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"Gostava de trocar de camisola com Casillas. Ficaria orgulhoso"

Ricardo Ribeiro, guarda-redes do Paços de Ferreira, revela-se confiante para o jogo dos quartos de final da Taça de Portugal e não esconde que Casillas e Buffon são duas "referências".

"Gostava de trocar de camisola com Casillas. Ficaria orgulhoso"
Notícias ao Minuto

08:08 - 15/01/20 por Francisco Amaral Santos

Desporto Exclusivo

Ricardo Ribeiro tem estado em foco na baliza do Paços de Ferreira. Aos 29 anos, o guardião português confessa estar a atravessar um bom momento individual, mas considera que tal só acontece porque a equipa dos castores tem melhorado o nível exibicional. Esta quarta-feira, o Paços de Ferreira recebe o Famalicão na luta por uma vaga nas meias-finais da Taça de Portugal, e Ricardo Ribeiro deixa a garantia que os pacences vão lutar até ao último minuto para continuarem em competição na prova rainha do futebol português.

Em entrevista exclusiva ao Desporto ao Minuto, Ricardo Ribeiro lança o jogo desta noite, estabelece a permanência na I Liga como o maior objetivo do Paços de Ferreira e confessa o desejo de trocar de camisola com o ídolo Iker Casillas.

O guarda-redes português recorda ainda a conquista do título da II Liga como um dos melhores momentos da carreira, numa altura em que está a apenas dois jogos de completar um ciclo de 50 partidas ao serviço do Paços de Ferreira.

Temos de ir atrás do sonho e temos de encarar este jogo como uma autêntica final

Como estão os níveis de ansiedade para este jogo tão importante para o Paços de Ferreira?

Estamos muito focados naquilo que temos de fazer, tal como temos vindo a fazer nos últimos jogos. Estamos tranquilos e sabemos perfeitamente aquilo que temos de fazer. Nas últimas partidas temos melhorado e com a chegada dos novos reforços acreditamos que vamos fazer um excelente jogo diante do Famalicão.

Os jogadores só pensam em conseguir assegurar um lugar nas meias-finais da Taça?

Sem dúvida! (risos) Já que chegámos até aqui, temos de lutar pelo apuramento. O nosso foco é sempre esse: ganhar e não pensar noutro resultado.

Sendo o jogo na Capital do Móvel, pode dizer-se que o Paços parte em vantagem?

Claro que sim, mesmo que seja mínima. É sempre uma vantagem jogar em casa e ter o nosso público a apoiar-nos como sempre têm apoiado. No entanto, vai ser um jogo completamente diferente daquele que foi para o campeonato [vitória do Famalicão por 4-2], até porque foi o primeiro jogo do míster Pepa connosco. Este jogo é da Taça e por isso já é diferente. É a festa da Taça e espero que sejamos nós a fazer a festa no final do jogo.

Pode dizer-se que já existe aqui uma rivalidade significativa com o Famalicão, também por conta da intensa luta pela subida na última época?

Não, é apenas mais um jogo. Claro que o Famalicão foi um adversário extremamente complicado no ano passado e este ano eles estão a fazer uma época talvez acima das expectativas deles. Mas merecem pelo futebol que têm praticado, que é muito bom, mas nós também temos as nossas armas e a nossa qualidade. Estamos preparados e vamos demonstrar isso hoje.

A época na I Liga tem tido alguns pontos menos bons. Os jogadores olham para a Taça de Portugal como uma oportunidade de darem algumas alegrias aos adeptos?

Claro que sim. É inegável que o nosso principal objetivo é garantir a permanência na I Liga, mas chegando a esta fase da Taça de Portugal, claro que sabemos que este jogo é importante para os adeptos. Eles têm sonhos e nós também os temos. Temos de ir atrás do sonho e temos de encarar este jogo como uma autêntica final.

Nesta edição da Taça de Portugal apenas sofreu um golo. Presumo que queira manter esse registo no jogo diante do Famalicão...

Temos de estar preparados para tudo! Não sabemos quem vai jogar, mas quem for escolhido pelo míster irá estar preparado para dar o melhor de si. Temos um grupo muito bom a nível coletivo e individual.

