O Benfica deitou por terra a esperança na Liga dos Campeões e deixou voar exatamente 9,5 milhões de euros - valor correspondente à passagem aos oitavos de final. As águias foram à Alemanha empatar frente ao Leipzig (2-2) e confirmou o adeus à edição 2019/20 da prova milionária. Resta disputar a 6.ª e última jornada da competição para tentar assegurar um lugar na Liga Europa.

A equipa treinada por Bruno Lage até mostrou uma veia finalizadora muito boa – dois golos em 4 remates enquadrados – mas deitou tudo a perder nos últimos minutos. Depois de estar a vencer por 2-0, com golos de Pizzi e Carlos Vinícius, a formação portuguesa deixou-se empatar.

Primeiro, Rúben Dias comete grande penalidade aos 89 minutos e Forsberg não desperdiçou a oportunidade. Depois, a equipa perdeu o controlo de si mesma e deixou o mesmo Forsberg sozinho na grande área. Werner cruzou e o avançado sueco aproveitou da melhor maneira a desatenção defensiva dos encarnados para fazer o empate.

Minutos finais de terror para o Benfica que esteve muito perto de garantir o que nunca tinha feito na sua história: vencer em solo alemão na Liga dos Campeões. Não venceu e acabou por ser o Leipzig a fazer algo inédito. A equipa de Nagelsmann qualificou-se pela primeira vez na história do clube para os oitavos de final da Champions.

Figura do jogo: Não há volta a dar. Tentou o golo durante todo o jogo e teve um adversário gigante que foi Odysseas. Porém, o grego não conseguiu impedir o sueco de ser a figura deste jogo. Em seis minutos fez dois golos e carimbou, não só o empate para o Leipzig, como também o primeiro apuramento da sua equipa para os oitavos de final da Champions.

Surpresa: Quem é que diz que Pizzi só aparece nos momentos chave em palcos menos grandiosos? Pois bem, o camisola 21 das águias mostrou que consegue fazer a diferença em qualquer campo. Foi o autor do primeiro golo do Benfica e ofereceu inteligência e calma à equipa sempre que necessário. Foi um dos elementos mais preponderantes na formação de Bruno Lage até ao minuto em que tudo foi por água abaixo. O minuto 89...

Desilusão: Onde anda o Gabriel dos passes perfeitos, das desmarcações que só ele via? O médio brasileiro está completamente em baixo de forma e num dos jogos em que o Benfica mais precisava dele, decidiu não aparecer no seu melhor. Passes falhados atrás de passes falhados. De um jogador nuclear passou a um jogador que talvez mereça alguns jogos no banco de suplentes.

Bruno Lage: Montou bem a estratégia e conseguiu que a equipa anulasse durante quase todo o encontro as investidas do Leipzig. Porém, mexeu na equipa de forma tardia. Depois do segundo golo encarnado, o Leipzig foi tomando conta do jogo e há muito que o Benfica não conseguia fazer pressão ao portador da bola de forma eficaz. Era necessário colocar mais algum elemento defensivo e Bruno Lage não o fez. O Leipzig depois conseguiu desnortear a formação da Luz e aí já nada havia a fazer.

Nagelsmann: Não se pode dizer que tenha montado a estratégia perfeita, uma vez que o Benfica mostrou-se letal no aproveitamento de oportunidades até ao 2-0. Porém, alterou algumas peças no decorrer da segunda parte e deu-se bem. Incentivou a sua equipa a não desistir e no final os frutos ficaram à vista.

Árbitro – Gil Manzano: Nada a apontar. Adotou um critério largo e conseguiu não ser um dos protagonistas do jogo que no, fundo, é o que se pede a um árbitro. Avaliou bem o lance do penálti de Rúben Dias.