Jorge Jesus falou esta noite aos jornalistas na conferência de imprensa de antevisão da final da Taça Libertadores, que será disputada este sábado entre River Plate e Flamengo.
Pensava em chegar à final da Libertadores quando chegou ao Brasil? Ainda ontem a minha equipa técnica falou sobre isso. No dia em que decidi vir para o Flamengo, disse para prepararem as malas porque nós íamos ser finalistas da Libertadores. Já viemos para o Brasil com essa ideia. Temos muita confiança, apesar de o rival ser muito forte e ter mais experiência nesta competição do que nós. Mas isso não nos assusta, acreditamos no que somos capazes de fazer.
Confiante para a final? Estou a sentir a responsabilidade e o prestígio que tem a Libertadores. Um pouco semelhante à Champions na Europa. Dei uns passos à frente porque cheguei à final, na Champions estive lá próximo, mas nunca joguei a final. Queremos jogar com paixão e prazer, antes da responsabilidade. Queremos dar qualidade ao jogo e é isso que vamos tentar fazer amanhã. O que nos move é a nossa confiança para o jogo.
Libertadores preenche a lacuna da Champions no palmarés? São os dois troféus máximos de clubes nos seus continentes. O meu sonho era este, vir para um continente e poder vencer a Libertadores. Temos outro objetivo muito importante, o campeonato, e nunca coloquei nenhum à frente do outro, ao contrário dos adeptos, que dão mais importância à Libertadores. Ainda temos muitos passos que dar em frente.
Jogo mais importante da carreira e permanência no Flamengo: Quando chegas a uma final da Libertadores... todos os momentos são importantes. A Libertadores é o expoente máximo neste continente. Depois de a conquistar terei as mesmas responsabilidades. Depois deste troféu, certamente virão outros tão importantes. Tenho contrato com o Flamengo até junho.
Comparação entre River Plate e Flamengo: As duas equipas são parecidas em termos ofensivos. Defensivamente, são o oposto.
Onze para o jogo: A equipa que vamos lançar no jogo é a mesma que temos vindo a utilizar. Desde o Diego Alves até ao Arrascaeta, passando pelo Rafinha, pelo Caio, o Pablo e o Filipe Luís, assim como o Gerson e o Arão. O capitão de equipa, Éverton Ribeiro, o Gabigol e o Bruno Henrique. Não há muito a esconder quando sentes que este é o onze que dá mais segurança. Numa final, um treinador não vai inventar nada.
André Carrillo: Conheço muito bem, trabalhou comigo no Sporting e levei-o para a Arábia Saudita, onde é o melhor jogador. Ele terá o seu futuro e eu o meu. Gostei muito de trabalhar com ele, é muito profissional. É um bom exemplo para todos os jovens do Peru.
River Plate entre as melhores equipas do mundo? Eu não sabia que ia jogar com o River. O Flamengo é o maior clube do mundo, não desportivamente, esse é o Real Madrid. Mas falando da sua dimensão, dos adeptos... o Flamengo é o melhor do mundo.
Trabalho desenvolvido durante a semana: Os jogadores e os treinadores crescem com os problemas que vão tendo diariamente. A aprendizagem do Gabigol surgiu com os erros que cometeu antes. É sempre assim, também comigo, que sou treinador. Todos os jogadores passam por um crescimento técnico e sentimental.
Técnica ou fator psicológico, qual o mais importante? A componente emocional está em todos os jogos, ainda mais nas finais, pois há mais emoção e ansiedade. As equipas que são mais experientes são as que já passaram por esta situação mais que uma vez, como o River Plate. A emoção é um conhecimento da experiência que podes ter ao longo da carreira, mas também se trabalha e também se treina. À frente da emoção, temos outros interesses que são muito mais fortes, como o prazer de jogar bem, à Flamengo. A emoção não nos atrapalha.
Éverton Ribeiro como capitão: Ele anda há meses com uma dor, mas já está melhor. Há um compromisso muito grande de todos os jogadores em prol dos interesses do clube, como é o caso do Éverton. Mas ele esteve sempre disposto a sacrificar-se pela equipa. Se não podia jogar os 90 minutos, jogava 50 ou aquilo que pudesse. Agora, o seu problema está completamente solucionado. Isto mostra o carácter dele, ele tem de ser o exemplo. A imagem do capitão é a imagem da equipa.
O plantel do Flamengo chega para vencer esta final? Fisicamente posso dizer que sim, não temos um único jogador lesionado. Quanto ao resto, como o cansaço emocional e psicológico, ou os comportamentos técnicos e táticos... Se estás numa final da Libertadores, é porque tens essas componentes desenvolvidas. Tanto o River Plate como o Flamengo. Ao chegarem a estes momentos, as duas equipas estão no máximo das suas faculdades.