Depois da derrota do Benfica diante do Leipzig, por 1-2, na jornada inaugural da fase de grupos da Liga dos Campeões, as águias somaram novo desaire, desta feita em solo russo, diante do Zenit, por 1-3.

Em São Petersburgo, os encarnados tiveram ligados às máquinas nos minutos iniciais do encontro, para depois serem engolidos pela avalanche russa.

Nem sempre meteu medo a tal 'avalanche' de leste, mas para os adeptos encarnados cada ofensiva do Zenit parecia sempre perigosa, tendo em conta as desatenções defensivas, quase em ritmo compressor. Os três golos dos anfitriões nascem de três erros gritantes do setor mais recuado, inadmissíveis para uma competição de exigência máxima.

E tem efetivamente faltado muito a este Benfica que Vieira deseja europeu, mas que os números desmentem: nos últimos 15 jogos para a Champions, os encarnados somaram 12 derrotas, um empate e apenas dois triunfos.

E, se nos focarmos apenas nos números de Lage a história também não sorri de feição ao campeão nacional, já que o 'tutor' das águias soma apenas três triunfos nos oito encontros realizados. Nota positiva apenas para Raúl de Tomás, que se estreou a marcar de águia ao peito, ainda para mais com um golaço que deve ver e rever.

Importa embora quem sorriu e, ao revés, teve uma noite para esquecer na casa do Zenit.

Figura do jogo: Dzyuba inaugurou o marcador em São Petersburgo, foi uma tormenta constante para a defensiva encarnada e, por mais do que uma vez, colocou à prova os reflexos de Vlachodimos. Foi, indubitavelmente, o maior plus de qualidade na equipa de Sergey Semak.

Surpresa do jogo: Ozdoev esteve na origem do primeiro golo russp, após desarmar Fejsa em zona bastante avançada, terminando a partida com duas assistências em quatro passes para finalização. A driblar e bloquear jogadas ofensivas do adversário esteve quase perfeito.

Desilusão: "O primeiro golo matou o jogo", assim disseram Bruno Lage e sublinhou Jardel. E na origem desse golo teve uma desatenção gritante de Fejsa que perdeu a bola, à entrada da área, para Dzyuba. Pizzi, Rúben Dias e Gabriel, como quase toda a equipa tiveram uma noite para esquecer, mas o internacional sérvio começou por afundar o dique encarnado.

Árbitro da partida: Nos lances de maior dúvida agiu correctamente e no único episódio em que teve de recorrer ao VAR, por alegado fora de jogo no segundo golo dos russos, também validou e bem o golo do Zenit.

Sergey Semak: No futebol diz-se que uma equipa joga a que a outra a deixa jogar. Verdade que o Benfica deixou o Zenit jogar, e muito, a seu belo prazer no meio-campo adversário, mas mérito a Sergey Semak que explorou as debilidades defensivas e a débil ligação entre  linhas dos encarnados. Na etapa complementar as entradas de Caio Lucas e Vinícius agitaram a partida, mas a inteligência em colocar Karavaev em jogo devolveu aos anfitriões os sinais de perigo que manifestavam até à dupla substituição promovida por Lage.

Bruno Lage: O treinador das águias pediu uma equipa mandona, mas só a teve durante dez minutos. Errou na constituição inicial, ficou à mercê de peças nucleares, que  ficaram muito aquém do que podem render - Taarabt, Gabriel e Pizzi - e não soube ler o jogo na hora certa. A segunda parte pedia novas caras no onze, mas Lage demorou 15 minutos para entender que o Zenit não se desmontava com a equipa que escalou. Mexeu bem: Caio Lucas e Vinicíus trouxeram nova vida a uma águia, que só voou em pleno com o golaço de Rául de Tomás. Entrou, para cinco depois assinar uma obra de arte. Mas era tarde demais, para inverter uma história de já se contava de terror. 

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