No último jogo, ante o Portimonense (0-0), ficou novamente com a baliza a zeros. São já cinco jogos sem sofrer golos. Sente que atravessa um bom momento de forma?

É verdade que são cinco jogos com a baliza a zero, três deles seguidos. Claro que isso dá-me um grande alento para o resto do campeonato e aumenta a minha confiança. Agora, tenho de continuar a trabalhar. O campeonato é extremamente difícil e todos os pontos que conseguirmos são essenciais. A nível individual estou satisfeito por estar a ajudar a equipa. Não sofrendo golos, ficamos sempre mais perto de ganhar.

Depois de duas épocas consecutivas a ser eleito o melhor guarda-redes da II Liga, sente que já agarrou um lugar no principal escalão do futebol português?

Felizmente consegui subir com o Paços de Ferreira e isso ajudou a cimentar a minha posição. O início de época foi um pouco complicado, mas com a chegada do míster Pepa voltei a ter oportunidade de jogar e não quero largar mais o lugar. Acho que este vai ser um bom ano para mim.

Os jogadores já assimilaram totalmente as ideias trazidas pelo treinador Pepa?

Sim, temos melhorado e os resultados estão à vista. Temos melhorado o nosso futebol e também estamos melhores enquanto grupo. Acho que isso também foi extremamente importante. Claro que há alguns resultados menos positivos, mas o míster sempre nos deu muita confiança a tranquilidade. Os resultados iriam acabar por aparecer e nós mantivemos o nosso foco.

Está a dois jogos de completar a marca das 50 partidas com a camisola do Paços de Ferreira numa altura em que o seu contrato termina em junho…

Neste momento, o meu foco é a ajudar o Paços a ficar na I Liga. Se fico ou se vou embora, depois teremos tempo para falarmos sobre isso. Agora, o importante é ajudar o Paços de Ferreira a atingir os objetivos delineados. O Paços de Ferreira é um bom clube e já estávamos habituados a ver o Paços na I Liga. O meu desejo é a ajudar o clube nisso. Depois, no final da época, iremos falar sobre isso. Estou completamente tranquilo.

Essa confiança de que o Paços de Ferreira vai conseguir a permanência também é partilhada pelos restantes jogadores?

Nós estamos confiantes porque sabemos aquilo que fazemos durante a semana. Colocamos em campo aquilo que o míster nos pede nos treinos, mas, claro que, por vezes, as coisas não correm como desejaríamos, como aconteceu em Portimão. Queríamos ganhar, para aumentar a vantagem. Todos os pontos que amealharmos são importantes, nomeadamente diante dos adversários diretos. Também sabemos que nos jogos em casa não podemos facilitar.

Notícias ao MinutoRicardo Ribeiro em ação no duelo entre FC Porto e Paços de Ferreira. © Global Imagens

A chegada de reforços de inverno como o Stephen Eustáquio, o Adriano Castanheira ou o João Amaral tornam este Paços mais forte?

Além da qualidade e da experiência, são jogadores conhecedores do futebol português e que, assim, não precisam daquele período de adaptação ao nosso futebol. Isto torna tudo mais fácil. E, claro, são excelentes jogadores que vieram acrescentar valor ao grupo. Quando se tem jogadores desta qualidade é bom para todos.

Aos 29 anos fez a carreira sempre em Portugal. Não se sente atraído por jogar no estrangeiro?

Já o tinha dito em outras entrevistas. É um objetivo meu jogar no estrangeiro e experimentar outros campeonatos. Mas vamos ver como as coisas se vão desenrolar. Temos de fazer uma boa época que as coisas depois aparecem. Eu não me esqueço que foi o Paços que me proporcionou a oportunidade de estar na I Liga e sei que estamos todos em sintonia. Não estou minimamente preocupado com o futuro. O mais importante, volto a frisar, é ajudar o Paços a conseguir a permanência.

O mais importante para um guarda-redes é defender, não é jogar bem com os pés

Sempre quis ser guarda-redes desde muito novo ou esse bichinho pela baliza só apareceu mais tarde?

