas 12 os futebolistas estrangeiros que poderão compor os plantéis de cada equipa do principal escalão do futebol inglês.

A aposta na formação e a chegada de estrangeiros

Ao que tudo indica, a ideia da FA passa por reforçar a aposta dos clubes ingleses nos jogadores nascidos e formados em território nacional. O organismo acredita que a implementação de um mínimo de 12 jogadores ingleses por cada plantel será benéfico para o desenvolvimento dos futebolistas ingleses, o que, por sua vez, terá um impacto positivo na qualidade da seleção inglesa, ao longo dos próximos anos.

Existe, no entanto, uma preocupação inerente à saída do Reino Unido da União Europeia: os jogadores estrangeiros. Afinal, com a implementação de medidas que afetam a contratação e a inclusão de futebolistas de outros países, prevê-se que a chegada de jogadores estrangeiros à Premier League sofra um 'travão' significativo nos próximos anos. Sobretudo, depois de as consequências do Brexit se intensificarem na economia e sociedade britânicas.

Um fator que reclama protagonismo a partir do momento em que, hoje em dia, apenas 35% dos jogadores da Premier League são naturais do Reino Unido, e 50,2% de algum dos países que formam parte da União Europeia.

As transferências de menores

Também os jogadores menores de idade terão crescentes dificuldades em ingressar no futebol inglês com o triunfo do Brexit.

De acordo com o Regulamento sobre o Estatuto e a Transferência de Jogadores, os clubes podem realizar transferências internacionais de futebolistas sempre que estes tenham, pelo menos, 18 anos. Isto é, que sejam maiores de idade.

Se o negócio for realizado entre clubes de países que pertençam à União Europeia, porém, já é permitida a transferência de um jogador de, no mínimo, 16 anos. Foi, de resto, assim que atletas como Paul Pogba ou Cesc Fàbregas chegaram tão jovens a Inglaterra, onde tiveram a oportunidade de dar os primeiros passos nas suas carreiras.

Como resultado da saída do Reino Unido da União Europeia, contudo, os clubes ingleses ficarão proibidos de contratar jogadores menores de idade, sendo essa outra das grandes preocupações da organização da Premier League em relação aos efeitos do Brexit no futebol inglês.

O futuro é uma incógnita

É difícil prever se o impacto do Brexit será benéfico ou prejudicial para o futebol inglês. A crescente aposta em jogadores locais, fruto das imposições da FA e da maior dificuldade em contratar atletas estrangeiros, poderá fortalecer, a longo prazo, a seleção, uma vez que os jovens ingleses teriam mais oportunidades para se afirmarem nos clubes da Premier League.

Por outro lado, a diminuição do número de futebolistas estrangeiros em Inglaterra poderá enfraquecer aquele que é um dos mais importantes campeonatos de futebol do mundo. Hoje em dia, mais de metade dos futebolistas da Premier League são estrangeiros. As equipas reforçam-se em outros mercados, fazendo chegar a Inglaterra atletas de alto gabarito que elevam o nível da competição.

Sendo assim, resta-nos esperar e perceber que rumo vai tomar a Premier League com a confirmação do Brexit. A aposta no jogador inglês será suficiente para a competição manter o nível que tem hoje em dia? Ou a expectável diminuição do número de jogadores estrangeiros terá efeitos negativos na qualidade do campeonato inglês? Só o tempo dirá.

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