Não nasceu logo porque quando comecei era ponta de lança aqui numa associação antes de ir para o Moreirense. Fui às captações do Moreirense, mas infelizmente não fiquei porque não tinha muita qualidade para ser ponta de lança (risos). No ano seguinte, surgiu o gosto por ir à baliza e dessa vez acabei por ficar no Moreirense. A partir desse momento, ganhei uma paixão enorme pela baliza e pela posição de guarda-redes.

Considera que o guarda-redes é agora mais valorizado do que era há uns anos?

Sim, sem dúvida. Dão mais importância, mas continua a ser insuficiente. Dá-se pouca importância aos guarda-redes e aos treinadores dos guarda-redes. Deviam ser mais valorizados. São eles que nos ajudam a ter bons desempenhos. São eles que trabalham connosco diariamente. São eles que nos dizem o que temos de fazer, aquilo que fizemos bem, aquilo que fizemos mal, através de vídeos e de outros elementos. Isso ajuda-nos imenso. Há uns anos isso não acontecia. Ainda sou do tempo em que os treinadores de guarda-redes não mostrarem vídeos nem iam ao pormenor. Hoje em dia, e ainda bem que assim é, há mais método e organização nos pequenos detalhes: posicionamentos, abordagens e jogo de pés. Tudo isto é muito importante, ainda que eu considere que às vezes é demais. O mais importante para um guarda-redes é defender, não é jogar bem com os pés. Jogar com os pés é em último recurso, mas hoje os guarda-redes são cada vez mais obrigados a jogar com os pés. Talvez hoje se olhe mais para os guarda-redes que jogam bem com os pés do que propriamente que eles seja bons com as mãos.

Quais são as suas grandes referências?

Sempre segui, desde novo, o Iker Casillas e o Buffon. Ainda hoje vejo vídeos dos dois para ver como eles faziam. São eles as minhas duas grandes referências. Infelizmente, aconteceu o que aconteceu ao Casillas e só espero que ele volte a jogar. Guarda-redes como ele há poucos e era bom, tanto para o futebol português como para toda a gente, voltar a ver o Casillas na baliza do FC Porto. Volto a dizê-lo: são duas grandes referências, não só pelos títulos que ganharam, mas pela forma como se preocupam com os outros.

Gostava de se cruzar com o Casillas num jogo entre Paços de Ferreira e FC Porto?

Adorava! Era sinal que ele já estava de volta ao ativo. Certamente iria pedir para trocar de camisola com ele. Ficaria extremamente orgulhoso por poder ter uma camisola do Casillas.

Tanto ele como Buffon são dois exemplos de que a qualidade não tem idade…

A idade não é um entrave. Em Portugal ainda existe um pouco essa ideia. Aqui, se tivermos 27 anos somos novos para ir à baliza, mas se tivermos 30 já somos velhos (risos). Mas cada vez há mais de guarda-redes com mais idade e que continuam a defender muito e ao mais alto nível. Só podem ser um exemplo, não só para mim, mas para todos.

Voltando ali ao jogo com o Famalicão. Treinou as grandes penalidades caso seja necessário um desempate?

Temos de pensar em todos os cenários (risos). Quando há Taça temos sempre de treinar isso e por isso temos de estar preparados para isso.

Que mensagem gostaria de deixar aos adeptos do Paços de Ferreira que vão marcar presença hoje na Capital do Móvel?

Que nos apoiem em força porque iremos precisar deles durante os 90 minutos, os 120 ou até nos penáltis. São uma parte importante para nós. Sempre nos apoiaram, mas que hoje apareçam em força.

Para terminar, a festa de campeão no ano passado foi um dos momentos mais marcantes da sua carreira?

Foi muito especial porque nunca tinha sido campeão. Já tinha subido de divisão com o Moreirense, mas ser campeão foi sem dúvida, muito especial. O nosso objetivo era esse e conseguimos alcançá-lo.

Notícias ao MinutoRicardo Ribeiro está a dois jogos de atingir a marca das 50 partidas ao serviço do Paços de Ferreira.© Getty Images

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